O Sanfoneiro
por Izabel Telles em EspiritualidadeAtualizado em 09/09/2005 12:18:56
Ouvir histórias:
Uma poderosa arma para substituir os pensamentos negativos.
Este texto é para você gravar e ouvir enquanto dirige o seu carro. Ouvindo esta gravação durante 7 dias seguidos poderá iniciar um processo de reeducação da sua mente.
Observe-se neste momento.
Percorra mentalmente todo o seu corpo e perceba com que força você segura a direção deste carro. Olhe-se no espelho do carro e veja no seu rosto a tensão expressa nas marcas fortes que marcam a sua testa.
Sinta suas coxas tensas e retesadas e seus pés contraídos pousados no acelerador, no breque ou na embreagem.
Respire profundamente e solte todo o seu corpo.
Respire mais uma vez e sorria.
Imagine que seus pulmões abrem e fecham como uma sanfona colorida. Imagine que esta sanfona abre e fecha nas mãos de um artista bem humorado e alegre que sorri para você. Respire e expanda os pulmões lateralmente até que eles atravessem a rua e toquem nas árvores imaginárias que estão nos lados das calçadas. Imagine seus pulmões entrando na copa destas árvores, recebendo uma grande quantidade de oxigênio e espalhando este oxigênio por todo o seu corpo expulsando o sufoco e a opressão.
Repita a respiração e imagine que este sanfoneiro feliz e bem humorado toca para você uma canção de otimismo e alegria levando para os seus ouvidos uma música suave e poderosa que abre todo o seu canal auditivo limpando as células, aumentando milhares de vezes a sua capacidade de ouvir o belo, o positivo, a perfeição.
Imagine esta música entrando pelos seus ouvidos, penetrando seu cérebro emocional, levando para ele a música que ele precisa ouvir para acalmar, para modificar as imagens de medo, solidão, abandono, fome, nervosismo, pressa, desespero, culpa...
Respire mais uma vez e imagine que seus pulmões continuam abrindo e fechando ao som desta sanfona e que seu corpo começa a ficar leve, leve, leve...
Imagine agora que o sanfoneiro está sentado ao seu lado dentro do seu carro e que ele começa a tocar baixinho enquanto conta o que viu durante suas viagens pelo Universo.
Respire, respire mais uma vez e ouça um capítulo de uma das histórias deste sanfoneiro:
Ele começa a contar sobre uma experiência que ele teve há milhares de anos quando um dia acordou e percebeu que estava sentado num jardim florido, ao lado de uma fonte de água cristalina. Quando o sanfoneiro abriu os olhos, viu na sua frente um anjo enorme. Aquela visão não era de um anjo, era maior que um anjo, um arcanjo... sim, talvez um arcanjo alto, muito alto, com grande asas protetoras.
O sanfoneiro esfregou com o dorso das mãos os olhos e perguntou:
- O que este anjo tão grande quer de mim?
E o anjo respondeu:
- Quero mostrar para você uma plantação de diamantes.
- Uma plantação de diamantes? Onde fica isso?
O anjo mostrou com sua grande asa direita o caminho da mina e o sanfoneiro saiu correndo na direção proposta pelo anjo.
Entrou por uma trilha e no começo ficou assustado e com medo. A trilha parecia fechada e misteriosa.
Mas o anjo estava lá. Tinha a asa esquerda sobre os ombros do sanfoneiro e seu olhar era de tal força e tal calma que o sanfoneiro nada temeu. Apressou seus passos em direção à mina de diamantes.
Guiado pelo anjo alto e doce, o sanfoneiro passou primeiro por um jardim de orquídeas amarelas e tal foi o seu impacto com tanta beleza que ele parou e mergulhou no jardim sentindo-se anestesiado por tanta beleza. Ele disse ao sanfoneiro.
- Quero ficar aqui!
O anjo calmamente convidou o sanfoneiro a prosseguir a viagem.
Ele olhou para as orquídeas amarelas e custou muito a dar novamente o primeiro passo. Mas acabou fazendo isso e andou para frente com os olhos voltados para trás.
Andou, andou, andou e depois que ficou muito cansado de olhar para trás, voltou sua cabeça para frente e viu um mar de tulipas vermelhas. Quase perdeu o fôlego. Tirou rapidamente a asa do anjo de sobre os seus ombros e mergulhou naquele mar de maravilhas, gritando para o anjo:
- Quero ficar aqui!!!!!!!!!!!!
O anjo mexeu docemente a cabeça para os lados como fazem os amigos de verdade quando querem nos fazer ver que ainda não devemos parar.
O sanfoneiro tentou negociar. Pediu, implorou, ficou de joelhos na frente do anjo, mas de nada adiantou. Contrariado, mantendo os olhos virados para trás, tratou de andar para frente.
E eles andaram muito. Muito mesmo. Até que o sanfoneiro tivesse se cansado de olhar para trás. Então ele girou o pescoço para frente e lá estava a mina dos diamantes. Não uma mina qualquer. Uma vastidão de amores-perfeitos cujas pétalas não eram de cor nenhuma. Eram pontos luminosos de todos os tamanhos. Eram diamantes!!! Verdadeiros, puros, intensos, valiosos!
O sanfoneiro parou extasiado, respirou profundamente, olhou para o anjo e perguntou:
- O que eu faço agora?
O anjo sentou, arranjou as asas para os lados, respirou mais uma vez e disse com a calma que os anjos sempre têm:
- Colha!
O sanfoneiro perguntou girando os olhos trezentos e sessenta graus:
- Tudo!
O anjo respondeu com sua paciência angelical:
- Os que couberem nos seus bolsos.
O sanfoneiro abriu os bolsos e começou a colheita rapidamente, lotando até o último centímetro de cada bolso com diamantes de todos os tamanhos.
E ficou tão pesado, mas tão pesado, que não conseguiu mais dar nenhum passo. Olhou então para o anjo e perguntou:
- Como faço para andar?
O anjo respondeu sorrindo:
- Pratique a medida justa. Nem mais, nem menos do que pode carregar. Assim verá que pode caminhar levemente levando nos bolsos diamantes suficientes para toda a caminhada.
E o sanfoneiro aprendeu mais uma lição...