Viajando Espiritualmente com o Andarilho de Luz
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 20/04/2005 13:35:02
Imagine um ambiente extrafísico pesado, (relativo a Umbral, o plano extrafísico denso) umbralino(*) carregado de energias desagradáveis e de espíritos atormentados, onde sopra continuamente uma intensa ventania cinzenta e se escutam lamúrias perdidas na noite dos tempos.
Em meio à ventania zunindo terrivelmente, com pequenas partículas energéticas açoitando o próprio ambiente, como se fossem muitos grãos de areia arremessados violentamente pelo ar cinzento, você divisa vários espíritos sendo jogados para todos os lados. Eles estão esfarrapados e gritando, perdidos na loucura que os fez plasmar tal ambiente em torno de si mesmos, fruto direto das atrocidades que cometeram em vida, e que os acompanharam além da morte, dentro deles mesmos, como culpas terríveis, agora ejetadas para fora e plasmando um ambiente umbralino à sua volta.
Em meio a esse ambiente dantesco, bem no centro da ventania cinzenta, surge a figura de um homem alto e forte, que permanece firme no ar, atravessando as camadas densas em volta. Ele aparenta ter uns 45 anos, cabelos louros e barba clara cerrada. Só dá para ver o seu semblante e os cabelos esvoaçando no vento. Do pescoço para baixo, sua aparência é de um corpo de luz. Mas o principal nele são os olhos: como brilham em meio àquela atmosfera cinzenta.
No geral, sua figura manifesta uma aura de firmeza e compaixão. Ele é uma fortaleza consciencial, um mestre espiritual, um médico da alma, um andarilho de luz.
No meio daquele inferno cinzento, ele é pura serenidade com firmeza de propósitos.
Fico quieto e presto atenção no que ele está fazendo ali, enquanto procuro controlar minhas emoções, para não cair em lágrimas e não perder a excepcional lucidez do momento.
Vejo-o deslizar em meio à atmosfera cinzenta e sinto que ele está fazendo um grande esforço para se manter condensado energeticamente em tal plano. Sozinho, ele aprofunda o olhar extrafísico (paravisão) e localiza no meio da ventania cinzenta os espíritos atormentados, arremessados violentamente em meio às formas-pensamento dantescas que enxameiam o ambiente, como se fossem figuras fantasmagóricas flutuando à deriva.
Daí, ele começa a aplicar vigorosos passes energéticos no meio do vento e os espíritos sofredores são atraídos em sua direção. Um a um, ele os projeta vigorosamente para cima, bem alto, onde se abriu um portal luminoso (uma passagem entre planos, um atalho energético), por onde eles passam e somem deste plano, para serem atendidos por outros amparadores nos ambientes assistenciais do Astral.
Fico olhando, maravilhado, o seu trabalho: um ser de luz pescando os espíritos na ventania e arremessando-os para o alto, para a LUZ DO AMOR QUE CURA INCONDICIONALMENTE!
Observo-o arrebatar muitos espíritos, e tudo isso sozinho, segurando a barra naquele plano denso, super atento ao que fazia, com cuidado e compaixão nos seus movimentos energéticos vigorosos.
A essa altura, vendo essa assistência extrafísica sendo feita com tal competência e qualidade, sou tomado por uma grande admiração sadia por esse médico das almas.
Nesse momento, ele levanta o olhar em minha direção e me olha diretamente nos olhos. Então, sou invadido por uma onda de amor indescritível, que me preenche completamente de uma alegria serena, junto com uma sensação de firmeza e energia incríveis. O brilho de seus olhos derrama bálsamos curativos e energizantes em todo o meu ser. Sinto que estou sendo vivificado energeticamente.
Em meio a isso, percebo algumas imagens do passado dele, milênios atrás, quando ele era médico e atendia os pobres e desvalidos, aqueles doentes sujos e chagados que ninguém queria por perto. Pois ele os atendia com toda atenção e carinho. Costumava viajar como andarilho pelas antigas aldeias dos povos nórdicos, atendendo aqui e ali, sempre dando apoio aos pacientes.
Ao fim dessa vida, que foi sua última estadia na Terra, ele continuou o seu atendimento nos planos extrafísicos, sempre atendendo os espíritos desvalidos nos umbrais espirituais. Sempre trabalhando sozinho e atendendo nos ambientes mais difíceis do Astral inferior.
Ele, o médico das almas, o andarilho das estrelas, que agora me enche de amor e luz com um simples olhar sereno.
P.S.: Ele, um mestre sereno e anônimo, que sustenta uma barra pesada sozinho.
Ele, um mestre da luz, que galgou seu alto nível ajudando os desvalidos dos dois mundos, o visível e o invisível.
Ele, o andarilho de luz, que o mundo dos homens tristes não conhece, e que jamais será reverenciado pela devoção das pessoas, pois ele trabalha anonimamente, no silêncio que ama incondicionalmente, que ajuda a todos e que jamais julga alguém nem condena coisa alguma, só cura e transmite aquela paz que não é desse mundo.
Ele, o curador secreto, sem nome e sem fama, sem seguidores, sem alarde, sem ego, sozinho no meio das trevas conscienciais, cheio de compaixão e atenção.
Ele, o andarilho da luz, que mesmo no meio de um trabalho desgastante no umbral, ainda assim me viu e me encheu de um amor que não sei explicar, só sentir.
Ele, um servidor do Grande Espírito, ao qual ficarei eternamente grato pelo exemplo de firmeza e compaixão na prática.
Ele, que me deu um presente secreto em seu olhar luminoso, que carregarei para sempre dentro de meu coração.
Ele, sobre o qual nada mais posso dizer, pois as palavras são muito pobres para fazer jus ao seu nível maravilhoso.
Ele, o andarilho de luz, que arrebatou os espíritos no meio da ventania cinzenta, que me encheu de amor sereno e que me disse mentalmente:
“Nunca desista dos objetivos sadios e criativos.
Jamais deixe a ingratidão alheia lhe ferir nem dê guarida à mediocridade em seu ser.
Dependa de si mesmo, busque a luz do eterno dentro do coração.
Não julgue ninguém e ajude quem puder, sempre com dedicação e plena atenção.
Ande pelo mundo como um servidor da LUZ.
Simplesmente, seja LUZ!”
Jundiaí, Abril de 2005.