Simplificando a vida
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 30/07/2009 16:39:28
A vida nos parece, na maior parte do tempo, uma sucessão de desafios, alguns deles intransponíveis. E temos, ainda, algumas vezes, a sensação de que quanto mais obstáculos superamos, mais surgem à nossa frente.
Entretanto, observamos pessoas para as quais a existência parece um eterno mar de calmaria. Elas estão sempre serenas, ainda que tenham, como a maioria de nós, problemas a enfrentar.
O que, sem dúvida, faz toda a diferença, é a atitude que assumem diante das dificuldades, sejam elas pequenas e rotineiras ou verdadeiramente desafiadoras.
A única forma de atingirmos tal equilíbrio e nos protegermos da angústia e da ansiedade em querer superar os obstáculos rapidamente, é relaxar e permitir que a própria vida nos traga aos poucos as respostas para nossos questionamentos.
Isto para alguns parece algo impossível, visto que a cada problema que surge, sentem-se como condenados, cuja vida depende de que encontrem, de imediato, uma solução para aquela questão.
Aprender a confiar na existência e em nosso guia interior, acreditando que ele, de algum modo, nos indicará o melhor caminho, é um aprendizado aparentemente difícil. Mas, quanto mais nos dedicarmos a esta prática, mais rapidamente descobriremos o poder que ela possui de nos ajudar a descobrir a fonte de sabedoria que existe em nós.
“A religião é simples, não a faça complicada. Não crie teorias ao redor dela e não a faça desnecessariamente árdua. O ego quer dificultar as coisas, o ego não está interessado em coisas simples.
Quando eu digo para vocês, “Neste exato momento vocês podem tornar-se Budas”, algo dentro de vocês diz: “Como é possível? Tão simples? Tão fácil?
Vocês gostariam de algo muito difícil, então poderia tornar-se um desafio para seu ego. Deus não é um desafio, Deus é como um caso de amor. Deus não é o Everest que vocês têm de escalar. Deus é a profundeza – vocês não têm nenhum lugar para escalar. Vocês podem simplesmente dar o salto neste momento, e vocês desaparecerão.
Deus não é uma escadaria que vocês têm que subir lentamente, passo a passo.
Deus é um salto quântico. Vocês podem cair em Deus do mesmo modo como vocês se apaixonam. É fácil. Torne-o fácil. E no momento em que você começar a ouvir verdades fáceis, simples verdades, o ego começa a desaparecer. O ego está sempre interessado em coisas difíceis. Vá para a Lua – o ego diz, “Sim, isto atrai. Isto eu vou comprar. Sim, vamos para a Lua”...
… Se vocês vão para a Lua, vocês vão para lugar algum; Vocês permanecerão os mesmos. Se vocês tomarem uma droga, vocês não mudam.
Vocês permanecerão os mesmos, vocês podem mesmo tornar-se piores.
Ilusões não podem ajudar. Mas o homem está sempre em busca de alguma ilusão, uma meta distante, então, ele pode encarar uma viagem mental, uma projeção. Então ele pode começar a pensar no futuro e esquecer o presente.
Portanto, a insistência de todos os Budas: Neste verdadeiro momento tudo é possível – vocês não precisam esperar por um momento único, não há necessidade de postergar”. Torne a vida fácil, torne a vida simples – a vida é Deus. Seja absorvido na vida. A vida é o verdadeiro santuário. Através da vida vocês conhecerão aquilo que está oculto.
Nunca seja contra a vida, nunca lute com a vida. Vá com a vida, flua com a vida. Vá com o rio da vida... e o rio já está indo para o oceano.
Aquele que realizar este fluir com a vida é um srotaapanna – Buda chamou-o.
Ele entrou na correnteza, agora não há preocupação. Eu chamo o homem “sannyasin”, aquele que entrou na correnteza. Agora não há preocupação, agora nada tem de ser alcançado – ele relaxou...
Osho, em Zen: The Path of Paradox.