O toque da flauta de Krishna
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 08/04/2020 11:35:12
Às vezes, Krishna torna-se menino e, com expressão divertida, toca o chacra coronário das pessoas com sua flauta. Ele dança no ar e sorri com jeito de menino travesso.
Quando ele bate com a ponta da flauta nos centros energéticos da cabeça, a energia adormecida na base da coluna desperta e ascende até o chacra cardíaco. Então, ela começa a dançar nas luzes do coração espiritual. A seguir, ela projeta-se cheia de amor até o alto da cabeça e ali encontra o menino Krishna sorrindo.
Ele toca a flauta e a magia acontece: bilhões de estrelas surgem na consciência expandida. É a canção do Samadhi nas luzes do espírito que trabalha e segue o seu dharma com dignidade e compreensão.
O toque da flauta do menino Krishna equivale a muitas iniciações. Pela ação de sua luz azul, o olho espiritual (kuthasta) se expande entre as sobrancelhas e vislumbra a verdade antes oculta pelo véu de Maya: Krishna sempre esteve ali, mas não era percebido pelas pessoas. Elas só escutavam os ruídos do ego e o chamado sombrio dos sentidos descontrolados. Mas, agora, três toques da flauta de Krishna energizando a cabeça e um turbilhão de energias coloridas permeando miríades de galáxias surgiu em seus chacras.
O infinito estava ali em forma de criança sorrindo. Poucos entendem, mas basta um toque da flauta de Krishna para a Shakti despertar e abrir o chacra das mil pétalas da bem-aventurança. Basta trabalhar com amor e coragem para Krishna tocar.
O mundo ainda não sabe, mas há homens no mundo com o olho espiritual desperto e o infinito em forma de menino dançando dentro da estrela prânica cheia de amor. Poucos entendem, mas o toque da flauta de Krishna no trabalhador digno vale mais do que milhões de iniciações comandados pelo ego e pela intolerância com os que sabem menos.
Quem sente Krishna dentro de si mesmo sabe o que deve fazer: trabalhar, trabalhar, trabalhar... E entregar os frutos disso ao Senhor dos olhos de lótus. Ele é que sabe quem é o trabalhador digno de participar de sua seara. Ele é que diz na câmara secreta dos corações:
"Quem trabalha em prol do progresso dos seus irmãos já é dententor dos passes que dão acesso à estrela prânica.
Quem respira o ar e aspira o prana me sentindo nesse ato, respira minha luz e é consagrado por minhas hostes invisíveis como servidor da Luz.
Quem me percebe dentro dos seus irmãos de caminhada é iniciado nas artes da consciência cósmica.
Quem vive pela Luz é abençoado pela Luz. E a maior prova da iniciação invisível de alguém é o brilho de seus pensamentos, de seus sentimentos e de seus atos. Nesse brilho, que nenhum homem conseguirá ver com os olhos, eu estarei tocando minha flauta e dançando em meio ao Samadhi.
O despertar da consciência de um homem é equivalente ao nascer de uma estrela.
Que os homens de boa fé me encontrem dançando dentro da estrela prânica.
Que seus corações sejam puro Ananda.
Que suas vidas sejam virtuosas.
Que os seus passos sejam os meus passos.
E que minha Luz seja sempre deles!"
- Notas:
Para facilitar a compreensão do texto, eis aqui a explicação técnica de alguns termos do sânscrito usados no mesmo:
- Chacras: "Rodas de luz"; Centros energéticos"; "Vórtices energéticos situados no campo energético do ser humano".
Os principais chacras são sete (Coronário, frontal, laríngeo, cardíaco, umbilical, sexual e básico - aqui não estão relacionados os chacras secundários, incluindo nisso o chacra esplênico em cima do baço) e estão conectados com as glândulas do sistema endócrino.
- Samadhi: "Expansão da Consciência"; "Consciência Cósmica".
- Dharma: "Dever"; "Trabalho"; "Mérito oriundo do esforço".
- Kuthasta: "O Olho espiritual situado na região interciliar"; "O ponto mais elevado onde juntam-se os nádis ida e pingala (condutos sutis de transporte de energia pelo corpo energético)
- Maya: "Ilusão".
- Shakti: "Força Divina aninhada na base da coluna"; "Kundalini" (literalmente: "enroscada").
- Ananda: "Bem-Aventurança".
- Estrêla Prânica: "Referência esotérica a prática de Krya Yoga de visualização da estrêla prânica centrada no olho espiritual, que muitos pensam ser de autoria do avatar Bábaji, mas que é uma técnica ancestral ensinada por Krishna."
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