O que é um mestre? Mestre é um santo?
por Ivan Ademar Ditscheiner em EspiritualidadeAtualizado em 28/10/2005 12:01:57
Existem neste mundo vários mestres. Ou não há mestres de obras na construção, mestres e contramestres na navegação fluvial, mestres arrais, mestre cuca, comandante master em vôos internacionais - quando master é a denominação mestre em outro idioma - e assim por diante.
Dos vários seres que estou mostrando, nenhum nasceu mestre; tornaram-se mestres nestas várias funções deste mundo. O que os tornou mestres? Transpor uma série de degraus ou gradações. Você não vai se tornar um master ou um mestre internacional em aviação sem começar pelo teço-teco. Isso é impossível e disso entendo porque foi minha profissão. Por amar isso, tornou-se minha profissão. Jamais chegaria ao grande avião, se não amasse o teço-teco. Em decorrência do amor ao teço-teco, é que me tornei master internacional, e nunca o contrário. É normal também que quando no teço-teco, sonhasse com os grandes aviões, mas o fazia, sem deixar de amar o teço-teco. Ou vai me dizer que Francisco de Assis, não amava o que fazia? Que sacrifício é esse? Como pode haver sacrifício quando faz o que ama? Então amar o que faz é coisa de santo?
Quem ama o que faz, admira isto. Quem não ama o que faz, tem inveja disso. Inveja é uma coisa boa, porque leva a tentar fazer o mesmo (mas se for reprimida como normalmente se diz para fazer, vira ciúme, que é uma coisa nada boa).
Lembro-me de duas palavras que ouvi em um exemplo.
Houve o recital de um grande pianista. Como de costume, após o recital, este foi convidado pela alta sociedade local para um coquetel. Uma mulher encantada lhe disse:
Que maravilha a maneira de como o senhor tira do piano notas que me comovem tanto! Como conseguiu isso? Eu daria a vida para tocar como o senhor! A resposta foi em apenas duas palavras: eu dei!
Um verdadeiro mestre do piano não se preocupa com os outros pianistas; se tocam melhor ou pior do que ele, por isso toca divinamente. Um Mestre do piano, sem qualquer santidade.
Quando você ama o que faz, fica totalmente absorvido pelo que faz. Sente prazer no que faz. Não se importa com o que os outros estão fazendo. Nem precisa de alguém que lhe diga como fazer. Preocupar-se com o que os outros estão fazendo, cria separação e competição. Cria adversários. Adversários que acabam se destruindo entre si. No esporte não é assim mesmo, apesar disso ser chamado de esporte?
Agora, quem ama realmente o que faz, entregando-se à sua arte com o prazer de amar a si próprio, ou ao semelhante, vira louco, ou vira santo, faz milagre e é agredido. Sabe que o que faz ao semelhante faz a si próprio e por isso jamais compete. E faz milagre, sem que ninguém perceba. Adora fazer isso! Sabe, pois sempre diz: Não sou maior do que você, porque não sou menor do que você.
É isso que disse Jesus: “Quando dai a estes pequeninos, é a mim que dais”. Sem a santidade criada pelos homens, estava só ensinando as leis de causa e efeito.
A competição no que diz respeito ao chamado espírito ou espiritualidade, que chamo Energismo, é destrutiva; porque como jamais houve separação, você habita numa real sopa de energia em que o que é em cima é também embaixo.
Você procura a Luz. Na santidade criada pelos homens, essa luz é uma luz artificial que se assemelha a uma lâmpada acesa em lugar ermo, com insetos noturnos girando em volta.
Acima de uma dimensão transitória, não existe santidade. A santidade vai só até ali. Não existe; é só uma criação, uma projeção humana.
No meu "tempo" de menino em São Paulo, sei lá se ainda existe o Largo Franco, que era uma das paradas do bonde; na época junina o céu ficava coalhado de balões. Pegar balões que caiam, era uma fuzarca. “Ninguém rasga! Esse é meu”! Também havia o que era chamado de “balão japonês”. Eram pequenos, com mecha de álcool e subiam como foguete; a mecha acabava e rapidamente já estavam de volta na mão. Estou dizendo só do balão, porque nesta existência, estudei e vivi por algum tempo em Marília - SP. Guardo a lembrança muito grata das tradições japonesas. Convivi com elas, formei amigos na comunidade. Assim como está guardada a lembrança de Fidelcino, neto de Dindinha, um negro muito pobre, um amigo de pescarias e futebol que jamais esquecerei. Se você ler isso, Fidelcino, vai lembrar não de quem escreve, mas do esquerdinha, teu amigo. Percebo que não está mais aqui fisicamente. Dê um beijo pra Dindinha!
A competição no meio espiritual - energia - cria uma expectativa que se torna frustrante quando não há retorno. Fica o melindre, foi-se a mecha.
Quando, no que chamam de amor, é dada, em um enorme gesto de amor, uma paulada na moleira, para que possam perceber sua irrealidade, melindram. Santo artificial, luz artificial, fica melindrado. E isso pega como em tudo que está acontecendo, como uma virose espiritual/energética.
É impossível dizer “amado”, “amada”, sem amar a si próprio, amigo, amiga, sem ser amigo de si mesmo, pois tudo que você faz ao semelhante, faz a si próprio, assim como o que faz a si próprio, faz ao semelhante... Sopa de energia... pois vai experimentar o que fez: causa e efeito.
De que serve então competir? Você competiria ao dizer “não sou maior do que você, porque não sou menor do que você”? Sou o que você é, e você é o que eu sou... Sopa de almas/energias.
É tempo de ser causa consciente e não efeito inconsciente, na dança das almas/energias, na semelhança real dos sentimentos. Almas/energias afins. Possam aproveitar isso.
Transformação, transmutação de almas/energia. Como não poderia deixar de ser, muita turbulência. Apertem os cintos! Cintos naturais, que não são santos, são apenas naturais.
Vou ensinar você a ser santo, ou Deus, da maneira de como isso é criado e interpretado pela humanidade.
Convide uma companheira. Pegue um jato supersônico, vistam a roupa pressurizada e coloquem seus capacetes. Voltem somente duzentos anos no tempo, sobrevoem qualquer parte do planeta, mesmo no Brasil... arrumem um lugar e pousem. Desçam os dois, tirem seus capacetes, e verão muitos fugindo e a maioria ajoelhada.
Afinal de contas, vocês são deuses que chegaram do céu. Como vocês já viveram o bastante para saber como funcionam as leis de causa e efeito, resolvem ficar por lá por algum tempo e ensinar isso. A um pequeno grupo ensinam, caminhando com eles. Assim que alguns já perceberam e assimilaram, dizem:
É tempo de voltarmos para nossa morada. Que possam vocês continuar com êxito o que lhe ensinamos. Para eles, Deus voltou para o céu, no estrondo de um trovão. E assim foi feito! Em função do que vocês dois fizeram, foi criada uma religião, pois os que aprenderam e curaram, viraram santos.Nestes tempos chegados em que o tempo passa rápido, observo que a corrida desenfreada pelo “poder aureolado” e ganância aumentam irreversivelmente. Onde havia bares ou pequenos negócios, há igrejas com indescritíveis nomes. Pequenas igrejas, grandes negócios. Assim como obviamente existem maravilhosas exceções, muita coisa santa e cara anda por aí. Mesmo pago em cinco vezes. E ninguém diz nada! Interessante, conheço um que vive duro. O outro que está junto, duro, constituiu família, e o pouco ficou menor. Os que estão com ele, realmente, tudo duro. Passa o dia à disposição, precisa de dinheiro para comer - floral é muito bom, mas não mata a fome - pagar condomínio e todas as outras coisas. Chega a mendigar meio sem jeito pelo que oferece de graça, e com tudo isso ainda é chamado de “marketeiro”? Esse eu conheço bem. Ele sabe o que estou dizendo. Importa não, José de Arimatéia, continua existindo! Tua missão é muito maior do que imagina!
Desejo que vocês, como seres eternos, neste momento do agora como entidades físico/espirituais possam perceber perfeição em tudo. Que onde é dito tragédia vejam perfeição.
A busca desenfreada pelo domínio e a ganância com que vem sendo tratada sua morada, essa linda morada plena de vida fazem com que você possa habitá-la, dentro de pouco tempo, só em cima, pois não mais terá condições de habitá-la aqui embaixo. Isso seria a extinção da espécie humana. Como ser eterno que é, teria que percorrer o universo de porta em porta, para ter a permissão para existir fisicamente dizendo:
Por favor, me perdoe, pois que destruí minha morada. Haveria ai um lugar para mim? Haveria??
Quem está provocando estas enchentes e secas? Não é você mesmo? Ah, se não é você, a reencarnação é a história da carochinha?
Agora - que você não quer de modo algum que isto aconteça, e sabe que existem seres que não são santos, mas mestres da Vida, porque viveram bastante tempo para saber isto - percebe que necessita ajuda, pois que se avantajam as forças do domínio; agora sabe que não interferem jamais em sua escolha, pois que sua escolha é lei.
Quando você tenta, o Universo entende e tenta. Quando você deseja, o Universo entende e deseja. Quando você conscientemente escolhe, está feito! Foi isso que disse Jesus, quando falou: “Fazei-o sem pestanejar”.
Também não disse: “sem Ti não sou nada, e sim sem Ti Pai, Eu não Existiria”.
Por sua escolha, preparem o caminho conscientemente, ensinando o que sabem. Não inventem acordar ninguém, porque cada ser que aqui está para ajuda, tem a hora programada por si próprio. Vivem a derradeira encarnação em que absorveram tudo que aqui existe. Como poderiam ajudá-los se assim não o fosse? Vivem os derradeiros momentos de seu calvário. Estão passando antes pelo que vocês irão passar depois. Sei que eles amam flores, flores naturais, não flores artificialmente santificadas. Não os confundam com suas invenções. Deixe-os chorar em paz. Se quiserem, conscientemente cubra-os do mais profundo de seu amor em seus reais sentimentos. Tratem de si próprios e estarão fazendo muito. Muito mais do que podem imaginar.
Para que quando aqui voltarem e aparecerem, não fujam ou caiam de joelhos.
Afinal de contas, quantas coisas ensinaram em seu vôo!
Ensejo a vocês a retribuição do sorriso até meio sem jeito,
Com um grande sorriso, que exprime nada a dizer,
Só
Oi!
Quer ser santo? Não seja santo!
Santo não existe.
Santo não é Quem Você É.
Quem Você É, isto sim chamaríamos de Sagrado.
Aguardamos!