A criança interior
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 08/04/2020 11:34:58
Todos nós carregamos, ao longo de toda a nossa vida, a criança que fomos um dia. Se na infância uma pessoa teve experiências positivas, enriquecedoras, onde sua auto-estima foi fortalecida, ela se tornará um adulto seguro e equilibrado, que sempre vai estabelecer relacionamentos harmoniosos.
Mas, se ao contrário, não houve em sua trajetória atenção e estímulos permanentes aos seus talentos e habilidades ou houve repressão e excesso de exigência, a insegurança direcionará todas as suas ações.
Todas as emoções, vivenciadas por nós na fase infantil, seguem armazenadas em nosso inconsciente e influenciam as relações que estabelecemos na vida.
Sem que tomemos consciência delas, torna-se difícil superar as dificuldades e os bloqueios que muitas vezes sentimos na relação com as outras pessoas. Nossa tendência predominante é culpá-las por não corresponder às nossas expectativas ou satisfazer nossos desejos.
Assim como a criança se enraivece quando sua vontade é contrariada, também reagimos de modo infantil quando não temos nossas expectativas preenchidas. A mágoa e o ressentimento logo tomam o lugar do amor que acreditávamos sentir.
O ser humano inseguro e carente de aprovação externa se apega àquele que lhe dá atenção, numa dependência perigosa, que pode levá-lo a fazer muitas concessões para garantir o amor e a aceitação do outro.
Estabelecer relações maduras e saudáveis é uma condição essencial para a nossa felicidade. Mas para que isto se torne possível, precisamos acessar as emoções inconscientes de nossa criança interior, compreendê-las e integrá-las, pois, somente assim, a cura se torna possível.
Em outubro, acontecerá pela primeira vez em São Paulo, o workshop vivencial "A criança interior nos relacionamentos", destinado àqueles que desejam se conectar com sua criança interior e a lidar positivamente com ela.
Para mais informações, escrevam para o meu email.
"Para o apego, a consciência não é necessária; ao contrário, a consciência é a barreira. Quanto mais consciente você se torna, menos você será apegado, porque a necessidade de apego desaparece.
Por que você quer estar apegado a alguém? Porque sozinho você sente que você não se basta. Você sente falta de alguma coisa. Algo fica incompleto em você. Você não é inteiro. Você precisa de alguém para completá-lo. Daí, o apego.
Se você está consciente, você está completo, você é inteiro - o círculo está completo agora, não está faltando nada em você - você não precisa de ninguém. Você, sozinho, sente uma total independência, uma sensação de inteireza.
Isso não quer dizer que você não amará as pessoas, ao contrário.... mas, então, o amor tem uma dimensão totalmente diferente: ele não é apego, ele não é dependência. Vocês serão dois agentes livres, dois seres totais, inteiros, se encontrando. Esse encontro será uma festividade, uma celebração - não uma dependência. Esse encontro será uma alegria, uma brincadeira".
Osho, The Book of the Secrets.