Ação que faz bem ao Coração - Parte 4
por Conceição Trucom em Corpo e MenteAtualizado em 07/05/2004 11:52:57
Para quem está acompanhando esta série de textos, sabe que estamos falando da AÇÃO – atitude – de cuidar do nosso corpo físico usando não somente a razão, mas principalmente o sentir no coração.
O nosso corpo de carne e osso é um instrumento desta experiência “encarnatória”, e como tal deve ser tratado, um instrumento perfeito e divino. Somente através dele poderemos realizar todo o propósito desta experiência aqui na Terra, que é de pura evolução espiritual.
Vamos finalizar este tema, apesar de ser infinito, falando de um tipo de atividade física que une todas as dinâmicas de ação e alimentação: Os exercícios de ALONGAMENTO.
Desculpem a minha insistência, mas dos 5 alimentos – nutrição, hidratação, respiração, atividade física e relaxamento (meditação) – não tenho dúvidas que as duas pontas fundamentais desta corda que ativa a vida, estão na nutrição e na atividade física.
Assim, considero que é a partir da nutrição e da atividade física saudáveis, que a hidratação, a respiração e o relaxamento, acabam sendo automaticamente consumidos e aprimorados.
Nos últimos anos, muitas pesquisas têm demonstrado diretamente que grande parte dos problemas de saúde são provenientes de duas possíveis causas: alimentação inadequada e falta de atividade física.
A alimentação mais saudável e adequada já foi abordada (de leve) nos textos anteriores.
Sobre a atividade física, penso que o necessário entusiasmo pelo movimento não deve ser encarado como um modismo. Sabemos que o único meio de prevenir os males da inatividade é permanecer ATIVO, não por um mês ou um ano, mas por toda a vida.
É fenomenal a capacidade que o nosso corpo tem para recuperar-se das dificuldades e da inatividade, e portanto sabermos que sempre podemos recuperar uma existência mais saudável em qualquer idade. Basta que busquemos a prática de atitudes mais cúmplices com o nosso corpo físico, que, a partir de uma capacidade aparentemente milagrosa, ele irá recuperar-se em alguma instância.
E o que os exercícios de alongamento têm em comum com tudo isso?
Eles são elos importantes entre a vida sedentária e a vida ativa. Entre a rigidez e a adaptabilidade. Entre as estruturas resistentes aos movimentos e a versatilidade. Mantêm os músculos flexíveis, ajudam a concretizar todas as etapas de transição (da inação para a ação) e aliviam todas as tensões geradas pelas atitudes rígidas (de medo).
É gostoso praticar os exercícios de alongamento quando se procede da forma correta. Não exigem forçar limites e nem tentar fazer mais no dia seguinte. Não deve ser uma questão de competição particular, mas somente de observar até onde o alongamento alcança.
Os alongamentos devem ser feitos sob medida, segundo a estrutura muscular individual, a flexibilidade e os diversos níveis de tensão que cada um apresenta. O ponto-chave é a regularidade sem perder de vista o relaxamento.
O objetivo básico é a redução das tensões musculares, que irá provocar movimentos mais soltos, flexíveis, naturais e verdadeiros. Um corpo mais “soft” (macio), adaptável ao dar e receber.
Ao contrário da ação pela ação, ou da hiperatividade, fazer alongamentos não provoca tensões. É algo pacífico, preparativo, relaxante e não competitivo. As sensações sutis e revigorantes destes exercícios permitem-nos entrar em sintonia com nossos músculos, nos dando a liberdade de sermos nós mesmos e de sentirmos prazer com isso. Gostarmos disso. Mágico, não?
Qualquer um pode ficar em forma com uma série de exercícios de alongamento correta e ajustada às necessidades mais pessoais.
Como numa verdadeira prática meditativa, é necessário que se pratique devagar, com muita consciência corporal. Dar ao corpo e à mente tempo para se acostumarem na postura de relaxamento muscular. Começar leve e ser constante. Aos poucos, a partir da regularidade e freqüência, apreciar cada vez mais os movimentos.
A idéia é APRENDER o seu corpo e as necessidades que o animam. Ser capaz de desenvolver todo o seu potencial da força, flexibilidade, resistência e criatividade.
Quando fazer?
A vantagem dos exercícios de alongamento é que podem ser realizados a qualquer hora: no trabalho, no carro, esperando na fila, andando pela rua, após uma subida, na praia ou em casa. Alongamentos são imprescindíveis antes e após atividades físicas ou esportivas.
De manhã antes de iniciar o dia
No trabalho para aliviar tensões e marcar um intervalo (respiro) entre tarefas
Depois de longos períodos sentado ou em pé
Quando sentir o corpo parcial ou totalmente tenso
Como um exercício diário
Como fazer?
Existe um livro que penso todos deveriam ter em sua casa que chama-se: “ALONGUE-SE”, de Bob Anderson, Summus Editorial. Nele, existem indicações de séries de exercícios de alongamentos básicos e também dos direcionados para esportes ou problemas específicos.
Mas, seguindo as orientações básicas deste fantástico autor, apesar de ser fácil praticar os exercícios de alongamento, existe o modo certo e o modo errado de os executar.
Modo Certo: Alongar relaxando num movimento estável, ao mesmo tempo em que a atenção se focaliza sobre os músculos que estão sendo alongados.
Alongamentos praticados da forma correta e regular ativam movimentos corporais cada vez mais fáceis. Levará algum tempo para soltar os músculos tensos ou grupos musculares enrijecidos, mas a cada prática percebe-se um estado novo de bem estar.
Modo errado: Infelizmente o mais praticado por muitos professores e pessoas: Balançar-se para cima e para baixo, ou alongar-se até sentir dor. Ambos podem causar mais danos que benefícios, ou seja, aumentar as tensões.
Alongamento suave: Ao iniciar um exercício de alongamento, conte de 10 a 30 segundos como um alongamento suave. Nada de forçar com balanceios! Vá até onde sentir uma pequena tensão e relaxe, porém sustentando o alongamento do grupo muscular proposto. Este alongamento suave reduz a tensão muscular e prepara os tecidos para o alongamento progressivo.
Alongamento progressivo: Após o alongamento suave, avance lentamente e alongue mais uma fração de centímetro, até novamente sentir uma tensão pequena. Sustente novamente a postura por 10 a 30 segundos. Mantenha o controle, pois a tensão deve diminuir. Este alongamento “regula” os músculos e aumenta a flexibilidade.
Respiração: Deve ser lenta, rítmica e controlada. Se você estiver se curvando para a frente num determinado alongamento, expire conforme for se curvando e, a seguir, inspire devagar enquanto estiver sustentando o alongamento. Não segure a respiração enquanto alongando.
Boa prática!