A sabedoria de Chuang-Tzú
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 23/05/2002 17:46:45
Quando morreu a esposa de Chuang Tsú, Hui Tzú foi apresentar-lhe condolências. Ele encontrou o viúvo sentado no chão, cantando, com as pernas esparramadas em angulo reto e marcando compasso numa tigela.
"Viver com a esposa", exclamou Hui Rzu, "e ver o filho mais velho tornar-se adulto, e depois não verter uma lágrima sobre o cadáver dela - isto seria muito ruim. Mas tamborilar numa tigela, e cantar, certamente, isso é o cúmulo.
"De maneira alguma" - respondeu Chuang Tsu. "Quando ela morreu, não pude deixar de ser afetado pela sua morte. Logo porém, lembrei que ela já tinha existido num estado anterior, antes do seu nascimento sem forma ou mesmo substância; que, embora naquela condição incondicionada, foi acrescentada uma substância ao espírito; que essa substância então assumiu forma; e que o próximo estágio foi o nascimento; e agora, em virtude de uma mudança adicional, ela está morta, passando de uma fase para outra, como a seqüência da primavera, verão, outono e inverno.
E, enquanto ela está assim deitada, adormecida na Eternidade, ficar por aí chorando e lamentando seria para mim proclamar-me ignorante dessas leis naturais.
Portanto me abstenho."