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Para que serve o amor?

por Maria Guida em Espiritualidade
Atualizado em 12/05/2003 11:40:46


Vida é consciência, em diferentes e infinitas gradações.

Todo ser existente é uma porção individualizada de matéria consciente, organizada de forma a expandir-se a partir de um centro, buscando irradiar e trocar energias, em esferas de influência cada vez maiores.

Mas de onde vem o poderoso impulso que faz com que cada consciência individualizada busque irradiar a sua própria essência?

Do mesmo ponto de onde tudo emana. Da consciência una que se expande a partir do centro do Universo, e na qual toda existência tem início, como raios de um mesmo e único sol.

Segundo os Mestres Ascensionados, todos os seres viventes são Luz, centelhas que se desprendem do Grande Sol Central para cumprirem suas jornadas de individualização, e a ele retornarem, quando finalmente cumprem a sua missão.

Nesse movimento de individualizar-se todo ser vivente manifesta atributos próprios, criando, por assim dizer, tal como o Incriado Ser Supremo fez - pela primeira vez, no início dos tempos - o seu próprio mundo.

Assim como o Grande Sol Central é o ponto de onde emana tudo o que existe, e assim como deste ponto ele se expressa e comanda tudo o que se passa no Universo, assim todo ser vivente, incluindo nós, seres humanos, nos expressamos a partir do nosso centro, e dele comandamos tudo o que se passa em nosso mundo.

E é por causa disso que se diz que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus.

Deus é Luz, vibrando e afirmando Sou o que Sou.
Enquanto emana, de seu centro até os confins de si mesmo, declarando que é o que é, a Luz Divina se decompõe em miríades de consciências que pulsam em ondas, ou vibrações, carregadas com diferentes combinações das divinas qualidades.

Essas consciências pulsantes são as partículas e átomos que se combinam para formar tudo o que existe.

Nelas, as qualidades divinas estão presentes e se manifestam e são percebidas pelos nossos olhos físicos como múltiplas gradações e combinações de cores.

A mais primitiva e simples manifestação desta lei universal é o fenômeno atmosférico conhecido como arco-íris.

As sete cores que vemos quando um raio de sol incide sobre um cristal ou uma boa quantidade de água, são a manifestação visível das qualidades divinas existentes naquele raio de sol e na água, na qual ele incidiu.

A primeira qualidade divina é o poder da vontade, que vibra em azul profundo. A segunda, a busca do conhecimento, em amarelo dourado. A terceira é o amor, em todas as variações do magenta ou rosa; a quarta a purificação, branca como a neve; a quinta, o poder de precipitação, ou abundância, em todos os tons de verde; a sexta é a devoção, em vermelho-rubi, e a sétima, a transmutação, que vibra na cor violeta.

De todas essas qualidades, capacidades ou vibrações, nenhuma é mais importante que o amor. O amor é a mais divina de todas qualidades, porque é por ela que todas as outras se tornam conscientes e manifestas, em todo o seu esplendor.

Assim como a água qualifica e direciona as cores do arco-íris, o amor qualifica e direciona as demais qualidades divinas, não só para que se manifestem na intensidade adequada, mas também para que sua ação esteja integrada e de acordo com a dos demais seres viventes, em perfeito equilíbrio e comunhão.

Vontade e conhecimento permitem ao ser consciente e individualizado afirmar-se como “aquele que é”.

Purificação, devoção e transmutação garantem sua nutrição, continuidade e permanência.

Mas, sem o amor, nenhum ser é capaz de manter-se permanentemente vinculado à sua origem cósmica.

Se prestarmos bastante atenção em nossa respiração, perceberemos que entre expiração e inspiração há uma pausa.

É nessa pausa que o amor entra em ação.

Enquanto na inspiração atraímos para dentro de nós o que precisamos, na expiração devolvemos ao universo tudo o que tomamos, transformado, ou melhor, transmutado, pela nossa pessoal intervenção.

O amor é o filtro que qualifica essa transmutação.

Se ele não existe, então o que fazemos é apenas tomar energia do universo, e corrompe-la, com os nossos sentimentos de separatividade e restrição.

Nas pausas, estamos entregues a nós mesmos, responsáveis por nossa própria condição.

É nas pausas que decidimos a quem queremos servir.

Se permanecermos quietos por alguns minutos, propostos a um mediano exercício de sinceridade, reconhecendo que somos consciência materializada, pulsando a afirmação constante de que “Somos o que somos” e buscando irradiar essa energia para todas as demais consciências que conosco compartilham o Universo, experimentaremos, no centro do peito, na altura do coração, a cada pausa, uma intensa, profunda emoção.

É o chacra do coração, expandindo-se em magnética irradiação de amor - e escolhendo, a cada inspiração e expiração, qualificar as qualidades recebidas para que se tornem cada vez mais intensas e verdadeiras, direcionando-as na manutenção e expansão da consciência, não apenas nossa, mas de tudo o que existe.

E mesmo que não saibamos exatamente porquê, nos sentiremos impelidos a colocar tudo o que fomos, o que somos e o que seremos, a serviço da Luz, para que o plano divino se realize e para que todos os seres viventes permaneçam se expressando indefinidamente em harmonia, em todas as dimensões e quadrantes do Universo.

E é assim que o amor, a mais divina entre as divinas qualidades - renasce a cada expiração, tornando-nos cada vez mais capazes de sentir e expressar que somos o que somos: senhores de nosso próprio mundo e servidores da totalidade.

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