Decisão
por Saul Brandalise Jr. em EspiritualidadeAtualizado em 11/03/2002 11:43:10
Logo depois que nós terminamos o Curso Sintonia com o Dr. Lair Ribeiro, ministrado pela primeira vez numa empresa, José e Íris receberam a noticia que Íris estava grávida. Os três dias de treinamento haviam sido excelentes e o aproveitamento se fazia sentir nos resultados em todos os participantes. Zé e Íris não foram exceção.
Ficamos todos felizes com a noticia porque o casal estava buscando esta criança há muitos anos. Eles convivem conosco há poucos dias, nesta vida terrena, mas seus espíritos fazem parte de uma grande família à qual pertencemos.
Tudo estava transcorrendo normalmente na gravidez de Íris até que um exame de rotina acusou algumas anormalidades na criança. Ela não sentia nada de anormal. O exame mostrou que a criança poderia estar sofrendo da Síndrome de Down. Foi um choque, mas existia a esperança de que o diagnóstico estivesse equivocado.
Foram imediatamente procurar recursos em São Paulo junto a especialistas. Após alguns exames foi constatado que alguns órgãos e membros da criança não estão se formando adequadamente e que não existe esperança de uma vida saudável. As mãos e pés já demonstram defeitos. Tecnicamente falando os dois cromossomos 21 e 13 apresentam alterações.
Duas possibilidades existiam no momento. Uma seria evitar que a gravidez continuasse normalmente apesar de já estar atingindo o sexto mês e correr-se o risco de algum problema com a mãe. Alguém poderia dizer assim:
- Dos males o menor...
Outra possibilidade seria entregar nas mãos e vontade de Deus.
José é um homem de bem. Em sua comunidade preside a associação que dá guarida ao menor abandonado. Íris é uma mãe exemplar. Tem dois filhos. Um que adotou e outro que Deus lhe presenteou. Não faz distinções entre eles. Ambos educados com o mesmo carinho.
Antes que eu lhe revele a decisão que meus amigos tomaram, medite um minuto com o problema e veja qual seria a sua postura frente aos fatos?
Pensou? Com a alma e a razão?
Apesar de tudo, José e Íris entregaram-se a Deus. São servos obedientes dos destinos que o Universo lhes impõem. Minha admiração por eles é indescritível. Este texto é minha modesta homenagem a um casal singular.
Minha primeira decisão, num impulso, quando recebi a notícia, não tinha sido a mesma. Eu estava errado. Realmente é difícil, nesta vida de opções múltiplas, escolhermos o caminho certo. Minha esperança é que a cada dia que passa erre menos, evolua mais.
E você?
Nos veremos por aí.
Um beijo na sua alma
