A beleza da vida
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 06/01/2003 11:34:52
A maioria dos seres humanos já sentiu, em algum momento da vida, como se o mundo tivesse repentinamente se tornado totalmente cinzento e sem nenhuma cor.
Esta sensação sempre está relacionada ao nosso estado interior. A “noite negra da alma” contamina com sua escuridão tudo o que está à nossa volta. A origem de nosso sofrimento vem da negação de um princípio bastante simples: a vida é dor e prazer. Por isso, devemos vivenciar cada um destes momentos, quando eles se apresentam, sem esquecermo-nos de seu pólo oposto.
Quando a alegria bate à nossa porta, é fundamental que nos entreguemos com toda a intensidade, sabendo que ela é efêmera como a própria existência. Não deixemos escapar as oportunidades de ser feliz, sejam quais forem os motivos.
Do mesmo modo, quando a dor se apresentar, devemos encará-la de frente, vivenciando-a, porém, com o sentimento interior de que ela também passará, como tudo o mais.
É preciso um esforço consciente para não permitir que o sofrimento nos torne cegos à beleza da vida. Sempre é possível recuperar a alegria de viver, basta que desejemos isto com todo o poder de nossa vontade.
Aliviar o sofrimento alheio pode ser um poderoso antídoto contra a nossa própria dor e é um valioso instrumento de cura, capaz de trazer de volta a cor ao nosso mundo cinzento.
Olhar à nossa volta, buscando encontrar no cotidiano razões que nos encham o coração de alegria, é um exercício que deve ser repetido diariamente, quando o desânimo toma conta de nós.
Mantenha a mente sintonizada com tudo o que a vida tem de belo. E reflita sobre as palavras de um maiores poetas de nossa música popular, Luis Gonzaga Junior, o Gonzaguinha, numa de suas composições mais inspiradas:
E a vida, e a vida o que é, diga lá meu irmão,
Ela é a batida de um coração, ela é uma doce ilusão?
Mas e a vida, ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é, o que é, meu irmão?
Há quem fale que a vida da gente é o nada do mundo,
É uma gota, um tempo, que nem dá um segundo,
Há quem fale que é um divino mistério profundo,
É um sopro do Criador, numa atitude repleta de Amor,
Você diz que é luta e prazer,
Ele diz que a vida é viver,
Ela diz que o melhor é morrer, pois amada não é,
E o inferno é sofrer,
Eu só sei que confio na moça,
E na moça eu ponho a força da FÉ,
Somos nós que fazemos a vida,
Como der, ou puder ou quiser,
Sempre desejada, por mais que esteja errada,
Ninguém quer a morte,
Só SAÚDE E SORTE,
E a pergunta roda, e a cabeça agita,
Eu fico com a pureza da resposta das crianças,
É a vida, É BONITA, E É BONITA.
VIVER e não ter a vergonha de ser FELIZ,
Cantar e cantar e cantar, a beleza de ser um ETERNO APRENDIZ,
Ah, Meu Deus, eu sei, eu sei, que a vida devia ser bem melhor, E SERÁ,
Mas isso não impede que eu repita:
É BONITA, É BONITA, E É BONITA