Fragilidade
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 02/06/2010 14:23:53
O ego, aquela dimensão do ser que nos permite atuar no mundo material, enfrentar a competição e lutar por nossos objetivos é, ao mesmo tempo, nosso aliado e também nosso ponto mais vulnerável.
Isto porque ele necessita o tempo todo de um aval exterior para poder existir em segurança. Por essa razão, nosso sentido de valor, nosso amor-próprio e nossa autoconfiança são construídos sobre uma base bastante instável.
Enquanto nos identificamos exclusivamente com o ego, como parâmetro para definir quem somos, corremos o risco de ver nosso eu ser fragilizado ao menor sinal de rejeição.
A única forma de evitar tal desastre é começar a perceber que nossa segurança interior emana de uma outra fonte. Ela se situa bem além do ego, no que denominamos a Divina Presença, o Self, ou Eu Superior.
Ali habita a consciência que nos permite enfrentar qualquer circunstância da vida sem duvidar por um instante sequer de nosso próprio poder. O poder, neste caso, não tem qualquer relação com o ego, por isso não traz a necessidade de nos sentirmos superiores a quem quer que seja para que possamos ser felizes.
Ao contrário, nosso verdadeiro poder se baseia na simples certeza de que somos uma expressão do divino, de que, através de nós, ele realizou mais uma vez seu impulso criador. Somos, portanto, parte indissociável do Todo, de tudo o que existe de manifesto no Universo.
Embora ainda necessitemos do ego para atuar no mundo da matéria, precisamos ter em mente que ele é apenas uma ferramenta que nos ajuda a concretizar a missão para a qual cada um de nós foi destinado.
Esta consciência nos permite olhar para a vida com uma nova visão, aceitando que tudo o que nos acontece constitui uma parte fundamental de nossa evolução.
“Relaxamento e paz
Sempre que você se lembrar, relaxe profundamente e tranqüilize-se sempre que possível, a cada dia. Sem qualquer ação de sua parte, após alguns dias você sentirá que a paz se estabeleceu. Ela o seguirá como uma sombra.
Há muitos níveis de serenidade. Há um que você pode produzir apenas ao senti-lo, apenas ao dar a si mesmo uma profunda sugestão de que você está sereno; essa é a primeira camada. A segunda camada é aquela da qual você subitamente fica consciente; você não a cria, mas a segunda acontece somente se a primeira estiver presente.
A segunda é a real, mas é a primeira que ajuda a criar o caminho para ela. A paz vem, mas, antes que ela venha, como um pré-requisito, você precisa criar uma paz mental à sua volta. A primeira paz será apenas mental; será como uma auto-hipnose, criada por você. Então, um dia, subitamente você perceberá que a segunda paz aflorou. Ela nada tem a ver com a sua ação ou com você. Na verdade, ela é mais profunda do que você. Ela vem do próprio âmago do seu ser, do ser desidentificado, do ser não dividido, do ser desconhecido.
Nós nos conhecemos somente na superfície. Um pequeno lugar é identificado como você, uma pequena onda recebe um nome, é rotulada como você. Justamente dentro dessa onda, no fundo, está o grande oceano. Assim, lembre-se sempre de criar paz em volta de tudo o que você estiver fazendo. Esse não é o objetivo, mas apenas o meio. Uma vez criada a paz, algo do além a preencherá. Ela não virá a partir de seu esforço.” Osho, The Cypress in the Garden.