O amor e a dor
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 03/06/2009 16:53:39
O amor, o mais nobre e valioso sentimento que podemos experimentar, deveria ser fonte apenas de alegria. Entretanto, para um grande número de pessoas ele é, na maior parte das vezes, causa de grande sofrimento.
Quando começa a vivenciar sua afetividade de modo mais amplo, ou seja, fora da esfera da família, o ser humano é colocado diante de muitos desafios, que colocam em teste todos os aspectos de seu ser.
A segurança interior, o amor próprio e a autoconfiança, se foram bem desenvolvidos e estruturados durante o processo de crescimento, permitirão que a relação e a troca com o outro se dê de maneira saudável e natural.
Mas, se isto não aconteceu e a carência de afeto e nutrição interior se estabeleceu, ele passará a procurar no outro alguém que irá preencher o seu vazio interno.
A partir daí, a segurança a respeito de si mesmo dependerá sempre da avaliação exterior, e quando esta aprovação não vem, ele se transforma numa pessoa infeliz, para quem uma perda ou separação se torna uma questão de vida ou morte.
Não são poucas as pessoas que acabam desistindo da vida porque alguém as decepcionou e não lhes deu o amor que elas esperavam receber. Outras continuam vivendo, porém, desenvolvem um medo do relacionamento e acabam por optar pela solidão como defesa contra o sofrimento.
Há, ainda, aquelas que se sujeitam a todo tipo de exploração e abuso emocional, vivenciando relacionamentos doentios pela incapacidade de se verem sozinhas, ainda que a relação de afeto que possuam seja apenas uma ilusão.
Não há possibilidade de se experimentar o amor de forma plena sem que este sentimento seja direcionado antes de tudo para si mesmo. Aquele que não se ama, nem consegue enxergar em si qualidades positivas, certamente dependerá de forma absoluta da aceitação do mundo exterior.
Quando se valoriza, a pessoa busca no outro uma parceria saudável, com quem pode compartilhar a vida em todas as suas dimensões, mas sem apego e dependência doentios. Esta é a única possibilidade de que o amor se transforme em fonte de alegria e não em motivo de angústia e dor.
“ A Constante Aventura do Amor
Essa é a alegria do amor: a exploração da consciência. Se você se relaciona, e não reduz isso a um relacionamento, então, o outro tornar-se-á um espelho para você. Descobrindo o outro, você estará descobrindo a si mesmo também. Aprofundando-se no outro, conhecendo seus sentimentos, seus pensamentos, seus mais profundos movimentos, você estará conhecendo suas mais profundas agitações também.
... Relacionem-se... Prossigam procurando, buscando um ao outro, encontrando novas maneiras de amar um ao outro, encontrando novas maneiras de estar um com o outro. E cada pessoa é um mistério tão infinito, inexaurível, insondável, que jamais será possível que você possa dizer, "eu a conheci", ou, "eu o conheci". No máximo você pode dizer, "eu tentei o melhor que pude, mas o mistério permanece um mistério".
Na verdade, quanto mais você conhece, mais o outro se torna misterioso. Desse modo, o amor é uma aventura constante".
Osho: The Book of Wisdom