Armadilhas da Mente
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 20/05/2010 16:49:59
Para que possamos nos libertar de muitas das angústias e ansiedades das quais somos vítimas, é essencial que tomemos consciência dos processos que envolvem a mente.
Sempre que algum desejo muito intenso é frustrado, ela imediatamente nos leva a sentir aquele acontecimento como uma verdadeira tragédia. A intensidade do desejo é sempre determinada pelo grau de sentimentos e emoções que ele envolve.
De modo geral, os desejos ligados à nossa afetividade, - aquela dimensão da vida na qual costumamos depositar todas as nossas esperanças de realização -, são os que mais fortemente nos levam a um estado de depressão e infelicidade.
Sempre que nos encontrarmos nesta situação, precisamos ser capazes de refletir, com toda a isenção possível, porque colocamos sobre o outro a responsabilidade de determinar o nosso valor.
Além disso, é imprescindível não permitir que esta questão assuma uma dimensão dramática, existencial, como se nossa própria sobrevivência estivesse ameaçada por aquele acontecimento.
O ego, aquela porção de nós que vive o tempo todo na dependência de aprovação pelo mundo exterior, tende a nos levar a esta posição de vítimas e a colocar sempre no outro o papel do vilão. Entretanto, precisamos nos lembrar de que ninguém pode, por mais que queira, nos destruir ou estilhaçar nossa segurança, se não lhe dermos este poder.
Aprender a manter-se alerta e consciente, das próprias virtudes e qualidades, é o melhor meio de nos defendermos das armadilhas em que a mente sempre insistirá em nos enredar. Uma auto-estima sólida é a chave para que nos blindemos contra qualquer forma de rejeição ou frustração de nossas expectativas.
“Por que levar tudo tão a sério?
Olhe para o espaço, olhe para trás, olhe para frente, olhe para todas as dimensões do que você é, do que sua vida é. Ela parece um sonho comprido e todas as coisas que você leva tão a sério neste momento se tornam inúteis no próximo momento. Você pode nem mesmo se lembrar daquilo.
Lembre de seu primeiro amor, quão sério ele era. A vida dependia dele. Agora você, absolutamente, não se lembra; ele está esquecido. E do que quer você esteja pensando que sua vida depende hoje, será esquecido. A vida é um fluxo, nada permanece. Ela é como um filme passando, tudo se transforma em outra coisa. Mas, no momento, você sente a coisa muito seriamente e fica perturbado”.
Osho, The Book of the Secrets.