Julgamento e Comparação
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 28/02/2008 17:31:59
O julgamento e a comparação são alguns dos mais importantes geradores de sofrimento para o ser humano, principalmente quando estas atitudes se voltam contra ele mesmo.
Ao se comparar com o outro sempre haverá algum detalhe em que não conseguiremos nos igualar. Mas isto não significa que ele seja melhor do que nós, apenas que é diferente.
Constatar que não se possui algum talento que outra pessoa apresenta, não deveria ser motivo de preocupação, porém, muitos seres humanos se ressentem e sofrem por não conseguirem ser igual aos demais.
Como resultado surge o autojulgamento e eles passam a cobrar de si algo que muitas vezes não serão capazes de realizar. A única saída é exatamente o caminho oposto, ou seja, sentir-se especial e único, mesmo que não se possua nenhuma qualidade excepcional.
O sentido de imperfeição surge sempre que comparamos o que somos com o que achamos que deveríamos ser. Se, ao contrário, aprendermos a nos aceitar exatamente como a natureza nos criou e a valorizar o que a vida nos reserva sem desejar sempre algo diferente, descobriremos que nossa existência se tornará muito mais simples e feliz.
“O QUE VOCÊ QUER DIZER, OSHO, QUANDO VOCÊ DIZ QUE A VIDA É PERFEITA?
Eu quero dizer exatamente isso. A vida é perfeita. Mas eu entendo por que surge essa pergunta. A pergunta surge porque você tem algumas idéias sobre a perfeição, e a vida não se encaixa em suas idéias, daí você achá-la imperfeita.
Quando eu digo que a vida é perfeita, eu não quero dizer que ela se encaixa com a minha idéia de perfeição - eu não tenho nenhuma. Quando digo que ela é perfeita, simplesmente quero dizer que não há nenhuma outra coisa para se comparar com ela, não há nenhum ideal. Isso é tudo que há; tem de ser perfeito.
Sua perfeição é sempre comparação, a minha perfeição é apenas uma simples afirmação de um fato; não é uma comparação. Você compara, você diz: “Sim, isso é perfeito, aquilo não é perfeito” - e você tem um critério do que é perfeito.
(...) Uma vez que você comece a ver a vida como ela é e não tenha nenhuma idéia de como ela deveria ser, tudo é perfeito. Mesmo a imperfeição é perfeita. O que eu quero dizer quando digo que a vida é perfeita, é uma coisa simples. E eu quero dizer: não venha com seus ideais; caso contrário você torna a vida imperfeita, porque uma vez que você traga o ideal, então você está criando a imperfeição.
Se você diz que o homem deveria ter dois metros de altura e ele não os tem, há dificuldade. Ou se você tem a idéia que ele deveria ter um metro e meio e ele não tem, então há dificuldade. A vida simplesmente é. Alguém tem dois metros e alguém tem um metro e meio. Uma árvore cresce em direção às nuvens, uma outra permanece pequena. Mas tudo está perfeitamente bem, tudo é como deve ser, porque não há nenhum “deveria” em minha mente. Eu simplesmente ouço e vejo a vida como ela é. Não tenho nenhuma idéia de como ela deveria ser. É por isso que digo que ela é como deve ser, não existe nenhuma outra vida.
A mensagem é: pare de comparar, pare de julgar; de outra forma, você permanecerá infeliz - e só por causa de seus julgamentos e comparações. Olhe para a vida sem ser um juiz”...
OSHO, The Diamond Sutra.