O que é o caminho?

Autor Maria Guida
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 04/11/2002 12:13:43
Mestres e orientadores de discípulos, em muitas vertentes da espiritualidade são unânimes em afirmar que todos aqueles que põem o pé no caminho do autoconhecimento, tomaram essa decisão movidos pelo amor ou pela dor.
Eu posso dizer que cheguei a ele pelos dois motivos.
E, posso até mesmo arriscar afirmar, que aqueles a quem a dor conduziu, podem, depois de um certo tempo, olhar para trás, e dizer, que havia amor naquela dor. E que os outros a quem o amor guiou, podem também reconhecer alguma dor, naquele amor.
A verdade é que não se põe o pé no caminho antes que se esteja pronto para trilhá-lo. Mais verdade ainda é que, até antes mesmo que pensemos em segui-lo, já estamos sendo guiados por aqueles seres de luz a quem escolhemos como guardiões, conselheiros, tutores e mestres.
Não importa muito como foi que amor e dor me levaram a colocar o pé no caminho.
Ao mesmo tempo em que eu percebia que não havia, para mim, outra escolha, descobria também que sou responsável por tudo o que sou, penso, sinto e faço. Sou responsável agora, e desde o início, em todos os dias de minha vida presente, em todas as vidas passadas, e eternamente.
Essa consciência desabou sobre mim, primeiro como uma tempestade, e depois, ao passo em que ela foi sendo paulatinamente aceita por mim, nos diversos níveis de entendimento de minha alma, como uma bênção.
Essa consciência de responsabilidade total foi me tornando mais e mais perceptiva.
Fez-me espectadora de meus próprios atos.
Para além de uma tranqüila aceitação ao que me acontecia no cotidiano, e de uma predisposição para agir de acordo com minhas crenças internas, essa consciência ampliava para mais e mais aspectos de mim mesma. Alguns bastante positivos. Outros nem tanto.
Descobri força, coragem, energia, persistência e fé. Por outro lado, o próprio fato de debruçar-me sobre minha essência, me fez perceber facetas menos agradáveis, como orgulho, rigidez, prepotência, preguiça, culpa, e também uma tendência a manipular o outro, através de um perverso jogo, onde se alternavam papéis de vítima e algoz.
Compreendi que tornar-me responsável por tudo o que me acontece, significa empreender uma profunda mudança, um saneamento intenso no campo vibratório e nas circunvizinhanças, transformando o ambiente em que vivo e as relações com parentes, amigos e até mesmo conceitos, como lar, casamento, profissão e dinheiro.
No começo achei que essas transformações deveriam ser empreendidas a nível mental. Mudar as atitudes, para mim, significava modificar idéias. E era no campo mental onde mais se manifestava a minha rigidez.
Cedo descobri que as mudanças não começam na cabeça. Depois de muito relutar, cheguei enfim, ao lugar virtual e físico onde toda a transformação acontece.
Num dia como outro qualquer, meditando antes de dormir, coloquei pela primeira vez o pé, no terreno então árido, pedregoso e inóspito do meu próprio coração.
Não é preciso dizer o tamanho do choque e o intenso trabalho de reformulação que foi preciso empreender.
No coração encontrei medo, abandono, tristeza, mágoa, desapontamento e miséria.
Mas havia também dentro de mim a memória de um interior cheio de jardins, com flores e frutos, aquilo que meu coração já havia sido, e, que eu tinha certeza, ainda poderia vir a ser.
Havia a promessa de uma paz e um amor infinitos, simbolizados por uma chama trina, minúscula, mas intensa, num dos cômodos abandonados da caverna fria em que havia se transformado meu coração.
Trabalhei duro, com a chama violeta e outras práticas que aprendi num disciplinado convívio com a fraternidade branca e os discípulos de Saint Germain.
Mas, recitar mantras é apenas uma parte do trabalho. O que importa mesmo, é nunca fugir de si mesmo, enfrentar cada pensamento e sentimento com coragem, aceitá-lo, e conseguir transformá-los em algo que se manifeste como harmonia, cooperação e boa vontade, primeiro dentro de você e depois, em extensão, para o ambiente onde você se move.
Há quase quinze anos me reconheço como alguém que decidiu trilhar o caminho do autoconhecimento como única possibilidade de responder aos mais íntimos anseios de realização. E não me arrependo.
O caminho conduz a algum lugar que fica além de toda sombra, de toda dualidade, divergência ou oposição.
Nele, tudo é parte da totalidade, tudo é harmonia e integração. Nada pode ficar de fora. Tudo faz parte do todo e existe num estado de vir a ser perfeito.
Nesse nível de percepção, o mal não existe. Ele é apenas falta de consciência de que o destino de tudo e de todos é vir a ser luz.
Em quando afinal, com os dois pés firmemente fixados no caminho, olhamos para nós mesmos, para nosso lado mais negro e insondável, para aquilo que é quase impossível aceitarmos e perdoarmos, compreendemos que o destino de tudo é vir a ser luz, e já não temos medo.
Então, entendemos que não é preciso construir o paraíso. Ele está dentro de nós.
Basta descobri-lo, acessá-lo e buscar manifestá-lo cada vez mais em nosso mundo.

O conteúdo emocional individual desta e de outras vidas, que em muitos casos fica como que comprimido dentro do nosso inconsciente, gera uma pressão constante que pode se manifestar em inúmeras desarmonias para o indivíduo que, ao se confrontar os velhos (e cristalizados) cos os novos padrões de realidade criados pelo conhecimento emocional atualizado (e em alguns casos já livre de preconceitos e crenças limitadoras)...
Recomendamos que faça por uma semana ao acordar o exercício deste primeiro capitulo:
“O inicio de uma vida nova”. (Que se encontra no final deste texto).
Novas percepções e conceitos de renovação e harmonização estarão atuando positivamente em seu ser.
Um auto-exame de nosso estado atual poderá ser levado a cabo nos fazendo perguntas simples e esclarecedoras sobre como estamos levando nossa vida, se de forma compensadora e produtiva, se nos sentimos realmente à vontade com outras pessoas de nosso convívio... Precisamos perceber se existe tensão, ansiedade, angustia e solidão. O Caminho bem trilhado levará em conta o ponto de partida, lembrando os estados iniciais, avaliados de forma honesta, completa e humilde, de forma que os resultados conquistados na evolução espiritual possam ser percebidos e comparados de forma absolutamente simples e clara.
Quando finalmente operamos a partir de nosso centro, e não mais buscando a aprovação dos outros, ou as crenças limitadoras e controladoras exteriores, estamos finalmente fazendo desabrochar nossa parte mais profunda, criativa, poderosa. Nossa essência representará finalmente nossa capacidade inata de gerar o fluxo abundante e merecido da vida que nos é reservado em nossa preciosa e única missão de vida.
No caminho, que começa efetivamente nesta pagina, serão fornecidas as ferramentas e os instrumentos para finalmente chegar nesta essência central que está e sempre esteve à espera de ser finalmente descoberta, permitindo merecidamente viver a harmonia total em nossa vida, sem mais fugir ao encarar nossos cantos sombrios, estando finalmente aptos a nos relacionar com todos os aspectos de nossa alma e a reconhecer o poder da cadeia de acontecimentos que brota de nossos pensamentos e opiniões, gerando sentimentos, emoções e comportamentos que constituem afinal a complexa e interligada teia da vida.
O Guia se concentra sobre o medo, dizendo tratar-se de algo que, quando por fim experimentado, pode levar a um estado mais profundo de realidade, representando o medo a negação de vários sentimentos que, ao serem finalmente vivenciados e confrontados, permitem que o bloqueio se dissolva. O medo nos afasta da vida plena e impede nosso desenvolvimento até que consigamos assumir NOSSA responsabilidade pelos nosso sentimentos e os acontecimentos que atuam em nosso campo, deixando finalmente de responsabilizar os outros.
Somente desta forma nosso eu espiritual poderá emergir, transformando as distorções em sua energia primordial pura e atuante. Consciência e energia retornarão em sua ação criativa e positiva somente quando nossa intenção e nosso conhecimento da Luz estiverem novamente positivos e focados.
Nosso centro divino, nossa essência espiritual contém tudo de que precisamos para cumprir a missão que nos foi confiada, sendo assim cada um de nós a expressão de tudo que existe, que o Guia coloca como “Todo-consciencia”.
Buscar este centro deixando a vaidade e as demais ilusões de lado é condição fundamental, passando obrigatoriamente pela escuridão das próprias camadas profundas.
A meditação e a visualização criativa serão instrumentos importantes nesta busca e o que propomos agora representa mais um passo na direção correta, com a mandala da Rubia e sua frase para reflexão:
"O portal da consciência está em você, abra-o com amor e percorra o caminho de volta pra casa"
O caminho estará se abrindo pra você após os passos iniciais fazendo com que finalmente o seu interior lhe permita experimentar, talvez pela primeira vez na vida, seu maravilhoso e inesgotável potencial de ser, de atuar em níveis superiores de consciência, descobrindo de forma irreversível sua própria divindade.
Se você está disposto a livrar-se de medos, condicionamentos, a aceitar sua responsabilidade plena sem mais depender dos outros para a sua realização, junte-se a este grupo de estudo espalhado pelo mundo afora que começa a partir de agora e que com certeza receberá do Universo todo o apoio e carinho na realização desta missão especial, amorosa e solidaria.
Vamos começar?
Vamos?
- Veja no link que segue a Formula Floral sugerida por Thais Accioly
- Exercicio de Imagens Mentais do Cap. 01
O inicio de uma vida nova.
Sente num ambiente calmo e tranqüilo. Os pés devem estar firmes no chão, as mãos colocadas sobre as pernas e os olhos fechados do começo ao fim. Antes é preciso respirar até conseguir um estado de tranqüilidade e depois desta tranqüilização leve sua atenção para a intenção deste exercício:
Veja, sinta, perceba ou imagine que uma cortina se abre à sua frente e você avista um caminho. Este caminho está nublado.
Imagine que em sua mão direita você tem um aspirador que retira esta neblina e que o caminho está clareado.
Comece a andar por este caminho e encontre um grande buraco.
Este buraco representa seus medos e apegos.
Encha este buraco de pedras e cimento até que você possa passar.
Deixando os medos e o vazio para trás, continue a viagem e aviste o rio.
Agora, do outro lado do rio aviste seu Ser Espiritual perfeito.
Crie uma ponte e atravesse seu rio.
Caia nos braços seguros de seu Ser Interior.
Respire e abra os olhos
Fazer por 7 dias ao acordar.
Izabel Telles