Evitando a Decepção
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 18/06/2004 11:25:47
Decepcionar-se com alguém é algo comum na experiência humana, visto que somos todos ainda imperfeitos e é natural que o outro não consiga satisfazer nossas expectativas ou que não sejamos capazes de preencher a que ele cultiva a nosso respeito.
Expectativa, aliás, é a principal causa das decepções. De modo geral, esperamos que o outro, seja ele, mãe, pai, irmão, namorado, marido ou amigo, preencha todas as nossas necessidades emocionais e afetivas.
Mas essa é uma tarefa praticamente impossível. E aí começam os problemas. Outra questão muito séria é quando o medo de decepcionar o outro e garantir o seu afeto nos leva a aceitar coisas que contrariam nossos sentimentos mais íntimos.
Esta é uma circunstância bastante comum, principalmente entre as mulheres, que assumem com muito mais facilidade que os homens, a necessidade que têm de compartilhar sentimentos e emoções. Porém, em nome dessa necessidade elas acabam fazendo inúmeras concessões, muitas vezes abrindo mão da própria identidade para agradar o parceiro.
A carência de afeto pode levar as pessoas a entrar repetidamente em relacionamentos abusivos, onde o outro percebe essa fragilidade e cobra o seu preço para permanecer ali.
Falando em concessões, tenho atendido constantemente em minhas consultas de tarô, mulheres que se mostram dispostas a abrir mão de sua estrutura de vida, para seguir um homem que, muitas vezes, conhecem há pouquíssimo tempo.
É claro que ninguém deseja a solidão e todos anseiam por encontrar alguém com quem possam compartilhar a vida. Porém, devemos ter em mente que, ao seguirmos cegamente nosso desejo de companhia, e abrirmos mão de nossa identidade para alcançar essa meta, aumentamos muito nossas chances de sofrer decepções.
A solução começa por trabalharmos nossa própria auto-estima, de modo a encontrar em nós o que buscamos exteriormente para alcançar a felicidade. Amar a si mesmo é o primeiro passo para se libertar da necessidade escravizante de ser amado pelo outro.
O amor das outras pessoas deve ser visto como algo que vem complementar ou ampliar o equilíbrio e felicidade que alcançamos por nossa própria conta. Sem isso, nos tornaremos presa fácil da decepção e continuaremos dependentes da aprovação do outro para reconhecer nosso próprio valor.