Nada se perde...
por Rubia A. Dantés em EspiritualidadeAtualizado em 07/01/2010 18:06:19
O Universo está sempre nos ensinando coisas e mais coisas para que a nossa vida seja mais feliz...
Antes do Natal, viajei para Copenhagen para passar dois meses com minha filha... Logo que cheguei já começou o aprendizado... A viagem foi ótima até a hora de pegar as malas na esteira... trouxe uma mala muito grande e como não coube tudo só nela coloquei o restante em uma mala pequena... A mala pequena chegou logo... mas a grande não...
No aeroporto de Copenhagen não tem telefone público e a fila para reclamar da bagagem era enorme... perguntei se poderia usar algum telefone ou sair para procurar um e falaram que não tinha como e se eu saísse não poderia voltar para reclamar da mala. Comecei a ficar preocupada e, desanimada, olhei mais uma vez o número da minha senha ...577 e ainda estavam atendendo lá pelo número quatrocentos e poucos...
Pensei na minha filha que já estaria preocupada e, antes de me enredar pelas muitas coisas que poderiam acontecer comecei a fazer Ho'oponopono...
Pouco tempo foi suficiente para que a ajuda chegasse... Uma mulher se aproxima e me pergunta se minha mala também não tinha chegado.... em português. Resumindo, ela era brasileira, tinha celular, e pude avisar minha filha... e me deu um papel que estava sendo distribuído onde eu poderia reclamar da bagagem e entregar sem precisar enfrentar a fila. Parecia um milagre como tudo se resolveu rápido.... quer dizer, quase tudo porque eu ainda estava sem a mala com todas as minhas coisas
Mas quando se tem Ho’oponopono tudo fica mais tranquilo... e não me preocupei porque sabia que ali também tinha um aprendizado.
Quando abri a mala pequena para ver o que eu teria, quase não pude acreditar... ali eu tinha tudo que precisaria por dois dias... parece que arrumei aquela mala para passar dois dias fora de casa. Era incrível porque na arrumação das malas eu me lembro que havia colocado, na pequena, muitas coisas para minha filha e não me lembrava de ter colocado aquelas roupas ali... Bom, como no final, para caber tudo, fui tirando de uma e colocando em outra; no final das contas, eu tinha tudo que precisaria por dois dias.
O mais incrível é que eu estava inexplicavelmente tranquila... pensei naquela mala enorme que demorei a arrumar, primeiro mentalmente, decidindo o que trazer para enfrentar o frio e a neve de Copenhagem nessa época, e depois a arrumação, que demorou alguns dias... E agora, com o suficiente para dois dias eu me sentia leve e simples.
Parece que entendi que o Universo estava querendo me dizer que Ele me dá o que preciso na hora certa e que não preciso acumular tantas coisas nem na cabeça.... nem na mala.
Claro que continuei com o ho’oponopono e daí a dois dias minha mala chegou. Eu queria garantir com uma mala enorme que traria tudo que precisava, e entendi que aquilo tudo que planejei poderia ir por água abaixo, com a minha mala... e não dá nenhuma segurança, a não ser uma falsa ilusão de segurança... mas, o que o Universo planeja nos dá segurança... por mais incerto que possa nos parecer a princípio.
Daqui mesmo me lembrei dos meus armários no Brasil, onde ainda guardo muitas coisas e decidi que quando voltar vou me desfazer de muitas delas...
Primeiro sumiu a mala.... depois sumiu o dia...
É que nos primeiros dias eu ainda estava no horário do Brasil e dormia muito tarde e acordava também tarde... lá pelo meio-dia, e aqui, nessa época, o dia só vai até as quatro da tarde... e a noite começa a cair... Parece que por uns 3 dias eu só via a noite e que o dia havia desaparecido. Me vi sentindo uma saudade muito grande daquele sol que dá no meu quintal e que está lá disponível quase todos os dias e que eu quase nunca vou lá para tomar. Dei tanto valor ao que eu tinha e que nem me dava conta que tinha... E percebi quantas coisas preciosas temos conosco e quase não damos valor, porque é normal ter aquilo... e decidi que vou agradecer e usufruir mais das coisas que tenho no presente.
Mas como nada é por acaso, e agora estou aqui... resolvi descobrir os presentes que o Universo está me oferecendo agora... e sei que não são poucos... Comecei agradecendo pela neve branquinha que agora enfeita a paisagem da minha janela, sempre que abro a cortina para o dia que chega de mansinho lá pelas nove horas... sei que vou dar muito valor a cada gota de luz desse novo dia.