Do que estou me protegendo?
por Rubia A. Dantés em EspiritualidadeAtualizado em 13/05/2005 12:46:18
Todas as manhãs, antes do café, pego um copo d’água para tomar um remédio... ao pegar a água automaticamente me lembro do remédio que deixo pertinho do filtro. Essa foi uma forma que encontrei para não me esquecer de tomar esse remédio... caso contrário eu me esqueceria.
Esta manhã, o café foi servido em outro lugar porque havia mais pessoas em casa... e com isso me esqueci completamente da água e do remédio... muito mais tarde, quando senti sede e fui tomar água, me lembrei que não o havia tomado.
A quebra da rotina me fez esquecer... mas a água logo me fez lembrar... acho que essas rotinas nos dão tanta segurança que encontramos mil formas de nos prender a elas... e de nos deixar prender por elas...
Assim como criamos rotinas que são aparentemente boas para nos lembrar de coisas que de outra forma esqueceríamos, também criamos alguns tipos de rotinas que viram padrões cada vez mais sofisticados, para nos proteger de supostas ameaças. Somos criadores especializados de padrões, e quando menos nos damos conta estamos presos a eles... sem nem saber que estamos...
Tecemos intricadas teias de proteção ao nosso redor... com um fio invisível que vai ligando as coisas... tentando nos cercar de garantias... sem nem perceber o quanto nos enrolamos nesse fios que nos mesmo criamos para nos proteger.... e assim vamos limitando a nossa vida.
Parece que adoramos nos apegar a rotinas...
Pegar o remédio a partir de um determinado tempo de repetição... se tornou um ato mecânico, assim como são mecânicas as nossas ações quando estamos sob o poder de algum padrão...
Se em algum tempo no passado, dessa ou de outras vidas, criamos mecanismos de defesa que - como os remédios nos curam das doenças - nos protegiam de coisas que realmente poderiam precisar de proteção.... é bom lembrar que hoje não é mais preciso...
Quando estamos gripados.... precisamos tomar remédio para gripe.
O que não tem sentido é continuar tomando o remédio depois que a gripe acaba sendo que até nos esquecemos que um dia estivemos gripados.
É incrível como o simples fato de sair da rotina tem o poder de nos fazer esquecer padrões e de nos fazer descobrir novas formas de ação que não são tão automáticas.
Como é bom quebrar rotinas e desconcertar a mente de vez em quando...
Ao desconcertar a mente ela se perde um pouco e... antes de encontrar de novo a rotina que nos manda repetir os padrões que tanto nos limitam, a gente pode aproveitar esse espaço de liberdade para instalar uma nova ordem... e dizer adeus ao velho modo de ser, que repete coisas sem nem saber porque...
Vamos dar um grito de liberdade para tudo o que é velho e que nos prende e limita e vamos ter coragem de abrir espaço para as novas energias que chegam trazendo esperança de coisas novas... mais simples e com muito mais Luz... e Amor.