10 Passos: Respostas - Parte 1
por Izabel Telles em EspiritualidadeAtualizado em 05/11/2004 12:33:47
Quando comecei a escrever os 10 passos para você se tornar seu mestre, prometi que ao final desta série iria responder aos e-mails que fosse recebendo ao longo da proposta. E é isso que começo a fazer a partir desta semana.
Dentre as centenas de e-mails que recebi, escolhi este que, já no início da resposta, você vai entender o porquê.
Receba um abraço na alegria, na luz e na paz!
From: -----
To: Izabel Telles
Data: Nov. 2004
Assunto: MINHA ALMA ESTÁ MORRENDO!
Bom dia,
O que fazer quando parece que você conhece cada pessoa, sabe falar palavras bonitas, sabe encorajar estas pessoas e não consegue desatar os nós que deram no cadarço do seu tênis, unindo um ao outro e quando você tenta caminhar cai.
Lógico, o óbvio seria tirar os tênis e andar descalça, foi o que fiz e de repente
senti duas enormes correntes apertando todo o meu corpo, quanto mais tentava sair delas mais apertada ficava.
Através de terapia, de livros, de escutar alguns comunicadores, consegui achar as chaves do cadeado das correntes que me esmagavam. Porém - hoje com 39 anos completados no dia 28/09 - vejo diversos caminhos, experiências vividas que me deram alicerce para meu autoconhecimento, mas não consigo sair do
lugar.
Peço a Deus que me devolva o sentir. Deus quero sentir pelo menos raiva, não consigo. Não sou coitadinha de mim!! Não quero dramatizar quero que você me ajude a sentir. Quero ter coragem de correr riscos e se vier o arrependimento que eu o receba como aprendizado.
Hoje queria estar integrada numa tribo indígena, distante da maldade, da inveja, nem que eu venha a descobrir que lá também existe tudo isso.
Dizem: “Você é linda, tem uma luz”.
Cadê, me mostra, me ensina a ver, me ajuda para que eu possa ajudar outras
pessoas, meus filhos...
Não estou conseguindo respirar, estou me sentindo culpada por meus filhos, será que quando a Elis cantava a música "Casa no campo", ela sentia muita tristeza?
Durante anos me programei para fazer o Reiki, mas só me programei, sempre surgiam obstáculos. Preciso respirar, por favor me preste os primeiros socorros, quero renascer, pois hoje quando acordei, queria morrer e descobri que já estou morta faz tempo.
"Eu quero a esperança de óculos, meu filho de cuca legal, eu quero”....
Minha querida leitora,
Quero lhe dizer que recebi seu e-mail. Quero lhe dizer que ele é parecido com centenas de e-mails que recebi ao longo da minha existência. O mesmo conteúdo, o mesmo grito, a mesma mão pedindo socorro no meio da areia movediça. Portanto, minha querida leitora, você nunca esteve só.
Espero que este artigo-resposta a encontre sentada em frente a uma tela de computador e que consiga, antes de prosseguir, fechar os olhos e aceitar da Mãe Divina um sopro de ar que entra pelas suas narinas, percorre todas as suas células e sai pela sua boca jogando aqui pra fora tudo que já não precisa mais ficar dentro do seu peito. Aceite este sopro mais uma vez... mais uma vez... e mais uma vez.
Receba este sopro de vida que não lhe custou nada. E nunca vai lhe custar nada. Apenas o esforço de respirar profundamente e arejar o seu sistema de crenças que, sem ar, continuará uma “esperança sem óculos”.
Nada que tem vida,tem vida sem ar. Tudo que tem vida respira. E ao clamar pela vida você pede por mais ar. Você pede que seus pulmões se abram para que o ar possa ampliar a sua capacidade de viver.
Respire novamente. Apenas respire. E deixe sair pela sua boca em forma de uma fumaça escura tudo que suas células não precisam mais saber. Respire mais uma vez e deixe sair pela sua boca em forma de palavras tudo que sua mente racional coleciona. Deixe sair os livros que leu, as aulas que ouviu, os conselhos, o “certo e o errado”, o “pode e não pode”. Respire mais uma vez e deixe sair pela sua boca em forma de fumaça escura as chaves e os cadeados, as correntes, o tênis e seus cadarços, os elogios e as criticas, os gritos, a solidão, os dias de trovões fortes e chuvas ácidas. Respire o azul do céu.
Deixe o azul do céu preencher os lugares antes ocupados pelas idéias tóxicas que suas células armazenavam e deixe que a simplicidade do essencial preencha os vazios. O essencial não ocupa muito espaço. Ele apenas é. Como o sol, a lua, o mar, o rio, a água, a terra, as frutas que brotam no meio dos espinhos. A RESPIRAÇÃO.
Respire mais uma vez o azul do céu e deixe que ele circule por todas as suas veias renovando o seu sangue, eliminando as partículas que os pensamentos pessimistas e destrutivos trouxeram para a sua vida. E deixe todo este lixo sair pela sua boca em forma de fumaça escura.
Respire mais uma vez e aceite que sua vida está mudando de rumo e que toda mudança traz medos e dúvidas. Respire e perceba que você já não é mais agora o que foi ha um minuto atrás. Há dois dias atrás. Há dez anos atrás. Você é nova todos os minutos e se renova a cada segundo. Deixe sua vida andar. Não impeça o fluxo. Respire e sinta-se num rio sendo conduzida pelas águas deste rio. Não controle mais nada. Não faça decretos. Não ouça a Elis. Nem ela teve a tal casa no campo. Isso é utopia. É tudo ilusão. Não se sustenta muito tempo. É como um cone de sorvete. Gostoso só por 5 minutos. Depois some, perde a consistência, já não alimenta mais. Faz parte daquilo que eles querem que você acredite. A casa no campo está dentro do seu coração. Lá tem campo, tem rio, tem pássaros, tem músicas que ninguém ainda gravou. Não fuja do seu coração. Ele sabe quem você é e para onde você tem que ir.
Faça silêncio por 21 dias, vire seus ouvidos para dentro e escute a voz do seu Grande Espírito. Ele conhece todos os caminhos de trás pra frente. Ele conhece os obstáculos e como contorná-los. Saia deste emaranhado e desgrude seu corpo da teia da sua velha história.
Comece um novo livro sobre a sua vida. E saiba que seu filho só vai ter uma “cuca legal” se você viver e mostrar para ele o que é uma “cuca legal”.
Uma “cuca legal” pode ser um lugar novo, aberto, arejado, onde cada um de nós é o diretor de um novo filme que queremos viver.
Vamos, dê o primeiro passo. Dê as costas para seus pensamentos repetitivos, para o seu ego faminto, para a sua necessidade de ser aceita e amada por todos. Isso também é efêmero como um grande chumaço de algodão doce. Não dura. Não sustenta. Não alimenta.
Vamos, fortaleça seu íntimo, desvende a porta da sua Catedral interna, abrace sua fortaleza que tudo sabe e tudo vê. Vamos, feche os olhos... e veja.
Então, mais uma vez e mais uma vez, respire e só então abra os olhos.
Com Amor
