Àquele que ama, tudo é permitido
por Wilson Francisco em EspiritualidadeAtualizado em 14/10/2005 11:20:03
Um amigo que conheci pela Internet, me diz que é espiritualista, comportado, estudioso, pesquisador, curioso e quer saber como fica a vida de um ser fixado em sexo, sem parceiro definido, com diversas parceiras sexuais. E acrescenta, como fica a vida dos artistas que trocam de parceiros(as) constantemente...
Santo Agostinho, autoridade da Igreja, ensina que “para aquele que ama, tudo é permitido”. E lendo o livro Madalena, escrito pelo professor José Herculano Pires, encontro a informação e um profundo estudo sobre a postura de Jesus diante de Madalena, a cortesã. Ela foi perdoada porque muito amou e apesar da recepção fria e acusatória dos discípulos, foi incluída entre os seguidores do Mestre, sendo designada para cuidar dos doentes que viviam no Vale dos Leprosos.
Jesus, quando examina, como mestre, a situação espiritual dessa mulher, consegue ver o quanto de amor ela tinha no coração. De suas palavras e decisão, concluo que Madalena dava seu corpo para os homens, mas a sua busca era outra; ela queria amar e ser amada.
O ser humano na atualidade está aprendendo ainda a manejar seu corpo, a utilizar suas energias; poucos sabem dirigir o seu olhar. Há pessoas cujo olhar irradia ódio, outros uma sexualidade primitiva e uns poucos conseguem oferecer com os seus olhos luz, paz e amizade. E as mãos, você tem absoluta certeza de que sabe o que fazer com suas mãos? Há toques que incendeiam paixões, acalmam ou indicam caminhos. O corpo humano ainda é um mistério, para muitos.
O câncer, a úlcera, o AVC, a doença de Alzheimer e tantas outras que inviabilizam a existência de muitas criaturas, são oriundas da falta de amor. Há pessoas que, desamadas, se punem e bloqueiam com tamanha intensidade seus canais energéticos, que acabam criando nódulos que maltratam o fígado, os seios, etc.
O ser humano, transitando da animalidade para a espiritualidade, permeou de primitivismo suas atitudes básicas. O macho carregava sua fêmea pelos cabelos e usava-a para a procriação.
No entanto, com a evolução do ser e o desenvolvimento de sua capacidade de pensar e sentir, o chakra genésico deixou de ser um módulo procriativo para se transformar num centro de criatividade. As energias do SABER e do SENTIR, oriundas do chakra coronário e cardíaco, se irradiaram para outros centros de força, direcionando-os para mais sagradas funções. E o homem e a mulher poderão assim, nessa nova dimensão do existir, conhecer e saborear o sexo com inteligência e amor. Esta nova situação traz para as criaturas o prazer e com ele, a responsabilidade de utilizá-lo para a criatividade fora dos parâmetros do renascimento de corpos, para transitar pelos caminhos do ressurgimento de talentos e virtudes.
Nos primórdios a poligamia era praticada sem prejuízo da consciência do Ser, ainda primitivo. Com o conhecimento e consciência surge a monogamia, agregando também os valores da eugenia, que determina o quanto pode ser melhorado o resultado de uma relação sexual quando o sexo é seletivo, ou seja, com uma parceira escolhida por determinação do amor.
Eu me aventuro até a dizer que a Aids está na Terra por causa da grande promiscuidade e o Universo permitiu a invasão desse vírus, denominado por um cientista como Entidade, para que, tanto o homem como a mulher, deixassem a promiscuidade que surgiu com o advento do sexo livre.
Então, meu amigo Horst Brack, faço minhas as palavras de Santo Agostinho: “Para aquele que ama tudo é permitido”.
Todavia, sabe-se que a pessoa que ama de verdade é sempre fiel e deseja fidelidade. Ou será diferente? Há pessoas que são “vidradas” em sexo e se dão o direito de multiplicar relacionamentos para atender esse desejo insaciável. Será que estas criaturas amam ou querem apenas ser saciadas em seu prazer de ter e conquistar... E se essa pessoa procurasse novos caminhos, realizasse experiências no sentido de desenvolver talentos na arte de escrever, pintar ou cantar... Ou ainda, se elas se dispusessem a participar de atividades de filantropia, auxiliando instituições nobres, será que poderiam se modificar? Acredito que sim. A vida na Terra é um grande palco onde estamos colocados ou nos colocamos para desempenhar virtudes e aprender outras. E a grande sacada desse século está sendo a transformação. Tudo está em ebulição. Alteram-se todos os valores da sociedade. O povo é participativo. Os políticos são punidos por corrupção. Os Estados Unidos são desestabilizados por aviões bombas e por furacões saneadores. Os povos mais humildes crescem na economia, surgindo estados emergentes que gravitam no Universo do poder.
Os artistas sobrevoam o Universo do prazer, arrastados pela imanência energética e emocional das histórias e personagens. E deixam vazar de suas entranhas, junto com a arte de representar, sentimentos represados e muitas vezes desajustados. Abandonam-se ao amor, para privilegiar a arte ou premiam suas vontades e necessidades, abdicando de amar. Por quem és tu, amigo?
Para mim, nenhuma dessas atitudes representa situações simplesmente cármicas, desenhadas em nossa atmosfera e movimentadas por uma força aleatória, que impõe ao ser humano o cumprimento de deveres fora de sua vontade e responsabilidade. Cada atitude na existência atual sempre será fruto da vontade da criatura, por sua exclusiva iniciativa, mesmo que subordinada a um esquecimento que não nos é imposto, mas que significa que ainda temos que aprender bastante para trilhar esse esplendoroso caminho do amor, que eternamente nos premiará com todos os direitos referentes ao ser divino que somos.