Regeneração
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 08/03/2007 16:46:06
Houve um tempo em que fomos iniciados nas artes do espírito.
Penetramos nas brumas dos mistérios e levantamos o véu das ilusões.
Ficamos frente à frente com a Luz!
E descobrimos o mistério de nós mesmos.
O olho espiritual devassou os Planos Invisíveis e nos mostrou a Luz Perene.
Foi-nos revelada a Sabedoria Arcana, e Ela era puro amor sereno.
Em sua presença solene, nossas posturas equivocadas e nossas emoções enferrujadas morreram... dissolvidas na Luz.
Despojados de nossa antiga arrogância, renascemos... dourados de Amor Sereno!
O ferro sujo (o Eu antigo, medroso e tristonho) se dissolveu...
E, em seu lugar, surgiu o Ser Dourado (O Novo Homem) renascido das entranhas de si mesmo e iniciado na Consciência Universal.
Expostos à Luz Suprema, nus, em Espírito e Verdade, juramos seguir os desígnios Superiores de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Sim, houve um tempo em que fomos iniciados juntos, em Espírito e Verdade.
Porém, não conseguimos aplicar na vida e em nossas relações com os outros, aquilo que a Luz nos ensinou.
Permitimos que o nosso discernimento fosse engolfado pelas emoções pesadas e por energias mesquinhas.
Gradativamente, sob o domínio das ilusões, fomos enferrujando novamente...
Então, os nossos ideais espirituais foram manchados pelo sangue de nossas espadas.
A senda iniciática, que tanto prezávamos, foi inundada de sangue e violentada pelos nossos atos violentos e sem méritos.
Lentamente, essa Luz foi sumindo dentro de nossas emoções violentas.
Felizmente, a Justiça Cósmica nos prendeu inexoravelmente em sua imensa teia cármica.
Sob sua ação depurativa, a dor se fez presente em nossos caminhos.
Acicatados pelos desenganos e posturas equivocadas, lambemos nossas feridas e choramos a dor da queda no profano.
Na verdade, profanamos a nós mesmos e pisamos em cima de nossos ideais, cheios de empáfia e de falsa glória.
Contudo, a Luz não estava morta dentro de nós.
Paciente, ela nos esperou em segredo.
Ela sabia que em nossa queda estava o embrião de uma grande lição e a possibilidade do recomeço.
Serenamente, ela viu o tempo e o ((do sânscrito): é a Lei universal de causa e efeito.) carma(*) operarem seu trabalho de regeneração em nós...
A Roda da Vida girou, o tempo passou, e estamos juntos novamente.
Os ensinamentos herméticos do Antigo Egito e da Grécia Antiga, a Espiritualidade dos ((do sânscrito): sábios espirituais; mestres espirituais; mentores da sabedoria contida nos Upanishads.) Rishis(*) da Velha Índia, a Sabedoria do Tibet e da China imemorável, a honra e a lealdade dos iniciados celtas da Velha Europa, os amores e as dores do passado, tudo isso vive em nós.
Tomara que, dessa vez, nós sejamos dignos dos valores espirituais que esposamos.
Oxalá, que a ferrugem se dissolva novamente, e que brilhe em nós aquele amor sereno, como antes, naquele tempo bom, em nossos pensamentos, sentimentos e atitudes.
Sim, estamos juntos na Luz!
Mais uma vez...
(Essas linhas são dedicadas ao mestre búlgaro Omraam Mikhael Aivanhov).
Paz e Luz!
P.S.: Enquanto eu escrevia essas linhas, estava presente no ambiente o sábio mentor espiritual Ramatís, me inspirando com suas energias sutis e sua postura serena, amorosa e universalista. A esse grande amparador espiritual, a nossa admiração e gratidão.
Esse texto foi direcionado originalmente para os 130 participantes do grupo de estudos e assistência espiritual do IPPB.