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Resgatando os Sonhos

por Elisabeth Cavalcante em Espiritualidade
Atualizado em 11/03/2005 11:01:35


Sonhar é uma das mais preciosas formas de manter viva a chama do entusiasmo e da vontade de viver. Durante a infância e a adolescência exercitamos esta capacidade de forma natural.

Mas, à medida que crescemos e vamos sendo condicionados por nossa educação, nosso meio e pela vida social, abandonamos esta prática por acreditar que o sonho é algo feito apenas para crianças ou para adultos ingênuos.

Um exemplo muito comum é o das pessoas que, ao escolherem uma profissão de acordo com o seu coração, são desestimuladas pelos pais quando a escolha feita não se refere a uma ocupação que gere muito dinheiro ou status social.

É claro que isto acontece porque os pais sonham sempre com um futuro de sucesso para os filhos. Mas, por incrível que pareça, poucos são aqueles que pensam no sucesso como resultado de um sentimento de realização interior. De modo geral, sucesso está sempre relacionado à riqueza material.

Felizmente, temos também inúmeros exemplos de pessoas que não desistiram jamais de seguir o seu sonho de infância, e foram capazes de enfrentar toda sorte de obstáculos e dificuldades porque eram movidos por uma certeza interior de que um dia alcançariam a vitória.

Sua perseverança e sua fé deveriam servir de exemplo para todos aqueles que um dia abandonaram o seu sonho para dedicar-se apenas ao exercício da sobrevivência.

Que estes consigam retomar o caminho da realização interior, buscando uma nova forma de viver que lhes permita ganhar a vida com alguma atividade que seja a mais pura expressão de sua alma.

"O homem nasce para atingir a vida, mas tudo depende dele. Ele pode perdê-la. Ele pode seguir respirando, ele pode seguir comendo, ele pode seguir envelhecendo, ele pode seguir se movendo em direção ao túmulo - mas isso não é vida. Isso é morte gradual, do berço ao túmulo, uma morte gradual com a duração de setenta anos. E porque milhões de pessoas ao redor de você estão morrendo essa morte lenta e gradual, você também começa a imitá-los. As crianças aprendem tudo daqueles que estão em volta delas e nós estamos rodeados pelos mortos. Então temos que entender primeiro o que eu entendo por 'vida'. Ela não deve ser simplesmente envelhecer. Ela deve ser desenvolver-se. E isso são duas coisas diferentes. Envelhecer, qualquer animal é capaz. Desenvolver-se é prerrogativa dos seres humanos. Somente uns poucos reivindicam esse direito.

Como desenvolver-se? Simplesmente observe uma árvore. Enquanto a árvore cresce, suas raízes crescem para baixo, tornam-se mais profundas. Existe um equilíbrio; quanto mais alto a árvore vai, mais fundo as raízes vão. Na vida, desenvolver-se significa crescer profundamente para dentro de si mesmo - que é onde suas raízes estão.

... Nasça novamente, torne-se inocente - e a possibilidade está em suas mãos. Limpe a sua mente de todo conhecimento que não foi descoberto por você mesmo, de todo conhecimento que foi tomado emprestado dos outros, tudo o que veio pela tradição, convenção, tudo o que lhe foi dado pelos outros - pais, professores, universidades. Simplesmente desfaça-se disso. Novamente seja simples, mais uma vez seja uma criança. E esse milagre é possível pela meditação.

Meditação é apenas um método cirúrgico não convencional que corta tudo aquilo que não é seu e só preserva aquilo que é o seu autêntico ser. Ela queima tudo o mais e o deixa nu, sozinho embaixo do sol, no vento. É como se você fosse o primeiro homem que tivesse descido na Terra - que nada sabe e que tem que descobrir tudo, que tem que ser um buscador, que tem que ir em peregrinação.

... A vida deve ser uma busca - não um desejo, mas uma pesquisa: não uma ambição para tornar-se isso, para tornar-se aquilo, um presidente de um país, ou um primeiro-ministro, mas uma pesquisa para encontrar 'Quem sou eu?'. É muito estranho que as pessoas que não sabem quem elas são, estão tentando se tornar alguém. Elas nem mesmo sabem quem elas são neste momento! Elas não conhecem os seus seres - mas elas têm um objetivo de vir a ser. Vir a ser é a doença da alma. O ser é você e descobrir o seu ser é o começo da vida.

... Quando você se torna mais sensível, a vida se torna maior. Ela não é um pequeno poço, ela se torna oceânica. Ela não está confinada a você, sua esposa e seus filhos - ela não é confinada de jeito algum. Toda essa existência se torna a sua família e a não ser que toda essa existência seja a sua família, você não conheceu o que é a vida - porque homem algum é uma ilha, nós estamos todos conectados. Nós somos um vasto continente, unidos de mil maneiras. E se o nosso coração não está cheio de amor pelo todo, na mesma proporção a nossa vida é diminuída.

A meditação lhe traz sensibilidade, uma grande sensação de pertencer ao mundo. Este é o nosso mundo - as estrelas são nossas e nós não somos estrangeiros aqui. Nós pertencemos intrinsecamente à existência. Nós somos parte dela, nós somos o coração dela.
(Osho, O Livro da Cura)


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elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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