Não Evoluo. Viajo
por Izabel Telles em EspiritualidadeAtualizado em 23/01/2004 13:50:43
Continuando minhas viagens no metro de Lisboa.
Novamente paro na Estação Parque.
Novamente me deslumbro.
Leio tudo que está escrito nos azulejos. De Fernando Pessoa a Nietzsche
Meus olhos bailam curiosos por todas as paredes e a escada rolante que nos leva de volta à terra insiste em me fazer escorregar pelo espaço perdendo o fim das frases ou não conseguindo ler uma última palavra.
Por isso volta todos os dias.
Perco-me nas pequenas esculturas de lagartos em bronze dependuradas nos tetos. Algo que me faz lembrar Lalique ou Gaudí nos seus melhores momentos de inspiração.
Hoje o impacto ficou por conta da frase: “Não evoluo. Viajo”.
Também não anotei quem foi que disse tal maravilha.
Parece que não me importa a fonte. Importa o conteúdo que a fonte criou. Mas afirmo: infelizmente a frase não é minha. Um dia destes subo para a superfície pelas escadas normais e anoto todas as frases e todos os autores. Prometo.
Mas vamos à frase: NÃO EVOLUO. VIAJO.
Reparem que, curtinha, ela resume o infinito mundo imaginário onde podemos entrar e lá ficar por uma eternidade vendo, sentindo, ouvindo, percebendo, fazendo de conta que somos navegadores, astronautas, agentes do rei ou o próprio rei.
Podemos ver campos de flores amarelinhas, podemos nos sentar ao lado do Mozart e ouvir suas composições. Podemos estar aqui ou em Tóquio. Podemos percorrer todo o Atlas, a pé, nas asas de uma avião, nas rodas de um patim. Como quisermos. Porque, na imaginação, não há limites. Tudo é possível. E, se é possível na mente, é possível fora dela. Ou seja, neste mundo em que vivemos!
Este, para mim, é o sentido desta frase tão curtinha mas tão imensa.
Feche seus olhos agora e esqueça a evolução. Procure viajar pelos mais belos campos do Senhor onde as infindáveis maravilhas estão sempre à sua espera.
Boa viagem!