A Verdade
por Saul Brandalise Jr. em EspiritualidadeAtualizado em 20/08/2004 12:18:52
Confesso que ando um pouco afastado de minha religião. Sou Católico mas acredito na reencarnação. Portanto acabo tendo a minha própria religião cujo primeiro mandamento diz: “Não faça aos outros o que não quer para si”.
Por que me afastei de minha religião?
Acho que ela não deve se meter em política. Quando faz isso discrimina e vai para uma seara que não conhece...
Recentemente tive o prazer de conhecer o Bispo da Diocese de Toledo, Dom Anuar Battisti e fiquei impressionado com sua bondade e singularidade.
Hoje, ao consultar minha caixa postal no computador encontro a seguinte mensagem que a amiga Luciane Daux me enviou. Imediatamente me lembrei de Dom Anuar e em seu nome quero dividir contigo esta preciosidade à qual Dom Orlando deu “vida”.
Família e Diálogo
Dom Orlando Brandes - Bispo da diocese de Joinville
- Todo o diálogo é um “ato de confiança” no outro. O desconfiado se fecha, sente-se ameaçado, tem medo de ser traído, incompreendido, explorado. Confiança e fé no outro, e assim se abrem as portas da confidência, da intimidade, da comunicação, da amizade. É a confiança que nos leva até a verdade e facilita a troca de sentimentos, de convicções, de problemas e de sucessos. Sem confiança não há diálogo verdadeiro.
O diálogo requer a “comunicação de sentimentos”. Falar idéias é fácil. Externar o que sentimos é mais exigente, porque o sentimento não engana. Quando falamos os sentimentos não entramos em discussão, porque os sentimentos são respeitados. Sempre acolhemos a quem se abre e confidencia seus sentimentos, e isso nos fraterniza. Percebemos que somos iguais. O que é bloqueado se torna energia destrutiva; o que é falado é curado.
- A beleza do diálogo requer a “fala das emoções”. É dar nome às emoções. Isso cria intimidade. As emoções não faladas não são resolvidas, e o que “a gente não resolve, a vida devolve”. Emoções trancadas geram futuras doenças e acabam por bagatelizar o diálogo. Emoções não faladas provocam murmuração, briga, lágrimas, raiva. Quem represa emoção, reforça a agressão. O que negamos nos faz cair. Emoções reprimidas não morrem, explodem em outros momentos inoportunos.
- A lei de ouro do diálogo é “não invadir”. Quando digo: eu sei o que você está pensando; eu vou lhe mostrar como você está errado; ou quando acusamos, criticamos, aconselhamos, damos ordens, estamos invadindo. Outro jeito de invadir é colocar expectativas altas demais e descabidas na conversa. Quanto maior a expectativa, maior a frustração. “Querer que o outro adivinhe o que eu quero” é uma expectativa irreal. Ninguém é obrigado a responder às expectativas dos outros.
- No diálogo sempre se diz “a verdade com caridade”. A verdade dita de forma agressiva, sem caridade, destrói. As verdades ditas com jeito, com educação, com carinho, comovem. A verdade sem caridade é assassina. O jeito de dizer a verdade é um grande segredo do sucesso do diálogo.
- Dialogar é “dizer o amor”. As pessoas precisam saber que são amadas. Onde há amor, o diálogo não fere; pelo contrário, cura, liberta, constrói. Diálogo é para criar pontes e destruir muros; é uma escola de vida. Deus, ao se revelar à humanidade por meio de Moisés, “falava com ele como um amigo”. Jesus, o filho de Deus, é a palavra, o verbo, o diálogo personificado, feito carne. Onde está o diálogo, ali está Deus.
De “A Notícia”, 07/08/2004
Não expressamos a nossa verdade apenas em nossas palavras mas também em nossos gestos e atitudes. A verdadeira atitude de reconhecimento é elegermos quem deve ocupar o nosso espaço.
Hoje me curvo e faço reverência ao um homem de Deus: Dom Orlando Brandes.
Sei que nos veremos.
Beijo na alma.