Entrega
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 22/12/2009 14:38:25
Viver sem expectativas é uma das chaves para experimentar a dimensão mágica da existência. Quanto mais conseguirmos nos deixar surpreender pelos acontecimentos, sem antecipá-los ou querer determinar o seu curso, maiores serão as chances de que exatamente aquilo pelo que ansiávamos acabe por acontecer.
Embora isto pareça um paradoxo, é exatamente assim que a vida se desenrola, de forma espontânea e natural, fluindo de modo harmonioso, em profunda sintonia com aqueles que se entregam ao seu ritmo.
É claro que chegar a este estágio exige de nós uma profunda confiança e a certeza de que, vivendo em simplicidade e abandonando ilusórios objetivos grandiosos, estaremos cada vez mais perto de uma total sintonia com o sentido divino da existência.
Nos momentos em que nos sentirmos em profunda angústia, desejando algo como se nossa vida dependesse do alcance daquele objetivo, é a hora exata para parar e refletir seriamente o quanto ainda estamos aprisionados aos desejos artificiais, em sua maioria, plantados em nós pelo mundo exterior.
Libertar-se dessa escravidão não exige de nossa parte nenhuma ação espetacular, mas apenas a decisão de, a partir daquele instante, dedicar-se a descobrir a fonte de poder que habita nosso próprio interior.
Esta atitude certamente nos levará a dar o primeiro passo em direção a uma nova consciência, e só ela pode nos salvar de um estado permanente de sofrimento e permitir que alcancemos a tão sonhada paz.
“ZEN não é um ensinamento, porque ele sabe que você está dormindo. A coisa primordial não é ensinar a você. A coisa principal é acordá-lo. ZEN é um alarme!
Um mestre real é um despertador. Sua função é totalmente diferente de um professor, sua função é muito mais difícil. E muito poucas pessoas podem ficar com um mestre - porque acordar depois de milhões de vidas não é um feito comum, é um milagre.
E para permitir que alguém acorde você, precisa de grande confiança, grande entrega.
Zen não acredita que as pessoas devam apenas viver uma vida sagrada, uma vida virtuosa, sem fazer nada – apenas girando sementes ou repetindo algum mantra.
O ZEN ACREDITA NA CRIATIVIDADE. Zen acredita no mundo comum. Ele quer transformar o mundano em sagrado.”
OSHO, do livro “Ah! Isto!”