Como vencer os medos de cor violeta - Parte 2
por Isabel Romanello em EspiritualidadeAtualizado em 18/02/2005 12:38:54
(tonalidades do lilás ao roxo)
“O destino não está fora, mas dentro de nós mesmos. Cada homem é senhor do seu destino e de sua razão”.
EMERSON
Estamos em busca de reconhecer e compreender essa razão da qual somos senhores, lembra-se?
Todos nós, seres humanos, temos uma RAZÃO MAIOR que se relaciona, incondicional e inevitavelmente com a RAZÃO MAIOR da própria Vida. É essa mesma RAZÃO que “gerencia” e comanda a Vida como um Todo, as nossas vidas individuais e as nossas existências pessoais, mesmo que estejamos desatentos sobre tal fato.
Em nossa realidade existencial, mantemos contato com a “pessoa” que estamos sendo aqui neste planeta, quando nos relacionamos com o meio através do corpo que ocupamos, numa condição relativa e cíclica que experiência o Tempo X Espaço no cotidiano da vida.
Em paralelo à RAZÃO MAIOR, muitas outras Razões Menores estruturam os vários objetivos que assumimos, que se concluem dia-a-dia e se realizam, em paralelo, simplesmente para que ela, a RAZÃO MAIOR, possa ser atingida, cumprida e alcançada essencialmente.
Entretanto, somente podemos reconhecer e atingir essa RAZÃO MAIOR, se nossa Essência Vital assume o comando de nossas buscas a partir da orientação que ela recebe de nossas mentes! Mas, “quem” ou “o que” é essa Essência em nós?
Estamos, desde o artigo anterior, discutindo a importância de se compreender muito bem essa história das “Razões da Vida” para que possamos, efetiva e conscientemente, atuar perante nossas realidades como senhores de nossas razões. É assim que poderemos comandar nossas vidas para o alcance de tudo o que almejamos, para o encontro de uma plena realização e para a vivência de um sentido interior de verdadeira felicidade. Isso nos permitirá, naturalmente, externalizar harmonia e bem viver!
A Razão Maior é aquela que estrutura o Grande Objetivo de nossas vidas. Aquele primordial! Único!
Comum a todos nós, esse grande objetivo é o mesmo para todos os seres humanos! A Razão Maior comanda o desenvolvimento interior e natural da mais PURA EXPRESSÃO DO AMOR! Esse é o primordial objetivo de nossas vidas. Desenvolver o Amor dentro e fora! Perante nós mesmos e perante tudo e todos!
Entretanto, num segredo evolucional que gerencia nossas propostas pessoais e individuais, somente é possível alcançar este Grande Objetivo, fruto de nossa Razão Maior, se formos concluindo nossas expressões cotidianas em pequenas sínteses de amor que se somam. Só podemos alcançar nosso Grande Objetivo através do alcance acertado de cada um dos muitos menores objetivos que estruturamos dia-a-dia. Mas, como acertar esse alcance? Como fazer para amar de verdade? O que é preciso fazer para acertar? Por que erramos tanto em nossas muitas tentativas? É preciso descobrir isso!
De uma mesma forma, somente descobriremos as “razões” de nossos objetivos “menores”, assim como as nossas próprias razões em os estamos alimentando, se buscarmos a essência de cada um desses objetivos. Jamais esquecendo que, acima de tudo, essa essência e suas razões devem respeitar a nossa própria e Maior Razão.
Somos seres essencialmente espirituais! Voltando à referência de nossa caneta no artigo anterior, se você espera a resposta à questão “e o que é a tinta em nós”? A “tinta” em nós, ou a nossa essência, é um ESPÏRITO! A tinta ou a essência em nossas vidas é o nosso “EU”! A entidade espiritual que sabe – lá dentro – os “o quês”, “como” e “porquês” de nossas vidas. O Ser que somos. Que vê através dos olhos, que ouve através dos ouvidos, que exerce a força sensorial de reconhecimento. Aquele que sabe em nós! Quem acumula a sabedoria e realmente compreende o que vê, o que cheira, o que ouve, o que sente...
É o espírito que somos que utiliza a força e o poder da mente para se expressar e vai se orientando pelas informações já reconhecidas que ela – a própria mente - lhe fornece. Esse Espírito é quem somos e, em latência, o que podemos ser, ainda mais, a partir da ação e das reações ou da expressão global daquilo que já somos!
Essa Essência Espiritual – o nosso EU – é quem comanda nossa RAZÃO MAIOR! Com sua natureza de infinitas capacidades e qualidades estimula a encontrar fora, para deixar aflorar dentro. Tem a principal função de liberar e ampliar aquilo para que existimos e para que aqui, neste planeta, estamos.
Só existe um caminho para isso e é para ele, para esse caminho, que essa essência nos direciona! Para o trilhar do próprio Amor! Aliás, ela só é capaz de reconhecer tal caminho fora porque, em sua própria condição primeira, ela já é uma FONTE DE AMOR!
Nossa Razão Primordial – a RAZÃO MAIOR - é liberar o Amor, ou libertar nossa Essência Vital na expressão de todo seu poder. Essa nossa Força Essencial, ainda, tão desconhecida para nós! Em nossas ações cotidianas devemos conduzir-nos para dar vazão a essa Fonte através da nobreza de nossos sentimentos e pensamentos! E, isso, ainda não é nada simples!
Se pensarmos em responder às três perguntas mais usuais e informativas que utilizamos em nosso cotidiano: “o que?”, “como?” e “por que?”, poderemos perceber uma síntese, no mínimo, interessante.
O que somos essencialmente? Uma fonte de Amor!
Por que vivemos e existimos? Para liberar, desenvolver e expandir esse amor - dentro e fora!
E, como podemos fazer isso? Libertando, gradativamente, a expressão desse maior poder que temos: o poder do próprio Amor!
Mas, atenção, isso somente é possível pela libertação de todos os preconceitos que, a cada teste que enfrentamos, podem nos levar à reação natural de retenção, de ódio ou da ausência do amor...
A doação – manifestação do amor em nosso cotidiano, só aflora nas expressões livres de preconceitos! Os preconceitos enrijecem a essência... lembra-se? A caneta deixa de escrever e nós, com eles, ficamos duros, secos, frios e deixamos de poder amar!
Estamos num ‘planeta – palco’! Aqui todos somos atores representando muitos papéis ao mesmo tempo! Cada um de nós, na estrutura de sua personalidade, assume vários personagens que são adotados em função das peculiares necessidades daquele momento. Estamos engajados nessa condição porque ela é que promove o nosso “Campo de Batalha”. Aquele onde seremos testados; pela vida e por nós próprios. Aquele campo, que, ao final de cada capítulo de nossas vidas, apresenta a síntese de ações que nos permitirá exercermos os papéis de juízes de nós mesmos.
Aqui ocupamos o corpo que se manifesta em um tempo e em algum espaço - na relatividade da vida, para que possamos nos relacionar! OS RELACIONAMENTOS HUMANOS! O meio que os promove e permite é o nosso grande campo de batalha! Por que nos relacionamos? Porque, exatamente através de nossas relações é que vamos nos testando para confirmar essa nossa capacidade de AMAR e para aprendermos a qualificar a nós mesmos, às nossas ações e reações, pela pura energia desse amor! Ainda, para liberar esse amor e ampliar os limites de nossa essência, ultrapassando nossas próprias medidas na amplitude da capacidade de Amar! E então, somente assim, inevitavelmente Doar!
Nossa Razão Maior somente pode ser atingida e nutrida às custas do alcance acertado e equilibrado de cada um de nossos pequenos objetivos cotidianos. Ou através da energia do amor qualificando o alcance de cada uma de nossas razões menores. Cada pequeno objetivo de nossas vidas se estrutura para nos permitir buscar o que precisamos obter a fundo: o natural expressar do amor.
Entretanto, o meio onde evoluímos e vamos nos testando e sendo testados, dificilmente facilita isso. Comumente, os estímulos que recebemos intensificam e, mesmo justificam, uma condição retentiva, de ausência do amor ou do exercício a que chamamos ódio. E, portanto, simplesmente oposta àquela que, naturalmente, doa, liberta e permite que a RAZÃO MAIOR seja cumprida!
Estamos aqui! Saber fazer! Conseguir o necessário! Crescer e ser muito! Sentir-se muito feliz com tudo isso é muito importante!
Tão importante quanto conseguir obter, sem reter, mantendo a mesma aceitação e sentido de gratificação e alegria interior, a cada alcance de objetivo de qualquer outra pessoa com quem nos relacionamos!!! Esse é o nosso grande teste! Conseguir amar, sem nutrir a destruição a quem, ilusoriamente, nos parece maior, ou melhor! Ninguém o é!
Afinal, todos somos UM! Potencialmente equivalentes em capacidades e qualidades! Somente o tempo se une ao espaço para nos fazer jogar. E este jogo, por nos colocar em momentos evolucionais distintos e diferentes entre si é que nos traz a ilusão do ser mais ou ser menos! Este, o nosso Jogo da Vida, é um jogo que deve sublimizar o equilíbrio de nossos valores, capacidades e qualidades, permitindo-nos reconhecer quem somos e nos suprindo com o que vamos descobrindo de nós mesmos.
Felizmente, em nosso meio evolucional, é comum ficarmos felizes quando vemos que alguém alcançou um objetivo, que está sendo premiado e reconhecido por algo, ou quando, simplesmente, esse alguém está bem. Porém, infelizmente, o complemento de qualquer desses nobres sentimentos traz, lá dentro, na maioria das vezes, escondido até de nós mesmos, a expectativa de: “quero que todos, sempre, estejam bem... desde que não melhores que eu” Nessas situações retemos até o que não nos custa nada ou muito pouco: a sinceridade de um ‘parabéns’, por exemplo...
E, são nessas etapas, ora de pequenas, ora de grandes provas, que vamos nos tornando capazes de ampliar a nossa Essência! Isso, somente se conseguirmos amar! De verdade! Isso, se no auge do estímulo recebido, conseguirmos libertar, compartilhar a vitória, o prazer alheio e doar, nem que só um pouquinho, o verdadeiro amor! E, se falhamos ou cedemos, lúcidos disso ou não, e retemos, até como defesa justificável, será inevitável! Teremos que passar a freqüentar os campos do exercício do perdão! E, esse perdão, a nós mesmos, sempre! O que isso significa? Somente um atraso! Mas que provoca tanta dor...
Sabem o que é mais fantástico?
É que, como nossa Essência faz parte da condição absoluta de nossas realidades pessoais, quanto mais ela aprende a transcender e vibrar Amor, mais ela se aviva e se eternaliza! São os sinais da eternidade em Pura Evolução! Bem ao contrário da caneta que, quanto mais cumpre sua razão ou quanto mais escreve, mais risco corre de dar fim à própria essência e, inevitavelmente, perder sua razão. Sinais de relatividade! Da finitude!
No nosso caso, quanto mais utilizamos nossa essência para cumprir nossa principal razão mais ela se realimenta e se expressa através de nós com um “poder de amar” ainda maior, e com maior capacidade de expressar e expandir a luz e a energia do amor! Afinal, no Absoluto, nada do relativo cabe.
Nesse momento os seres se expressam como Filhos evoluindo pelo reconhecimento em si dos mesmos valores primordiais de seus pais! Se Deus é Pai e Mãe... a nossa herança essencial é o conjunto de valores plenamente absolutos da Divindade que manifesta a vida de Si mesmo num ato de Puro Amor!
Sendo assim, é preciso reconhecer valores, qualidades, capacidades em nós. Nossa potencialidade latente tem que desenvolver e deixar aflorar toda a nossa herança Divina! Nossa Fonte de Amor Essencial tem que transbordar e deixar vir à tona, naturalmente, o conjunto infinito de valores que herdamos e expressamos em capacidades e qualidades!
Pois bem, quando isso não acontece, quando esquecemos quem de fato Somos, quando não estamos confiantes o suficiente em nossos valores essenciais, quando duvidamos se realmente somos ou tentamos esperar que o reconhecimento de nossos valores venha de fora, de outras pessoas, de nossas chefias, de nossos familiares ou amigos, passamos a relativizar a condição mais absoluta do nosso EU! E, que grande erro cometemos! Nesse momento, passamos a exercer descrenças internas e, tal postura interior é oposta à expressão de Filhos Divinos!
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Pois, exatamente nesse processo de ausência de nós mesmos e desconsideração de nossos valores essenciais os medos de cor violeta se nutrem, intensificam, se desenvolvem e afloram, ainda mais. Simplesmente por nossa ignorância ou pela desatenção à condição essencial mais profunda de Quem Somos em nossas existências!
E, ainda deles, de nossos medos de cor violeta, que continuaremos a falar na próxima semana. Até lá!