Fluídos Espirituais
por Acid em EspiritualidadeAtualizado em 09/05/2007 16:11:02
No livro "Iniciação ao Espiritismo", de Therezinha Oliveira, consta um ótimo texto sobre como se dá a ação do mundo espiritual sobre o nosso, através dos "fluidos". Resolvi então expandir e adaptar o texto à linguagem do blog, utilizando também parágrafos do cap. XIV do livro "A gênese", de Allan Kardec.
(Wikipedia)
O estudioso do Espiritismo precisa lembrar que Kardec estabeleceu os conceitos científicos do Espiritismo por volta de 1857. Naquele tempo estavam descobrindo os fenômenos do magnetismo e outras forças que atuam de forma invisível para nós, e intuiu-se que o espaço vazio (que nós chamamos de ar) deveria conter algum elemento que fizesse uma ponte entre o imã, por exemplo, e o ferro. Surge aí a Teoria do Fluido Cósmico Universal, que já foi descartada pela ciência e, mais recentemente, readotada com reservas. Por isso, procurem entender a palavra "Fluido" no contexto daquela época e tendo em mente que a mesma idéia, aplicada a algo espiritual, é reconhecidamente imprecisa, como explica o próprio Kardec: "Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a matéria tangível e não a matéria etérea. Alguns há, pertencentes a um meio diverso a tal ponto do nosso, que deles só podemos fazer idéia mediante comparações tão imperfeitas como aquelas mediante as quais um cego de nascença procura fazer idéia da teoria das cores".
Mas é o que temos, então vamos lá:
Os espíritos vivem numa atmosfera fluídica. Dela extraem o que lhes é necessário e (Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes.) agem(*) sobre os fluidos do seu ambiente (Comparativamente, na Terra estamos envoltos pela atmosfera e vivemos em meio a substâncias materiais, que usamos e sobre elas agimos).
Agindo sobre os fluidos, os espíritos influem sobre si mesmos e sobre outros espíritos, e também sobre o mundo fluídico e o mundo material.
QUALIDADE DOS FLUIDOS
Os fluidos em si são neutros. O tipo dos pensamentos e sentimentos do espírito é que lhes imprimem determinadas características. Sendo assim, do mesmo jeito que há água pura ou impura para consumo, a pureza ou impureza dos sentimentos do emissor dos fluidos é que determinará a qualidades boa ou má dos fluidos, através da vibração. Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável. Lembrando que "bom" e "mau" dependem do uso do pensamento. Um copo de água (fluido) com açúcar (pensamento) pode ser bom quando usado pra acalmar alguém, mas mau quando dado a uma pessoa diabética.
Os fluidos iguais se combinam; os fluidos contrários se repelem; os fracos cedem aos mais fortes; os bons (de alta vibração) predominam sobre os maus (de baixa vibração). Os fluidos se reforçam em suas qualidades boas ou más pela reiteração do (Ou seja, o princpipio Hermético da correspondência. Algo ruim só ganha força quando encontra um terreno fértil para proliferar. Se vivemos com medo de obsessores, essa vibração negativa irá abrir as portas para aquilo que você quer evitar mas não tira da cabeça...) impulso correspondente(*) que recebem do espírito.
COMO AGEM?
É com o pensamento e a vontade que o espírito age sobre os fluidos. Ele os dirige, aglomera, dá-lhes forma, cor e propriedades. A ação dos espíritos sobre os fluidos pode até ser inconsciente, porque basta pensar e sentir algo para (Daí que os locais umbralinos menos evoluídos estão sujeitos ao pensamento desordenado de seus ocupantes, e refletem assim a soma das personalidades dos mesmos. Em algumas pessoas fechadas em seus próprios problemas ocorre uma distorção da realidade tão grave que elas não conseguem sequer ver o mundo em que se encontram, imersas que estão num turbilhão particular de formas criadas por sua mente.) causar efeitos(*) sobre eles. Mas também pode o espírito agir conscientemente sobre os fluidos, sabendo o que realiza e como o fenômeno se processa.
Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma música, para que esta repercuta na "atmosfera espiritual". É assim, por exemplo, que um Espírito se faz visível a um encarnado que possua mediunidade para tal, sob a aparência que tinha quando vivo na época, com todas as características (enfermidades, cicatrizes, membros amputados, etc), embora haja ele tido outras encarnações depois disso. Isso não quer dizer que ele permaneceu coxo, ou com cicatriz no espírito, mas sim que o espírito, retrocedendo o seu pensamento à época em que tinha tais defeitos, fez seu perispírito assumir instantaneamente as aparências, que deixam de existir logo que o mesmo pensamento cessa de agir naquele sentido. Da mesma forma, o pensamento cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar. Um avarento aparecerá com ouro, um militar trará suas armas e seu uniforme, um fumante o seu cachimbo, etc. Para o Espírito, que é - também ele - fluídico, esses objetos são tão reais como o eram, no estado material, para o homem vivo; mas, por serem criações do pensamento, a existência deles é tão fugaz quanto o próprio pensamento.CORPO FLUÍDICO
O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência (a alma). Também o corpo carnal tem sua origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível. No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. Mas ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes.
Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito. Digamos que em Júpiter exista uma população de Espíritos. Eles terão outra constituição "material" composta a partir dos elementos daquele ambiente. Ora, assim como não poderíamos existir naquele mundo apenas com o nosso corpo carnal, também os Espíritos daqui não poderiam nele penetrar com o perispírito terrestre que os reveste. Emigrando da Terra, o Espírito deixa aí o seu invólucro fluídico e toma outro apropriado ao mundo onde vai habitar.
A natureza do corpo fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, à vontade, de um mundo para outro. Infelizmente há muitos que, de tão "grosseiros", possuem um perispírito tão "pesado" que eles se sentem como que ainda encarnados na Terra (e muitos juram estar vivos, como certo personagem do filme "O sexto sentido"). Permanecem assim na superfície da Terra, como os encarnados, julgando-se entregues às suas ocupações terrenas. Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos inferiores, e até encarnar neles. Fazem como o nobre que se despe temporariamente das suas vestes para envergar trajes plebeus, sem deixar por isso de ser nobre.
EFEITOS NO PERISPÍRITO E NO CORPO
O perispírito absorve com facilidade os fluidos externos porque tem idêntica natureza (também é fluídico). Absorvidos, os fluidos agem sobre o perispírito, causando bons ou maus efeitos, conforme seja a sua qualidade.
No caso de um espírito encarnado (como nós), o perispírito, que nos interpenetra, irá reagir sobre o organismo físico, com o qual está em completo contato molecular. E então, se os fluidos forem bons, produzirão no corpo uma impressão salutar, agradável; se forem fluidos maus, a impressão será penosa, de desconforto. Se a atuação de fluidos maus for insistente, intensa e em grande quantidade, poderá determinar desordens físicas (certas moléstias não têm outra causa senão esta). Isso, é claro, onde houver conflito entre pensamentos bons e maus. Se, ao contrário, a pessoa alimentar em seu íntimo os pensamentos mais cruéis e de baixa vibração, sentir-se-á bastante satisfeita com pensamentos semelhantes e incomodada com vibrações harmoniosas e (Numa analogia imprecisa, mas bastante prática, uma pessoa acostumada a ouvir Tati Quebra-barraco em geral ficará visivelmente desconfortável ao ouvir obrigatoriamente Mozart (e vice-versa). Acho que um grande problema com os espíritas é que eles pegam essas analogias ao pé-da-letra e acham tudo o que venha da Europa Vitoriana muito evoluído espiritualmente (e a cultura latino-americana e africana muito atrasadas), e se obrigam a ouvir música new-age (que em certos momentos são um saco) quando no íntimo queriam mesmo era remexer os quadris.) elevadas(*). Entretanto, como vimos, os pensamentos de baixa vibração corrompem o fluido, afetando assim o (A idéia geral que se faz de espíritos trevosos deformados pode muito bem se explicar a partir daí. Por pior que seja, ninguém em sã consciência vai sentir orgulho de aparecer como um monstro, a menos que queira assustar as pessoas, conseguindo assim mais da preciosa energia vital.) perispírito(*) e o corpo físico (caso ainda o tenha). É preciso, então, conseguir energia vital por outros meios, e o vampirismo é geralmente o método mais usado.
O meio está sempre em relação com a natureza dos seres que têm de nele viver: os peixes vivem na água; os seres terrestres, no ar. O fluido etéreo está para as necessidades do Espírito como a atmosfera para os encarnados. Assim, os Espíritos inferiores não podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos mais etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos, porque o Espírito não morre, mas uma força instintiva os mantém afastados dali, como a criatura terrena se afasta de um fogo muito ardente ou de uma luz muito deslumbrante. Os locais onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de maus fluidos que o encarnado (Lembrando da regrinha: Os fracos cedem aos mais fortes; os bons (de alta vibração) predominam sobre os maus (de baixa vibração). Daí a frase de Buda: `Se não há nenhuma ferida na mão, aquela mão pode segurar veneno. O veneno não penetrará onde não há nenhuma ferida. Não há nenhum mal para aqueles que não o fazem.´) absorve(*) pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais.
AURA
Com os seus pensamentos e sentimentos habituais, o espírito (encarnado ou não) influi sobre os fluidos do seu perispírito e lhes dá características próprias. Está sempre emanando esses fluidos, que o envolvem e acompanham em todos os movimentos. É a sua aura, a sua "atmosfera individual".
Notem que o Espiritismo não faz muita distinção entre corpos astrais. É espírito (alma) e perispírito (e suas variações). A Teosofia é bem mais rica em identificar os tipos de corpos, cada vez mais sutis, e a separação didática do "eu" do "EU" e "eles" da sua essência Divina (Mônada), embora seja tudo uma coisa só.
SINTONIA
Pelo modo de sentir e pensar, estabelecemos um ajuste de comprimento de onda vibratória entre nós e os que pensam e sentem igual a nós; ou seja, entramos em sintonia com eles; Produzimos também um certo tipo de fluido e os espíritos que produzam fluidos semelhantes poderão então "combinar" seus fluidos com os nossos, pois estabelecemos assim afinidade fluídica (mediúnica).
Quando oferecemos sintonia e combinação de fluidos para o mal, dizemos que estamos dando "brecha" aos espíritos inferiores. Vigilância e oração evitam ou corrigem a influência negativa de outros sobre nós ou de nós sobre outrem.
(Mateus 26:41)
As moscas são atraídas pelos focos de corrupção; destruídos esses focos, elas desaparecerão. Os maus Espíritos, igualmente, vão para onde o mal os atrai; eliminado o mal, eles se afastarão. Os Espíritos realmente bons, encarnados ou desencarnados, nada tem que temer da influência dos maus.
O PASSE
É uma transmissão voluntária e deliberada de fluidos benéficos, de uma pessoa para outra. Seu efeito é
- Bom, quando o paciente está receptivo e assimila bem os fluidos transmitidos (daí a necessidade de um preparo prévio da mente, para estar apto a receber bem o passe).
- Duradouro, quando o paciente mantém (pela boa conduta, pensamento e sentimento) o estado melhor que alcançou com o passe. Se a pessoa não modificar para melhor o seu modo de agir, voltará a sofrer desgaste fluídico e desequilíbrio espiritual.