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Alegria

por Elisabeth Cavalcante em Espiritualidade
Atualizado em 10/01/2007 16:48:13


“É melhor ser alegre, que ser triste
A alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração” -
(Samba da Benção - Vinicius de Moraes/Baden Powell)”


A alegria, acreditemos ou não, é algo plenamente acessível a qualquer ser humano. É claro que para muitas pessoas a vida apresenta desafios monumentais que podem comprometer seriamente sua capacidade de ser feliz.

Se na infância, a alegria, a inocência e a felicidade natural com que todos nascemos não for nutrida e estimulada, rapidamente serão substituídas pela dor e o sofrimento e a infelicidade passará a ser a nossa natureza, uma falsa natureza, moldada pelo mundo exterior.

Ao longo da vida, temos a tarefa de redescobrir a felicidade que nos é intrínseca e que constitui nossa verdadeira e única natureza. Nosso ser interior, aquele que não se deixa machucar, iludir nem destruir pelas circunstâncias exteriores, espera para ser re-descoberto, e trazer de volta a alegria, a paz e a serenidade que tanto desejamos.

Se estivermos dispostos, a cada dia, a descobrir motivos para rirmos e nos sentirmos felizes, apesar das dificuldades e desafios que sempre se apresentam, certamente uma nova face da existência se abrirá para nós, e algo que muitas vezes parecia inatingível, se tornará tão simples e acessível quanto o ato de despertar.

“RISO

Quando uma criança nasce, a primeira atividade social que ela aprende, ou talvez não seja certo dizer aprende, porque ela já traz consigo mesma; é sorrir. A primeira atividade social. Sorrindo ela se torna parte da sociedade. Parece muito natural, espontâneo. Outras coisas virão depois; essa é sua primeira centelha de vida de estar no mundo, quando ela sorri.

... Rir é a primeira atividade social e deve permanecer a atividade social básica. A pessoa deve continuar rindo por toda sua vida. Se você puder rir em todo tipo de situação, você se tornará capaz de enfrentá-las e esse encontro lhe trará maturidade. Não estou dizendo para não chorar. Na verdade, se você não puder rir, você também não pode chorar. Eles estão juntos; eles são parte de um fenômeno: de ser verdadeiro e autêntico.

Existem milhões de pessoas cujas lágrimas secaram; seus olhos perderam o brilho, a profundidade; seus olhos perderam o líquido, porque eles não podem prantear, eles não podem chorar, as lágrimas não podem fluir naturalmente. Se o riso for frustrado, as lágrimas também serão frustradas.
Só a pessoa que ri bem pode chorar bem. E se você pode chorar e rir bem, você está vivo. O homem morto não pode rir e não pode chorar. O homem morto pode ser sério. Observe: vá e olhe para um cadáver; o homem morto pode ser sério de uma maneira mais habilidosa do que você possa ser. Só um homem vivo pode rir e chorar e lamentar.

Esses são humores de seu ser interior, esses são climas enriquecedores.
Mas, pouco a pouco, todo mundo esquece. O que era natural no princípio se torna artificial. Você precisa de alguém para lhe provocar o riso, lhe beliscar para o riso; só assim você ri. Eis porque tantas piadas existem no mundo.

O riso traz vigor. Agora, mesmo a ciência médica diz que o riso é um dos mais profundos remédios que a natureza providenciou para o homem. Se você puder rir quando você estiver doente você obterá logo sua saúde de volta.
Se você não puder rir, mesmo que você esteja saudável, mais cedo ou mais tarde você irá perder sua saúde e você ficará doente.

O riso traz alguma energia de sua fonte interior para a superfície. A energia começa a fluir, segue o riso como uma sombra. Você já observou isso? Quando você realmente ri, nesses poucos momentos você fica num profundo estado de meditação. O pensar cessa. É impossível rir e pensar ao mesmo tempo. Eles são diametralmente opostos: ou você ri ou você pensa. Se você realmente rir, o pensar cessa. Se você ainda está pensando, o riso será apenas passável, será somente assim-assim, retardado. Será um sorriso deformado.

Quando você realmente ri, subitamente a mente desaparece. Até onde conheço, dançar e rir são as melhores, as portas mais naturais e facilmente abordáveis. Se você realmente dançar, o pensar pára. Você vai e continua, você gira e gira e você se torna um redemoinho: todas as fronteiras, todas as divisões desaparecem. Você nem ao menos sabe onde seu corpo termina e onde a existência começa. Você se dissolve na existência e a existência se dissolve em você; há uma sobre-camada de fronteiras. E se você está realmente dançando; não administrando a dança, mas permitindo ela lhe
administrar, permitindo-a lhe possuir; se você está possuído pela dança, o pensar pára.

O mesmo acontece com o riso. Se você estiver possuído pela risada, o pensamento pára. E se você conhecer uns momentos da não-mente, esses vislumbres lhe prometerão muito mais recompensas que estão para vir. Você precisa apenas se tornar mais e mais do tipo, da qualidade, da não-mente.
Mais e mais, o pensar tem que ser abandonado.

O riso pode ser uma bela introdução para o estado de não-pensar.

Na hora que você achar que o sono se foi, primeiro comece a rir, então abra os olhos e isso se tornará uma tendência para todo o dia. Se você puder rir de manhã cedo você irá rir o dia todo. Você terá criado uma cadeia de efeitos; uma coisa leva a outra. O riso conduz para mais riso.

Quase sempre tenho visto as pessoas fazendo exatamente a coisa errada.
Desde manhã cedo elas levantam da cama se queixando, mal humoradas, tristes, depressivas, miseráveis. Então uma coisa leva a outra... e por nada. E elas ficam zangadas... isso é muito ruim porque isso irá mudar seu clima por todo o dia, irá fixar um padrão para todo o dia.

Tente isso! Comece e termine seu dia com riso e você verá que, pouco a
pouco, entre esses dois, mais e mais riso começa a acontecer.


Osho, Extraído de: A Sudden Clash of Thunder


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elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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