Esse caminho tem coração?
por Rubia A. Dantés em EspiritualidadeAtualizado em 12/06/2009 16:02:29
Uma das primeiras coisas que aprendi na transpessoal, quando me dediquei com mais consciência ao autoconhecimento, e que senti seria para a minha vida toda, foi buscar sempre seguir o caminho com coração...
Quando lia os livros do Castañeda, que tão bem nos ensina sobre isso, encantava-me e sentia que era por aí... sabia que ali estava um bom começo... mas ao mesmo tempo bem difícil de seguir, porque para isso era preciso deixar tudo que havia aprendido a ter como referência que viesse de fora e aprender a buscar esse referência dentro de mim.
“Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o quantas vezes julgar necessário. Então, faça apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, ele não tem a menor importância.
...Um torna a viagem alegre; enquanto você o seguir, será um com ele. O outro o fará maldizer sua vida. Um o torna forte; o outro o enfraquece”.
Carlos Castañeda
O caminho que tem coração é único para cada um e, portanto, não tem mapas... e às vezes nem estradas prontas... em alguns pontos você pode ser o primeiro a desbravar mistérios... abrindo caminho passo a passo... mas a certeza que é por ali que quer seguir o leva adiante com uma força que só acontece quando a Alma está junto...
Muitas das coisas que seguimos porque “temos” que seguir, nos prendem e limitam... e a liberdade passa por outros caminhos...
Sempre estamos diante de escolhas definitivas a cada dia... e muitas vezes nem nos damos conta disso... mas essas escolhas podem significar Vida ou estagnação... Se escolhermos seguir caminhos com coração, com certeza vamos encontrar Vida, ao passo que os caminhos muito pensados pela razão, que pesa daqui e dali, podem nos dar tudo que prometem... mas pode ser que o prometido não seja o que vai nos dar felicidade.
Quem nunca teve um impulso de ir a um lugar e encontrou uma pessoa e desse encontro ocorreu uma grande mudança. Já pensaram que a cada momento, consciente ou inconscientemente estamos escolhendo o nosso caminho e que cada escolha pode significar uma mudança completa das nossas vidas.
Lembro-me que quase 7 anos atrás fiz uma escolha que mudou completamente o rumo da minha vida... e sei que essa escolha foi com coração.
Estava em Copenhagen com minha filha e tive um sonho muito forte... Acordei com uma voz que me falava que eu iria aprender sobre aquilo com uma mulher forte.
Três dias depois de retornar ao Brasil, recebi o e-mail de uma moça falando que ela era mensageira de alguém muito especial. Depois, conversando com ela fico sabendo que ela havia recebido a incumbência de me trazer o abraço de um amigo...
Mas ela trouxe também uma mudança na minha história...
Enquanto me contava que havia conhecido uma Mulher aqui nas montanhas de Minas e me descrevia um bastão que ela enfeitou trançando fitas da cor do arco-íris... senti que aquela era a mulher forte sobre a qual a voz me falou depois do sonho... e senti uma urgência de conhecer essa mulher, pois ali mesmo sabia que iria aprender com ela.
Segui resoluta o chamado e acabei chegando na Mulher da Montanha que tanto me facilitou no caminho e que hoje me ajuda nos trabalhos... E cada dia desses sete anos foi preenchido por uma busca profunda por estar sempre seguindo os caminhos com coração.
Hoje entendo que seguir o coração é estar em conexão direta com a Divindade... e que os caminhos que escolhemos com a razão são infinitamente restritos pela própria limitação da nossa visão de terceira dimensão... ao passo que para a nossa Alma... em conexão direta com a Divindade, não existem essa limitações... Sentimos que é por ali que queremos seguir... e é por ali que vamos em busca da Liberdade de Ser.
“A busca da liberdade é a única força que eu conheço. Liberdade de voar até aquele infinito lá fora. Liberdade para se dissolver; para decolar; para ser como a chama de uma vela que, mesmo diante da luz de um bilhão de estrelas, permanece intacta, porque jamais pretendeu ser mais do que é: uma simples vela”.
Carlos Castañeda