Pergunte ao Osho - Parte 13: Inocência
por Izabel Telles em EspiritualidadeAtualizado em 24/03/2006 10:41:19
Mestre Osho fala assim desta carta: ”O velho homem irradia no mundo uma satisfação de criança. Há uma atmosfera de graça à sua volta, indicando que ele está bem consigo mesmo, e com o que a vida lhe proporcionou. Parece que ela está conversando alegremente com o louva-a-Deus em seu dedo, como se os dois fossem os maiores amigos. As flores cor de rosa que cascateiam em torno dele representam um tempo de deixar acontecer, de relaxamento, de doçura. Elas são uma resposta à sua presença, um reflexo da sua própria natureza”.
O conselho da carta é: “A inocência que advém de uma profunda experiência de vida é semelhante à de uma criança, sem ser infantil. A inocência das crianças é bela, mas ignorante. Ela será substituída por desconfiança e dúvida à medida que a criança for crescendo e aprendendo que o mundo pode ser um lugar perigoso e ameaçador. A inocência, porém, de uma vida plenamente vivida tem um quê da sabedoria e da aceitação da vida em eterna mudança”.
Sempre digo que toda vez que sento para escrever sobre estas cartas acontece algo tão mágico, tão sincrônico que faz com que eu goste cada dia mais da proposta deste querido mestre indiano.
No meu último atendimento de ontem (e conto isso com a devida autorização da paciente) vejo uma imensa biblioteca onde uma mulher estuda freneticamente muitos livros ao mesmo tempo. Repentinamente a luz se apaga e ela sai aos tropeços em busca da caixa de luz. Acha a caixa de luz e religa a chave geral e a luz volta a acender.
Ela retoma seus estudos e repentinamente olha para a parede onde está o quadro de luz e se dá conta de que ele está a mais de 10 metros de altura. Então se questiona:
- Mas como consegui alcançar o quadro de luz?
Sua voz interior responde:
- Quando você segue sua intuição e não as regras dos seus livros, o seu ser sempre acha a solução que você precisa. Por mais distante que ela pareça estar, por mais intangível que sua ilusão a queira mostrar.
E assim fomos adiante por quase uma hora de imagens tão incrivelmente belas e inéditas que fiz minha paciente prometer que eu poderia reproduzir toda a leitura de sua mente. E ela me autorizou. De formas que, um dia, você saberá de todo o conteúdo desta sessão que foi fantástica!
Mas, neste momento, pretendi apenas pinçar esta passagem porque me parece muito pertinente para esta carta que Mestre Osho chamou de Inocência.
Para mim, este sentimento que só é possível sentirmos se deixarmos de lado o julgamento, a crítica, o ego e a necessidade de afirmação, talvez seja o mais difícil de ser alcançado. Aprendemos com este mundo que ser inocente é ser bobo e isso nos tira uma grande parcela de energia na construção deste tão almejado estado: olhar para tudo e para todos como se fossem espelhos de nós mesmos e sentir por tudo e por todos uma imensa compaixão e um profundo amor.
Ver no outro apenas luz, paz, e conforto. Sem nem ao menos imaginar que daquele ser pode sair qualquer manifestação do mal.
Sim... concordo com você. É difícil! Mas, para mim, é a busca. Afinal, atraímos fora de nós o que dentro de nós habita.