Meditação e Produtividade
por Conceição Trucom em EspiritualidadeAtualizado em 06/03/2002 14:11:05
Imagine uma garrafa cheia de areia e água. Agora mantenha esta garrafa sob contínua agitação. O que enxergamos através desta garrafa? Certamente uma lama opaca e turva.
Pois é dessa maneira, que a mente humana funciona a maior parte do tempo, mesmo dormindo.
Mas, se interrompermos a agitação da garrafa por alguns minutos, a areia se depositará harmoniosa no fundo, e a água se tornará transparente.
A meditação faz o mesmo com a nossa mente, e, ao serená-la, libera a inteligência e a criatividade.
Ela não deve ser encarada como um esforço, basta encontrarmos a técnica mais adequada aos nossos objetivos, momento ou espaço.
Em geral, o que mais atrai as pessoas para a meditação é a promessa de fazer com que a pessoa fique mais relaxada e serena, a maior parte do tempo.
Mas algumas das pessoas que sofrem muita carga de pressão, principalmente no trabalho, parecem considerar o relaxamento uma idéia inconveniente.
Quando Herbert Benson, da escola de Medicina de Harvard, escreveu um artigo na Harvard Business Review, recomendando que os empresários permitissem que os seus funcionários (inclusive os próprios), tivessem um tempo para relaxar, houve uma avalanche de cartas de protesto, afirmando que a tensão e o stress são matérias prima essenciais para a eficiente administração dos negócios.
Mas, pela minha própria experiência, e por muitos meditadores que conheço e inclusive convivi na Índia, a meditação produz pessoas mais ativas, criativas e positivas.
As pesquisas sobre os efeitos da meditação no cérebro talvez expliquem o motivo destes resultados.
A meditação treina a capacidade de prestar atenção, de estar alerta e presente a cada instante do nosso dia a dia. Isso a diferencia de muitas outras formas de relaxamento, que permitem que a mente divague livre, leve e solta.
Esse aguçamento da atenção dura além da própria sessão de meditação. A atenção irá manifestar-se de várias formas ao longo do dia da pessoa que medita.
Verificou-se, por exemplo, que a meditação aperfeiçoa a habilidade da pessoa de captar sutis manifestações no ambiente, e de prestar atenção ao que está acontecendo, em vez de permitir que a mente disperse com pré ocupações e pensamentos não pertinentes àquele momento.
Essa habilidade significa que, ao conversar com alguém, a pessoa que medita regularmente, estabelece uma relação de maior empatia com as pessoas e seu ambiente, porque consegue prestar uma atenção especial no que acontece a sua volta, conseguindo inclusive, captar melhor as mensagens ocultas que estão sendo transmitidas.
Meditar é deleitar-se com o próprio ser, quando então podemos desfrutar da nossa serenidade interna