Professor
por Saul Brandalise Jr. em EspiritualidadeAtualizado em 30/12/2004 16:16:07
Aquele ou aquela que te ensinou que 1 +1 = 2 e não é igual a 11; provavelmente você nem se recorda. Quem nos ilumina o caminho pode - invariavelmente - passar por nossa vida sem que tenhamos a real noção de seu valor. Só sabemos a importância de uma vela quando a energia elétrica se vai. Só entendemos que uma caixa de fósforos tem que estar próxima desta vela quando, no escuro, não a encontramos. Assim são nossos mestres. Podem passar por nossas vidas com toda a luz e não os percebermos pela falta de desenvolvimento espiritual do momento.
As pessoas, o Universo, as ditas “coincidências”, pouco conseguimos decifrar e entender da sua verdadeira importância em nossa evolução nesta encarnação. Por mais que tentemos, ficam as perguntas em aberto e as respostas decodificadas dentro de nosso cérebro e de nossas únicas verdades. Entender é parte do processo de evolução, porém, confesso, não é fácil assimilar.
Mas o “mestre” que te mostrou que na dor da perda 1 mais 1 pode ser zero, você nunca mais vai esquecer. Verdadeiramente os nossos melhores professores são aqueles que nos ensinaram através da perda ou da dor. Não os odiemos, portanto, nem tenhamos magoa ou ressentimento. Afinal, com eles aprendemos o que não se deve fazer.
O verdadeiro professor e o mais lembrado é o que ensina o que não deve ser feito. É aquele que nos mostra através de cicatrizes na alma a dura realidade. Poucos são os privilegiados em conseguirem saber entender, perdoar e aprender com os nossos “verdadeiros” mestres; os veículos da pura e dura verdade, aquela que marca nossa vida e nunca mais esquecemos. As lições que permanecem em nossa mente por toda esta existência e por quantas mais tivermos.
Aos meus algozes professores minha eterna e profunda gratidão por terem me ensinado o que não se deve fazer. Sei que é difícil, mas é preciso perdoar e aprender os ensinamentos que as atitudes e as cicatrizes nos mostraram.
Porém, sou eu que devo fazer, aprender, assimilar e guardar para mim... sou eu mesmo o meu professor e ao perceber isso, sei que nada sei. O aprendizado e o crescimento espiritual são uma constante na busca do entendimento de nossa caminhada ao nosso Deus interior.
Existem exceções na realidade, Dona Mariazinha me mostrou o outro lado do ensino sem dor. Com a sua sabedoria milenar e com a sapiência de quem utiliza a força do amor, ela me orientou nos primeiros passos e foi a base de minha cultura e do meu conhecimento. Saber distinguir o professor do método do amor, do professor algoz, nos ajuda a entender a diferença básica entre o ódio e o perdão, o amor e a felicidade.
A cada um dos meus mestres, meu respeito e meu reconhecimento. Exercer o perdão, contudo, é mais importante que aprender a lição.
Sei que nos veremos.
Beijo na alma