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Ética e as famílias `estilo brangelina´

por Adília Belotti em Espiritualidade
Atualizado em 20/09/2007 15:14:22


Às vezes a gente precisa abandonar os modelos para exercitar a ação correta...
(...) E por falar em ética... leio na coluna de Mônica Bergamo, no ‘Estado de São Paulo’, a relação de presentes de algumas jovens celebridades que acabaram de casar - sim, aparentemente, celebridades também adotam essa coisa engraçada que são as listas de casamento - e fico pensando que sorte a minha de conhecer o Steve!

Steve também é jovem, americano, herdeiro de uma dessas fortunas que aparecem na Forbes. Como os filhos de milionários do "jet set" internacional em geral costumam fazer, seu casamento foi festejado durante vários dias. Cada festa mais elegante que a outra. Steve e a noiva não precisam de nada, a não ser da alegria dos amigos, da benção da família. Têm muita coisa para celebrar...

Em vez de presentes, pediram doações para a fundação que criaram com seu nome e cujo objetivo é ajudar outros jovens a realizarem seus sonhos. Os amigos contribuíram. Steve e o irmão já desenvolvem há anos um trabalho de educação e capacitação de jovens em alguma região da África. Agora, com a fundação, este trabalho ganha um novo impulso, vira coisa de "gente grande"...

Se eu não tivesse a sorte imensa de conhecer o Steve, não ia poder saber que existe gente assim. E ia ficar pensando que todas as celebridades e os milionários do mundo não passam de bobinhos fúteis que se divertem fazendo listas de casamento milionárias.
E isso ia me deixar com a sensação perigosa de que existe um PADRÃO e que este padrão quem dita são esses personagens das nossas colunas sociais e das revistas de fofocas. Por essas e por tantas outras é uma sorte conhecer o Steve... ele me mostra outros possíveis padrões...

OK, vocês diriam, um caso isolado... não é não. Só para continuarmos com as celebridades que aparecem nos jornais e revistas, leio na ‘New York’ que o exemplo de Angelina Jolie e Brad Pitt anda dando frutos. Fala-se que as famílias nucleares pai, mãe e filhos (só dois, como mandam as estatísticas) explodiram, ampliaram-se, misturaram-se. São "famílias mistas brangelina style".

Adoções sempre existiram. Qual é mesmo a diferença? A semelhança. No passado, digamos, há uns 50 anos, a adoção era uma vergonha, restrita a casais "estéreis" que buscavam esconder esta condição humilhante adotando um bebê, de preferência recém-nascido, tão parecido com eles quanto possível.

As famílias "brangelina style", ao contrário, escancaram a adoção, fazem conviver filhos biológicos e filhos, digamos, "ideológicos", de idades e repertórios completamente diferentes. Todos embalados pela esperança.

A repórter da revista conta casos de gente comum, como eu e você, que já tinham feito opções semelhantes a do casal famoso. Fala de outras celebridades que também adotaram. Fala dos medos: "será que vou amar esta criança adotada como eu amo meu filho biológico”? Fala dos desafios: "Lidar com um bebê é difícil", diz uma mãe que acabou de adotar uma garotinha da Etiópia, "sem falar inglês, Mesta, de 3 anos, se desespera porque não conseguimos entendê-la; estamos todo o tempo tentando separar o que é da "adoção" e o que é do fato dela ter 3 anos, de ser do jeito que é, de nós sermos do jeito que somos". Fala da experiência, sempre dolorosa, de passar pelo processo de adoção internacional, conhecer as circunstâncias terríveis nas quais vivem estas crianças, sentir na pele o que é dar seu filho simplesmente porque não existem alternativas: "Gostaríamos mais do que qualquer coisa" escreveu uma outra mãe na cartinha de boas-vindas para a filha, também da Etiópia, "que você e seus irmãos não precisassem de nós; temos uma foto da sua linda mãe sempre conosco; na minha alma, ela é minha irmã"...

Nem inférteis, nem buscando solução para seus próprios problemas, quem são estas famílias? São idealistas, bem de vida, ligeiramente de esquerda, como avalia a Dra. Jane Aronson, da Fundação Internacional de Órfãos, entrevistada pela revista. "Estão construindo uma família do jeito que querem e, definitivamente, não estão desesperados".

Discussões como essas são férteis porque apontam caminhos novos para velhos problemas. Eventualmente, são situações que criam novos problemas e vamos precisar refletir sobre eles. Não é fácil viver num mundo que está reinventando as respostas para os dilemas éticos clássicos...precisa ter muito jogo de cintura, mas é fundamental reintroduzir a palavra “idealismo”, nas conversas de família, aquelas na hora do jantar....

E você, o que acha? Como essas questões se encaixam na nossa Moral Moderna?

Leia a íntegra da reportagem da revista New York.



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adilia
Adília Belotti é jornalista e mãe de quatro filhos e também é colunista do Somos Todos UM.
Sou apaixonada por livros, pelas idéias, pelas pessoas, não necessariamente nesta ordem...
Em 2006 lançou seu primeiro livro Toques da Alma.
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