O Tempo do fogo...
por Rubia A. Dantés em EspiritualidadeAtualizado em 08/04/2020 11:35:16
Passamos muito tempo procurando nossos Dons e comigo não foi diferente... Sabia lá no fundo da minha Alma que tinha alguma coisa que quando estivesse fazendo aquilo seria uma bênção e não exigiria nenhum esforço uma vez que seria natural e prazeroso...
Ao longo desse caminhar, fui me encontrando em muitas coisas como as mandalas, os desenhos das imagens que representavam o Feminino Sagrado, uma parte que foi tão negada e denegrida ao longo da história... e, ao desenhar essas mulheres, sempre percebia pelas minhas experiências que vinham, durante o período que desenhava cada uma, que elas me ajudavam a curar determinadas coisas que às vezes eram muito claras; outras vezes, só mais tarde iam se revelando, mas desenhá-las era para mim uma fonte de se "sentir em casa", um lugar para onde eu podia ir quando precisava me recarregar... que me alimentava e me dava forças para prosseguir... Então, esses desenhos são para mim um trabalho que é pura alegria e onde o tempo parece parar...
Saber reconhecer o que você já alcançou já é um grande passo, porque aquilo passa a ser como um incentivo para você continuar porque é como se dissesse: vai em frente que é possível... você pode chegar ainda mais perto de você...
Já havia me encontrado um pouco, mas também sentia que faltava mais coisa... e minha busca continuava... e sei que vai continuar porque sempre podemos ir além, mesmo que o ir além seja só permanecer...
Recentemente, durante minha última viagem a Copenhagen fiz o desenho de 4 mulheres, mas só terminei uma... e as outras deixei para terminar e dar os últimos retoques aqui... só faltava uma parte maior...
Só não sabia que o que ainda não havia desenhado nelas eu precisaria primeiro desenhar em mim...
Chegando aqui, resolvi colocar as 3 mulheres que estavam prontas como capa do meu facebook e uma amiga falou que estava um belo trabalho e indagou: água, a terra e o ar?
Foi só então que me dei conta que realmente aquelas imagens remetiam àqueles elementos e que, assim, a última deveria ser o fogo. Relacionar as outras mulheres com a água, a terra e o ar, era bem fácil porque era óbvio pelos desenhos, mas a do fogo nem tanto assim... A mulher que possivelmente representaria o fogo estava tirando uma máscara que era igual ao rosto dela mesmo...
Mas logo veio a confirmação de que ela representava o fogo e que era o elemento que estava faltando completar, por muitos sinais tão claros que não tive como não aceitar que era mesmo o fogo... Já havia trabalhado muito com um grupo de mulheres o fato de que, quando acessamos nossas Dons ligados à intuição, à visão, junto vêm os medos que muitas vezes nos impedem ou dificultam a manifestação plena desses Dons... e um dos medos mais fortes que haviam se manifestado e que estávamos limpando era o medo da morte relacionado às "bruxas" ou as mulheres que um dia foram taxadas de bruxas e foram punidas por isso...
No último dia, antes de voltar ao Brasil, encontrei-me em Lisboa com uma amiga muito querida e fomos na Torre de Belém... Sugerir ir lá porque pensei que ali era um local que remetia ao nascimento de Jesus pelo nome Belém e ao nascimento do Brasil porque foi o local onde partiram as caravelas, mas lá chegado minha amiga relacionou aquele lugar à união do feminino com o masculino porque a Torre remete à Madalena e Belém a Jesus...
Lá passamos por uma experiência muito forte relacionada aos 4 elementos... e a muitas outra coisas que depois vou contado aos poucos...
A fila para entrar era tão grande e demorava tanto para andar que desistimos e resolvemos colocar os pés na água, enquanto o sol muito forte nos incomodava um pouco, mas a sensação da água nos pés era tão boa que não conseguíamos sair dali... o fogo, que no caso era representado pelo Sol, deixou uma marca nos meus olhos que ficaram vermelhos e, nas costas da minha amiga, que estava com um vestido que tinha uma gota em formato de olho, mostrando que algo estava ainda em desequilíbrio em relação a esse elemento e à visão...
A experiência da terra e do ar foi maravilhosa sendo que a do ar para mim e para minha amiga foi um milagre...
Quando passamos pelo que depois entendemos como sendo essa experiência nos 4 elementos, a fila para entrar na torre estava surpreendentemente pequena e nos fez mudar de ideia e entrar na torre. Assim que entramos na fila, uma mulher que estava na nossa frente deixou os óculos caírem no chão e escorregarem pela ponte para dentro d'água.
Como já estávamos tendo muitos sinais sobre a visão, entendemos que aquilo representava deixar ir uma visão que ainda era filtrada pela lente das crenças equivocadas... e nos abrir para uma outra visão.
Subimos a torre em uma escada que é muito cansativa e paramos para descansar em alguns andares... foi uma experiência maravilhosa e não sei explicar porque me sentia muito livre e inteira naquela torre... como há muito tempo não me sentia.
Em um dos andares que paramos se confirmou algo ligado a uma nova visão porque havia uma exposição de fotos que se chamava "1515 - Olhos de Ver".
Quando descemos, vimos que havíamos deixado de parar em um andar, que tinha um piso quadriculado, mas resolvemos não parar e seguimos em frente, cada vez mais encantadas com as muitas coisas que nos eram mostradas e que vinham à nossa lembrança dando um grande sentido ao passado...
Voltando ao Brasil fui pesquisar sobre a Torre de Belém e encontro na net falando que "Trata-se de um baluarte em que a torre é composta por quatro andares, um por cada um dos Quatro Elementos da matéria na visão alquímica do mundo".
E, pelo que entendi, o andar que deixamos de passar poderia justamente representar o fogo... pela foto que vi e que coincidia com o piso do andar que deixamos de visitar.
Descobri mais tarde que a Torre de Belém tem uma outra Torre gêmea do outro lado do rio, que está oculta e coberta de vegetação, enquanto uma é reconhecida como monumento da Humanidade a outra é completamente ignorada e esquecida, além de não estar escondida pela vegetação...
Muitas coisas foram ficando claras nesse tempo e fui terminando o desenho da mulher do fogo que foi, pouco a pouco me explicando o que estava sendo trabalhado em relação ao fogo... e o que ela na verdade representava... e foi em um desse dias que abri um livro da minha mãe, que por acaso estava em cima da mesa. O livro era O despertar de uma Nova Consciência do Eckhart Tolle e meus olhos forma atraídos para esse texto:
"Ninguém tem o número exato porque não foram mantidos registros, mas acredita-se que ao longo de 300 anos entre 3 e 5 milhões de mulheres foram torturadas e mortas pela "Santa Inquisição", uma instituição fundada pela Igreja Católica Romana para reprimir a heresia. Esse acontecimento se equipara ao Holocausto como um dos capítulos mais sombrios da história da humanidade. Bastava uma mulher mostrar amor pelos animais, caminhar sozinha nos campos ou nas florestas ou colher plantas medicinais para ser considerada bruxa, torturada e condenada a morrer na fogueira.
O sagrado feminino foi declarado demoníaco e toda uma dimensão desapareceu significativamente da experiência humana".
Era claro o medo do fogo que foi indicado com tantos sinais que me dediquei com Amor e Perdão a liberar em mim os traços que ainda faltavam para desenhar a mulher do fogo...
Mas essa é outra história que ainda estou escrevendo...