Que venha o novo...
por Rubia A. Dantés em EspiritualidadeAtualizado em 27/06/2008 01:28:26
Hoje quero contar uma coisa que pode parecer triste e realmente foi por um tempo mas faz parte do ciclo de transformações... e hoje me deixa feliz pelos momentos que passaram... em que estive "presente".
É que como já contei aqui o Universo me trouxe um lugar lindo nas montanhas onde eu fazia meus trabalhos... e coisas maravilhosas aconteceram lá... Tantas que até pensei que ia ficar ali por muito tempo...
Até que um dia, quando as mulheres do grupo bordavam na varanda que dava para a montanha, um beija-flor dourado veio bem na nossa frente e pegou alguma coisa da planta que estava bem em frente.
Ficamos paradas olhando o pequeno beija-flor... tão perto.
Ele pegou algo e depois voou atravessando a varanda e indo embora por cima da porteira que separa a casa do resto da fazenda...
Ficamos encantadas quando daí a um tempo ele retorna para a mesma planta e pega alguma coisa e vai de novo na mesma direção.
Olhei o que ele poderia estar pegando e vi que era uma teia de aranha antiga que estava nas folhas...
Ele tornou a voltar e fez isso por cinco vezes.
Daí um tempo senti uma grande necessidade de parar com os trabalhos e ficar quieta na caverna... O Ho’oponopono estava operando umas tranformações muito profundas em mim e passei a ter muitas experiências onde tinha muita clareza das coisas... mas minha Alma pedia por quietude e silêncio e por mais ou menos dois meses respeitei esse tempo...
Quando retomei foi com um trabalho que chamava “Abrir as Asas e voar”... tinha tido sinais que a energia desse trabalho seria a de quando estamos quase saindo do casulo e precisamos de força para dar o primeiro vôo em liberdade... e foi muito especial... Uma das mulheres que participou, quando estava saindo, me mostrou que o marcador de quilometragem no carro dela estava com todos os números 7, menos o último... mas que logo no caminho todos os algarismos seriam 7.
Entendi que era uma transformação muito profunda.
O fato é que fiz mais um trabalho nas montanhas e depois não senti mais o chamado para fazer... Respeitei como sempre faço... mas racionalmente não percebia muito porque não estava fluindo a minha vontade de continuar com os trabalhos lá.
Pensei que o beija-flor levando a teia estava indicando que agora seria em outro local...
Daí a algum tempo veio o chamado muito claro, com muita sincronicidade para um novo trabalho... Mas dessa vez senti que as pessoas precisariam dormir, e eu não tinha estrutura para isso na casa, teria que fazer no Sitio Sertãozinho, uma montanha também encantada e de uma força muito especial... onde contaria com a ajuda da “Mulher da Montanha”, uma das xamãs que muito me facilitaram o caminho.
Fluiu tudo com muita facilidade e o grupo fechou logo com muitas pessoas.
No dia do trabalho, quando chegava perto da varanda do quarto onde ia dormir, fiquei surpresa porque fui recebida por um beija-flor dourado, igual aquele... que pegou a teia e levou para outro lugar.
O trabalho foi muito bonito... e com muita sincronicidade.
Tanta que até marquei outra data para outro que também fluiu sem esforço, com muita força e profundidade.
Fiquei muito feliz pelo novo que chegava... mas... triste pela casa na montanha que tanto encantamento me trouxe...
Fiquei num dilema...
A casa da montanha continuava lá... mas como os trabalhos não estavam fluindo, eu não podia continuar alugando uma coisa que era muito linda e especial, mas... que eu não estava usando.
Foi muito difícil decidir... e quando finalmente resolvi deixar a casa, chorei muito... chorei feito criança... parecia um choro antigo... uma liberação não só do presente, mas também do passado. Pedi muito ao Grande Mistério que me desse uma confirmação...
Na manhã seguinte, recebi um telefonema de uma amiga querida, que é muito ligada a São Francisco de Assis, que me conta que a noite sonhou que uma espiral ...lá na casa das montanhas ia passando por tudo... e na manhã seguinte quando pensa no sonho ela escuta uma voz interna falando que eu tinha tomado a decisão certa... e que outra coisa ia chegar.
O dia me pareceu claro e meu coração teve certeza que era mesmo o melhor caminho agora.
Logo depois, quando ligo o computador... tive um sinal muito impressionante de São Francisco de Assis, como que assinando a mensagem que recebi... e então não tive nenhuma dúvida.
Bom... sei que estamos passando por muitas transformações e isso requer muita coragem para seguir o coração e abrir mão de coisas que adoramos, mas que já cumpriram seu papel na nossa vida e que se liberarmos podem servir a outras pessoas.
A casa na montanha, tão preciosa e encantada, cumpriu seu papel na minha vida e não foi fácil me desapegar... Tudo lá era tão perfeito e bonito... que não seria fácil tomar uma decisão de deixá-la...
Mas o Grande Mistério foi me mostrando com sinais muito claros, que só depois que passou, consegui perceber... O Beija-flor... o nome do último trabalho...”Abrir as asas e voar”... os muitos 7, indicando um final de ciclo... a minha experiência com a casinha na montanha de neve (A Casinha na montanha de neve...) me indicando em outro nível o que eu iria passar nessa realidade... e outros que, agora vejo... eram muito claros.
Depois disso fechei outras coisas e parece que preciso ficar vazia para que o novo se manifeste... Já começou o novo trabalho, mas sinto que tem mais coisa nova por vir...
Sinto que preciso desapegar especialmente dos conceitos e das coisas “boas” e que por isso mesmo são as mais difíceis de serem deixadas... porque por muito tempo me serviram como suporte. É fácil deixar o que não é bom... difícil, mas necessário e deixar coisas que amamos e onde vivemos experiências preciosas, mas que cumpriram seu papel e que se continuarmos presos a elas, se é hora de deixá-las ir, vão só impedir que o novo chegue...
Muitas vezes nem conseguimos enxergar o que já está bem diante dos nossos olhos, porque estamos ainda presos a conceitos onde o novo ainda não está definido...
Às vezes, é difícil entender quão novo pode ser esse tempo e o quanto precisamos estar limpos e vazios para que possamos receber os presentes que são nossos por direito Divino... e que estão disponíveis para quem tiver a coragem de receber o inusitado...