A Doença é um Mestre - Parte 4
por Conceição Trucom em Corpo e MenteAtualizado em 02/04/2004 15:26:35
Esta seqüência de textos que escrevi durante o mês de Março levanta a questão da necessidade que temos de aceitar dialogar com o corpo físico em dificuldades por uma doença ou dor, e tratar de entendê-las como um mestre. Um corpo que percebe e fala, sempre determinado em ser um instrumento para nos fazer crescer, quando provoca, principalmente através da doença, a transformação de atitudes e crenças enganadoras.
Muitas pessoas têm me escrito perguntando como fazer para se “livrar” de determinada doença ou dor. Eu não tenho essa resposta. E este é um ponto importante: Com que consciência lidamos com as mensagens que as doenças nos trazem?
Não podemos nos “livrar” da doença. Precisamos entendê-la para construir uma possível cura. Precisamos nos aliar ao nosso corpo e toda a sua comunicação, jamais emudecê-lo. Esse é um processo 100% individual.
Quanto mais temos raiva ou desidentificação para com a doença, mais difícil será revertê-la.
Diante da doença não podemos seguir tapando o sol com a peneira. Não podemos transferir o poder de cura para o outro. Precisamos decidir ser cúmplice, amigo do nosso corpo físico, jamais rebeldes ou displicentes.
Muitas vezes a cura física pode não ser 100% possível, mas a transformação sempre representará a cura emocional/espiritual. O estado de paz e aceitação é na verdade a grande cura.
Muitas pessoas querem rapidamente entender o significado de sua doença, que muitas vezes foi cristalizada ao longo de vários anos de pouca identidade com seu processo de evolução e crescimento. E aí, impotente e vulnerável diante da doença, quer encontrar rapidamente a cura para se livrar da dor.
Não penso que seja uma questão matemática do tempo (anos construindo a doença = anos para a cura), mas tenho a certeza que as respostas a este mestre que é a doença, têm que ser encontradas pelo próprio dono do corpo.
Sempre podemos e devemos procurar esclarecimento lendo livros de metafísica da saúde, praticar uma alimentação amorosa e purgadora (Desintoxicante), fazer uso de terapias alternativas e buscar a orientação com profissionais competentes. Todos são mecanismos de acelerar o entendimento das mensagens deste mestre, viabilizando a cura.
Mas a resposta e a necessidade de transformação tem que vir necessariamente da própria pessoa.
Isto é inevitável, trata-se de uma alma que não suporta mais os entulhos emocionais, traumas, repressões e opressões, mostrando que algo está errado através de uma doença. É o indicativo de que internamente o stress emocional já chegou ao limite e agora ele passa a ser físico.
As respostas são 100% internas e pessoais. Individuais.
Alguém externo até poderá sugerir a causa, ajudar a encontrar o caminho para a cura dentro de si. Poderá ser uma forma de resolver seus problemas mais rapidamente. Mas, somente o dono do corpo tem a plena condição de aceitar, concordar e agir.
Existem pessoas que concordam, reconhecem a dificuldade, mas não agem. Outras que agem mas não conseguem ser determinadas, disciplinadas. Não funciona.
Existem pessoas que não conseguem introjetar (compreender, aceitar, concordar) o diagnóstico. Às vezes por medo, falta de fé ou força de vontade, falta de acreditar em si mesma, radicalismos em idéias, preconceitos e conceitos. A doença passa a ser um ópio para esquecer quem somos, esquecer de nós mesmos e agir fugindo das verdades internas.
Ser um ator externamente é muito fácil, todos nós o somos em nossas vidas, mas o difícil é sermos por dentro. Não conseguimos enganar nossa alma, nosso eu!
A proposta da Alimentação Desintoxicante é limpar este corpo em dificuldades físicas e de diálogo, para que, com lucidez cada vez maior e freqüente, consiga fazer esta busca interna de verdades e respostas.
A desintoxicação não dá a resposta, mas limpa as vias de acesso às células, órgãos e sistemas. Aumenta a capacidade de receber de forma mais límpida as respostas, os acessos aos caminhos da transformação e cura.
A Alimentação Desintoxicante é a minha proposta de um banho interno diário, onde temos a possibilidade de deixar sair tudo o que nos aprisiona e envenena, que nos cega para as oportunidades de crescer e buscar pela alegria de viver, de estar vivo, de estar num corpo físico em harmonia.
A Alimentação Desintoxicante não traz necessariamente a cura, mas a viabiliza.
Encerro esta seqüência de textos pedindo que todos nós, doentes ou não, sejamos cúmplices deste nosso instrumento de presença na terra. Esta é uma experiência mágica que precisa ser encarada com alegria e prazer.