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O Caminho

por Elisabeth Cavalcante em Espiritualidade
Atualizado em 19/05/2006 12:02:35


Nas próximas semanas quero compartilhar com vocês um texto de Osho que considero extremamente útil para todos aqueles que decidiram tornar-se um buscador da verdade, um iniciado no caminho de volta à sua essência.

Este texto, denominado Os Sete Vales, traz preciosos ensinamentos sobre as etapas que devemos percorrer para ir ao encontro de nosso verdadeiro Ser. A cada semana teremos a oportunidade de refletir sobre cada um destes vales, deixando que o entendimento se faça através de nosso coração, não da razão.

OS SETE VALES - PARTE 1

“... O homem é o único ser que não é dirigido, que não tem comandos. Ele chega à existência vazio e então começa a buscar o seu ser às apalpadelas. Ele começa a experimentar, a criar e buscar. O homem é uma aventura.

Mas com a aventura está a incerteza, a insegurança, o fracasso e o medo. Sempre se pode errar. Há maiores possibilidades de se estar errado do que de estar certo. Há mil e um caminhos - qual é o certo? Você está sempre ansioso. E seja o que for que você escolha, a escolha é incerta, porque você nunca poderá ter certeza se este caminho o levará ao seu objetivo ou terminará num beco sem saída - se chegará a algum lugar ou terminará num deserto.

A glória do homem é a sua liberdade: ele pode criar-se, ele pode ser ele mesmo, nada lhe é forçado, ele é livre. E a miséria do homem é a de que ele não pode ter certeza, ele nunca pode ter a certeza de estar no caminho certo, de estar fazendo o que é significativo ou não.
O homem é o único animal que fica louco. Ele tem que encarar problemas, resolvê-los, ir além deles. Esta é a primeira coisa que eu gostaria que vocês compreendessem.

Havia um grande mestre sufi - um dos maiores de todos os tempos - Al Ghazzali. Ele dizia: "No caminho do homem até Deus - do homem potencial ao homem verdadeiro, da possibilidade até a realidade - há sete vales". Estes sete vales são de imensa importância. Tente entendê-los, pois você terá que passar através destes sete vales.

Se você compreender corretamente o que fazer com um vale, você será capaz de ir além dele, e você chegará a um pico - porque cada vale é cercado por montanhas. Se você puder passar através do vale, não ficar emaranhado, perdido, se não ficar muito ligado no vale, permanecer indiferente, separado, uma testemunha, e se você continuar a se lembrar que este não é o seu lar, que você é um estranho aqui, e continuar lembrando que o pico tem que ser alcançado, e você não esquecer o pico - você chegará ao pico. Com cada vale cruzado há uma grande celebração.

Mas, após cada vale, você terá que entrar no outro vale. E isso continua. Há sete vales. Uma vez que você alcance o sétimo, não há mais. O homem atingiu seu ser, ele não é mais paradoxal. Não há tensão, não há angústia. É isto que no Oriente nós chamamos de estado búdico. É isto que os cristãos chamam de estado crístico.

.... Observe estes sete vales e tente compreendê-los. E eu não penso que Al Ghazzali esteja falando sobre algo filosófico. Sufis não estão interessados em filosofia. Eles são um povo muito prático. Se eles dizem alguma coisa é isso que eles querem dizer. Se eles dizem alguma coisa, isso é dito para o buscador. Isso não é dito para os curiosos, para os intelectuais, mas para aqueles que estão no caminho, para aqueles que estão realmente trabalhando duro para ter um vislumbre da verdade. Isso é para os buscadores.

O primeiro vale...
O primeiro vale é chamado o vale do conhecimento. Naturalmente, o conhecimento tem que vir primeiro porque o homem começa pela instrução. Nenhum outro animal tem conhecimento; apenas o homem sabe, apenas o homem coleta conhecimento. Apenas o homem tem linguagem, escrituras, teorias. Então, o conhecimento tem de ser o primeiro vale.

A parte negativa deste vale é que você pode se tornar instruído, você pode se engendrar no conhecimento. Você pode esquecer a verdadeira proposta do conhecimento e pode ficar ligado ao próprio conhecimento. Aí, acumulará mais e mais conhecimento e pode ficar por várias vidas acumulando conhecimento. Você se tornará um grande estudante, um especialista, mas não se tornará um conhecedor. O caminho do conhecedor é totalmente diferente do caminho do conhecimento.

Há duas coisas quando o conhecimento acontece: o conteúdo do conhecimento - você sabe algo - e a consciência, o espelho, aquele que sabe. Se você ficar muito preso ao conteúdo do conhecimento ao invés de se ligar na capacidade de conhecer, você estará perdido no vale. A parte que pode fazê-lo ficar emaranhado, fisgado, preso, eu chamo de negativa.

Se você se tornar instruído está perdido; não pode cruzar o primeiro vale. E quanto mais conhecimento você tiver, mais confuso ficará - porque não há meios de decidir o que é verdade. Tudo que você ouve, se corretamente posto frente a você, se for feita a colocação lógica, parecerá certo. Não há outro jeito de decidir, não há critério. É por isso que continua acontecendo. Você vai a um mestre, ouve-o e ele parece certo. Então, vai até outro mestre, ouve-o e ele também parece certo. Você lê um livro e ele lhe parece certo; lê outro livro e lhe parece certo; você lê outro livro - talvez o oposto - e isso também tem a sua lógica, parece certo. Não há jeito de decidir o que é certo. E se você for acumulando, você irá acumulando contradições - relatos opostos. E há milhões de pontos de vista e, cedo ou tarde, você se tornará uma multidão de muitas filosofias e sistemas. Isso não vai ajudar. Isso se tornará o grande obstáculo.

A primeira coisa no vale do conhecimento é que é necessário permanecer alerta e estar enfaticamente interessado na capacidade de conhecer - não no objeto, não no conteúdo. A ênfase é no testemunhar, é preciso estar mais e mais alerta e consciente para se tornar um conhecedor. Não por saber mais coisas, mas apenas por se tornar mais alerta é possível se tornar verdadeiramente um conhecedor, você usou o positivo.

Osho, The People of the Path.
Continua na próxima semana.


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elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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