Encontro da Nova Consciência - Considerações
por Acid em EspiritualidadeAtualizado em 11/02/2005 14:35:43
O encontro da nova consciência, em Campina Grande, foi muito bom, como esperado. A cidade é perfeita para o evento: grande e espaçosa, com suas ruas impecavelmente asfaltadas e limpas, mas ainda mantendo o estilo simples do interior, bem arborizada, com pessoas que ainda dão boa-tarde quando passam na rua.
Engraçado que antes de ir eu estava criticando os cristãos evangélicos por fazerem um evento paralelo, saindo do tema (que é a união de todas as religiões em uma só família). (Ficou confirmada minha suspeita de que a separação era por motivos de intolerância religiosa quando o Jornal da Paraíba publicou na primeira página a manchete "Pastor diz que aparições de Virgem Maria eram obras demoníacas", salientando que foi a primeira vez que o clima de cordialidade e respeito entre religiões foi quebrado durante o evento.) Mantenho a crítica(*), mas o papelão mesmo quem fez foram os espíritas, que organizaram (também) um evento separado, e o pior, PAGO! Foi o único grupo espiritual que cobrou pra participar das palestras!
Infelizmente grandes nomes dos outros anos, como Hermógenes, Pierre Weil e o Pastor Nehemias Mariem não puderam comparecer por problemas de saúde. Mas a grande abrangência de assuntos e palestras serviu para amenizar essa terrível perda. Temas como xamanismo, islamismo, esperanto, RPG, animes, cinema, e até mesmo encontros de ateus e grupos específicos como as "profissionais do sexo de Campina Grande" caracterizaram a liberdade de pensamento presente no evento, porém, em comparação com 2001, notei que o encontro ganhou mais temas, mas perdeu no aprofundamento em certas questões, como teosofia e principalmente ufologia (não havia nenhum representante! Nem sequer os ex-ufólogos apareceram... devem ter sido abduzidos).
Mas me (Ou pelo menos uma parte de mim se encontrou, já que eu não sigo uma só religião, e é imprescindível para o sufista seguir o Alcorão.) encontrei(*) mesmo foi no Sufismo, quem diria. Fui para a primeira palestra com um espírito (Tanto que o Sheikh Muhammad Ragip, que deu a palestra, achou que eu fosse judeu. ) crítico(*) e analista, e saí de lá como um profundo admirador da filosofia religiosa islâmica. Se todo o evento tivesse se resumido a essas três palestras sobre Sufismo, já teria saído de Campina Grande satisfeito. A doutrina Sufi já havia despertado minha admiração aqui no blog, mas a vivência da prática meditativa chamada ZIKR me trouxe lembranças e sentimentos que estavam (muito bem) velados na minha alma (embora o Sufismo não acredite em reencarnação, há coisas que o coração diz que não podem ser desditas por nada nem ninguém).
Mônica Buonfiglio deve ter sido a personalidade mais marcante do evento. Ela realmente é uma figura muito carismática. Mas a palestra mais desconcertante (e, pra mim, engraçadíssima) foi mesmo sobre Cabalá. O título era "Entendendo a Cabala pela senda da intuição humana em relação ao cosmo". Uaaaaaaau! Eu esperava alguém entrando no palco com gelo seco e uma estrela de David piscando no peito, mas o palestrante Rubens Ascher calmamente (e com jeito enfadonho de quem não agüenta mais ser questionado sobre esse (O assédio dos curiosos era tão grande que na palestra do Sufismo teve alguém que perguntou ao Sheikh "Fale sobre cabala!", ao que ele respondeu surpreso "Mas eu nem sou judeu!" ) assunto(*)) falou que a cabalá significa apenas "transmissão de conhecimento", ou seja, alguém ensinando algo a alguém, e que aquele negócio da relação nome/números era apenas um passatempo que os judeus fazem quando estão entediados. Acho que todo mundo saiu de lá meio que "Meu mundo de Sofia caiu!" hehehe
O clima geral do evento (e palestrantes) era de EXTREMA preocupação com o planeta. Não preocupação ecológica localizada (matas, rios), mas com o TODO, o sistema Mãe Terra. A impressão geral era a de que atingimos um ponto onde não há mais retorno, e só podemos vigiar e aguardar o que iremos receber de volta da natureza. Tivemos uma palestra sobre previsões 2005, recheada de coisas interessantes, com dois astrólogos, a Mônica Buonfiglio, um cigano e uma mãe de santo. Mas isso é assunto para outro post.