Utopias Espiritualistas e sua razão
por Acid em EspiritualidadeAtualizado em 10/05/2021 17:57:23
Algumas Palavrinhas Sobre Jesus, Anjos, Almas Gêmeas, ET´s, "Deus" - e suas distorções. por Lázaro Freire
O mito de Jesus é um tanto quanto equivocado, assim como o "Jesus" que as religiões construíram. Entre tantas coisas sobre Ele, de tantas igrejas, pesquisas, mitos, evangelhos, filmes, simbolismos, psicografias, fundamentalismos e versões, cada um passou a enxergar este "Jesus" com as cores dos óculos escuros que usou. Todos se julgando corretos em sua óptica e agredindo - ou ignorando - a ótica do seu irmão.
E assim, de tanto vermos distorções e descobrirmos tantas vezes que Ele não é o que disseram que era aqui, ou acolá, vimos que nenhuma das descrições se mostrava acertada. E muitas vezes desacreditamos até do que já havíamos experimentado, em Seu Nome, em outros tempos.
Entretanto, além de credos e distorções, há uma Consciência de Luz, que atua nesta freqüência. E não faz diferença ser ou não o mesmo da história, ou o da religião, ou o dos mitos. Ou uma egrégora, materializada ou não, atuando em nome de tudo que já se fez nesta vibração. Pouco importa. Ele, ou "ele", é pura coluna luminosa de amor e compaixão, mesmo assim.
Talvez nem haja um Jesus, como imaginávamos. Talvez, quem sabe, nosso mestre nem seja um só. Pouco importa. Mas há algo bem real, invisível aos olhos, mas visível ao coração, que justifica, como elemento comum, o porquê de tantos elementos diferentes, distorcendo ou não, colocarem neste "conceito" um ideal de amor. E na falta de nome, já que todos seriam imprecisos, eu o chamo mesmo de Jesus. Mas tanto faz.
Há também mitos sobre anjos. Cada um modificado com o tempero religioso - ou esquisotérico - de quem os "vê". Devas, santos, anjos da guarda, príncipes, potestades, orixás, ultraterrenos, mentores, amparadores, seres do plano mental, ET´s, comandantes estelares, consciências "da" quinta dimensão (sic).
Tantos nomes, velas, quadros, credos - e tão pouco discernimento...
De tanto vermos este conceito distorcido, justificando os mais estranhos sistemas, começamos a investigá-lo, a partir de nossa referência, da qual é impossível compreender Algo Maior. E assim, "inteligentes", olhamos para o espaço a partir de nossa ótica reduzida, intencionando "averiguar e provar" o que nos transcende, a partir de descrições equivocadas. E vendo que as descrições distorcidas não correspondiam ao verossímil, passamos, pela mente, a desacreditar - até mesmo do que já havíamos experimentado em nosso coração.
Entretanto, além de credos e distorções, ainda assim há seres - ou algo maior que isso - de elevado nível consciencial. Alguns translúcidos, outros sem forma humana, outros simplesmente sem forma alguma. Alguns ligados aos elementos e equilíbrio do planeta, outros à evolução coletiva. Outros, simplesmente, ao Amor.
Seres - ou algo maior que isso - que não necessitam de palavras e são a pura expressão do "Amor Que Gera a Vida". Perdemos nossa via de comunicação, e às vezes não os sentimos, aliados, junto a nós. Mas estes seres - ou algo maior que isso, sejam lá o que forem - existem em puro Amor, mesmo assim.
Talvez nem haja "anjos", ou "devas", como imaginávamos. Talvez, quem sabe, nosso protetor espiritual nem seja um só. Pouco importa. Mas há algo bem real, invisível aos olhos, mas visível ao coração, que justifica, como elemento comum, o porquê de tantos diferentes, distorcendo ou não, colocarem neste "conceito" um ideal de Amor. E na falta de nome, já que todos seriam imprecisos, eu o chamo de Anjo. Mas tanto faz.
Há também bastante fantasia romântica sobre almas gêmeas, afins e duplas de evolução. Adequadas ao comodismo de cada um, o belo conceito adquire cores esquisotéricas, romanticóides e popularescas as mais diversas. Justifica uniões cármicas. Dá desculpas para o mero desejo (que poderia sem bem vivido, sem necessidade de fantasias). Endossa a emoção grosseira, sufocando o sentimento sutil.
Depois, a decepção - sempre medida pela mesma régua da expectativa. O que parecia uma saída fácil para nossa falta de vontade de atuar e perseverar pelo Amor, torna-se desilusão. Descurtimos, desistimos, desficamos, trocamos nossas oportunidades de Amor por um novo "presente pronto dos céus" - que nunca vem. E assim, em véus de Maya, as inúmeras (?) almas gêmeas de ontem vão-se tornando as mágoas - ou pensões alimentícias - de amanhã.
Aos poucos, vamos desistindo de um Amor Maior, evolutivo, a dois; e trocando duplas evolutivas por relações rasas, breves, cômodas ou sem sintonia - como se o Amor fosse culpado de nossos caprichos românticos e expectativas. Ao mesmo tempo em que novas receitas e livros ensinam a encontrar as tais "almas" às quais havíamos acabado de renunciar.
Em meio a tantos equívocos e fugas, fica mesmo difícil acreditar. Como não negar? Olhamos desconfiados para os filmes, já sabendo distinguir e condenar (?) a paixão como não-amor. Mas nem por isso encontramos e vivemos o verdadeiro Amor.
Entretanto, além de credos e distorções, ainda assim há duplas evolutivas - que se complementam, se ajudam e se amam, entre vidas. Se não para sempre, pelo menos por muito tempo. Ainda que não vivam sempre este Amor, de forma romântica, na Terra. Mas, também, por afinidade, nada contra poder (e saber) vivê-lo aqui, também.
Há seres que, de tão afins, podem sim se unir, de forma complementar, formando um sistema, Dharma, ou Amor maior - assim como homem e mulher, juntos, podem dar à luz. Almas afins, com planejamento intermissivo, que nos permitem em algum momento dar e receber amor, de forma especial - e crescer com ele, para que nunca confundamos com mera paixão. Ou que nos permitem simplesmente estar estáveis, em Amor, para o cumprimento de um dharma maior. Amparadores vivos, companheiros evolutivos, exortando-nos, dia-a-dia - mesmo quando não é fácil ou "romântico" - ao nosso melhor.
Embora não haja promessa romântica no contrato reencarnatório, há também espaço para os reencontros de Amor - o qual, manifestado em todos os níveis, não exclui o a dois. E se serão vividos em uma vida, podem ser vividos nesta vida, ainda que por um tempo, entre os que buscam sintonia, amor e evolução. E assim, os mais produtivos se tornam mais unos e se repetem, reforçando a união que deu origem ao conceito, independentemente de suas mônadas e possíveis origens ou destinos comuns.
Podem não ser deterministas como as expectativas de alguns. Podem ser menos apaixonados, aos olhos de quem os julga, do que relações transitórias. Talvez sequer sejam reconhecíveis, por terceiros, como tão especiais. Talvez se esqueçam um do outro, após se separarem, uma vez que não se "possuem", a não ser pela vontade. Talvez só se encontrem em breve período crítico, em que apenas alguém tão afim poderia nos ajudar. Provavelmente não escapem da transitoriedade do que se manifesta na Terra, e "desapareçam" pouco depois.
Mas não faz diferença. Mudam para sempre nossas vidas, ainda que, em Maya, nos esqueçamos quando, ou quem. São expressão do Amor, ainda assim, e este, ao contrário da paixão, é sempre eterno - mesmo quando não pode ser eterna a sua manifestação.
Talvez não sejam "almas-gêmeas", e nem mesmo "almas-afins", como imaginávamos. Talvez, quem sabe, nossa alma "única" nem seja uma só. Pouco importa. Mas há algo bem real, invisível aos olhos, mas visível ao coração, que justifica, como elemento comum, o porquê de tantos diferentes, distorcendo ou não, colocarem neste "conceito" um ideal de Amor. E na falta de nome, já que todos seriam imprecisos, eu o chamo de Almas-Afins. Mas tanto faz.
Há também mitos diversos sobre ET´s, naves, missões de resgate planetário, comandantes... Algumas coloridas com os mais estranhos aromas e sabores New-Age que produzimos nos últimos anos. Outras, ressuscitando credos apocalípticos, segregadores de escolhidos, ou fatalistas - herança teológica de muito mais tempo atrás. Distorcidos de mil formas, passamos a desacreditar.
Entretanto, além de credos e distorções, ainda assim há consciências que não se originaram neste planeta, usando vários níveis e corpos de manifestação. Aliás, seria surpresa se nós fôssemos daqui. Ainda que não sejam exatamente o que os "adoradores de ETs" gostariam de encontrar. Ainda que não "provem" nossa posição no último debate. Mas muitos os vêem, ou sentem sua presença, cada um a seu modo, e não tem mais como os negar. Não pedem religiões, nem canais, nem congressos, nem comunidades isoladas do mundo, nem adoração, nem adesivos. Simplesmente consciências de outra linha evolutiva, acompanhando e ajudando a humanidade a seu modo, mesmo que não seja o que compreendemos. O que não deixa de ser Amor, ainda assim.
Talvez não sejam "Comandantes Estelares", e nem mesmo "Mestres dos Raios", nem tampouco "invasores", como imaginávamos. Talvez, quem sabe, nem sejam um povo só. Pouco importa. Mas há algo bem real, às vezes até visível aos olhos, mas também visível ao coração e à projeção extrafísica (viagem astral, projeção da consciência), que justifica, como elemento comum, o porquê de tantos diferentes, distorcendo ou não, falarem deste "conceito" de acompanhamento extraterrestre. E na falta de nome, já que todos seriam imprecisos, eu o chamo de ET´s. Mas tanto faz.
Além de todos estes conceitos, há um Princípio Inteligente, Maior, que permeia tudo. Não ouso falar sobre Ele, nem contê-lo em minhas expectativas, mas muitos tentaram. E de tanto tentarem fragmentá-lo, distorcê-lo e reduzi-lo, e nos apresentar em Seu nome ideologias e fundamentalismos os mais nocivos e desarrazoados, passamos, por bom (?) senso, a n´Ele desacreditar.
Entretanto, além de credos e distorções, além das (des)crenças, na origem do universo, na câmara secreta do coração, algo É, e Está. Por detrás do Self, do Tao, de Deus, de Jeová, de GADU, do samadhi, da individuação, do inconsciente coletivo, do akasha e de tudo mais, há ainda uma Força Maior, Inteligente e Viva, nos conduzindo ao centro. Religiões e nomes à parte, pode não ser o que esperávamos Dela, mas pouco importa. Na terapia, na religião, na espiritualidade, nos sonhos, nas escolas místicas, dentro de nós ou na comunhão, Ela é força de centro, e é Amor, ainda assim, nos conduzindo ao centro deste.
Talvez não seja "Deus" ou "Tao", e nem mesmo antropomórfico, como imaginamos um dia. Talvez, quem sabe, sejamos todos, nós e Ele, UM só! Pouco importa. Mas há algo bem real, invisível aos olhos, mas visível ao coração, que justifica, como elemento comum, o porquê de tantos diferentes, distorcendo ou não, falarem deste "conceito" divino, Centrador, Maior. E na falta de nome, Incognoscível por incognoscível, já que todos seriam imprecisos, eu O chamo de DEUS.
Mas, pensando bem... Tanto faz
Somos todos um só!