Viajando nas ondas espirituais de Shiva-rudra 3
por Wagner Borges em EspiritualidadeAtualizado em 08/04/2020 11:35:10
O Sr. Shiva não se incomoda com os erros de ninguém, pois Ele sabe que evoluir espiritualmente não é fácil, ainda mais em meio às ilusões do mundo e seduções de toda sorte. Ele conhece profundamente o que cada um é, sem máscaras ou enganos.
Ele conhece as ciladas do ego, antes mesmo que elas sejam elocubradas e sabe das birras e teimosias que tanto mal fazem na jornada do Ser.
Ele é Amor! Mas também é Discernimento, e nada pode enganá-Lo.
Diante do Seu Olho Espiritual, as brumas do engano e das seduções do ego são diluídas na Luz. O fogo projetado pelo seu Trishula (tridente) incinera as emoções mais pegajosas e daninhas.
Ele é o Maha-Deva e as camadas de Maya (ilusão) são obliteradas por Sua Ação de Transformação e Renovação Consciencial. E, diante d'Ele, de que adianta tergiversar na trilha espiritual e empatar o próprio progresso?
Ele é o Shankara, o Divino Doador de Bênçãos! Mas também é o Tandava, Aquele que dança sobre os despojos e cinzas de antigas emoções e coisas mal-resolvidas de antanho.
Ele é o Nataraja, o Senhor da Realidade e Mestre dos iogues de todos os tempos! Mas também é a Canção Espiritual que inspira os agentes do Bem de todas as eras.
É Ele que comanda as energias e sussurra a sabedoria e serenidade no coração dos rishis** de todas as linhas...
Ah, que estudante espiritual será tolo a ponto de tentar esconder suas sandices d'Ele? E que manha ou birra poderá evitar a ação do carma*** inflamando sua senda consciencial?
O Sr. Shiva é pura compreensão e sabe tudo que está no coração dos homens... Ele é pura Ananda!****
E aqueles que O sentem, em Espírito e Verdade, sabem que o Fogo de Sua Transformação é doce e encantador... Por isso, mesmo em meio às provas do caminho, confiam que um Poder Maior os guia secretamente.
Sim, eles O sentem em seus corações. E quando oram, sabem que não estão sós.
Em seus trabalhos, junto com os seus guias espirituais*****, sentem um influxo sutil, secreto e sereno, em seus chacras. E, às vezes, quando meditam, percebem o próprio coração cantando alegremente um dos seus mantras: "Om Namah Shivaya, Om Namah Shivaya, Om Namah Shivaya..."
P.S.:
Ah, diante do Olho Espiritual do Senhor Shiva, quem se atreverá a dizer que é mestre espiritual de alguém?
Quem será capaz de curvar a crista do próprio ego, e dizer: "Senhor, que seja feita a Sua Vontade e não a minha!"
Quem cantará com Ele a canção que embala o despertar das consciências?
Quem dirá, com alegria?: "Senhor Shiva, é só o Amor que nos leva..."
Enfim, com a Acha de Fogo do Supremo, quem acenderá a fogueira do discernimento para cremar as tolices dentro do próprio coração?
Ah, quem terá a coragem de vencer a si mesmo?
Gratidão, Gratidão, Gratidão...
Om Namah Shivaya!
(Escrevi essas linhas sob a inspiração de um grande amigo espiritual, que veio me visitar hoje. Seu sorriso é lindo demais. E sua amizade e compaixão serena só me fazem pensar no Bem de todos. É uma honra ele vir aqui em casa e me dizer o seguinte:
"Seja como um incenso do Bem. O Sr. Shiva é a Acha de Fogo. Então, permita que Ele acenda os seus chacras... E exale a fragrância espiritual d'Ele a favor do Bem da humanidade. Faça isso com Amor, simpatia e respeito para com todos os seres. E nunca se esqueça de que o Poder que anima a vida do homem não vem dele, mas, sim, do Senhor. E só Ele sabe o tempo de cada coisa. Como você já sabe, antes de realizar o grande samadhi******, é necessária a realização do trabalho de esclarecimento e assistência espiritual no mundo. Enfim, fique firme na senda, que só é linda porque o Senhor está nela."
Ah, o meu amigo me disse isso e riu... E, logo depois, sumiu dentro de um facho de Luz. Eu fiquei ali, sentado no meu quarto, sentindo as energias maravilhosas que ele deixou. Então, fiz uma prece e agradeci a Shiva, por tudo.)
- Wagner Borges - mestre de nada e discípulo de coisa alguma, cada vez menos diante de um Grande Amor...
- Notas:
* As duas partes anteriores desse texto podem ser acessadas no site do IPPB, nos seguintes endereços específicos logo ao final do texto.
Obs.: É importante ler essas duas partes anteriores, porque nas notas de rodapé das mesmas estão explicadas várias das expressões do sânscrito utilizadas nessa terceira parte.
** Rishis - do sânscrito - sábios espirituais; mestres da velha Índia; mentores dos Upanishads.
*** Carma - do sânscrito "Karma" - ação; causa - é a lei universal de causa e efeito - Tudo aquilo que pensamos, sentimos e fazemos são movimentações vibracionais nos planos mental, astral e físico, gerando causas que inexoravelmente apresentam seus efeitos correspondentes no universo interdimensional. Logo, obviamente não há efeito sem causa, e os efeitos procuram naturalmente as suas causas correspondentes. A isso os antigos hindus chamaram de carma.
**** Ananda - do sânscrito - estado de bem-aventurança espiritual; êxtase espiritual.
***** Guias espirituais - entidades extrafísicas e positivas que ajudam na evolução de todos os seres; mentores extrafísicos; protetores astrais; auxiliares invisíveis; guardiões astrais; amparadores extrafísicos; benfeitores espirituais.
****** Samadhi - Samadhi - do sânscrito - expansão da consciência; estado de consciência cósmica.
Obs.: Para finalizar esses escritos, deixo na sequência um texto do inspirado escritor irlandês John O'Donohue.
ECOS ETERNOS
- Por John O'Donohue -
É impossível estar na Terra e evitar o despertar.
Tudo o que acontece dentro de nós e à nossa volta chama o nosso coração a despertar... Assim como a densidade da noite cede lugar à radiante canção do amanhecer, da mesma forma a nossa alma continuamente nos persuade a nos entregarmos à luz e a despertarmos.
O anseio é a voz da alma, ele constantemente nos chama a estar plenamente presentes na nossa vida: a viver o máximo a vida que nos foi concedida.
Rilke disse ao jovem poeta: "Viva tudo!"
Estamos aqui na Terra neste momento, entretanto esquecemos com tanta facilidade! Percorremos uma grande distância para chegar aqui. O sonho da nossa vida foi concebido a partir da eternidade.
Nosso lugar é num grande abraço que nos incita a ter a coragem de honrar a imensidão que dorme em nosso coração.
Quando aprendermos a ouvir a sabedoria do anseio de nossa alma e a nela confiar, despertaremos para o convite da integração dignificada que habita as profundezas generosas do nosso destino.
Tomaremos consciência do milagre de presença dentro de nós e ao nosso redor.
No princípio era o sonho - e o sonho era a Divina Providência.(Texto extraído do livro "Ecos Eternos" - Editora Rocco).
Nota de Wagner Borges: Enquanto eu passava a limpo todos esses escritos de hoje, rolava aqui no meu som algumas músicas do virtuoso guitarrista americano Steve Vai. Ou seja, elas são a trilha sonora desse material. Então, deixo na sequência os links para duas de suas lindas músicas.
Steve Vai
- "Whispering A Prayer" (Live, 2004) -
link
- "Whispering A Prayer" (com orquestra, 2013) -
link
- "For The Love of Gold" (Original, 1991) -
link
- "For The Love of Gold" (Com orquestra, 2005) -
link
Obs.: "For the Love of God" - em português, "Pelo amor a Deus".
Sobre esta música, Steve Vai fez a seguinte declaração:
"Esta música é sobre o quão longe as pessoas vão para o amor de seu Deus. Quando você se disciplina a parar de fumar, a correr mais rápido ou a jogar melhor, você tem que ir fundo dentro de você. E isso é um acontecimento profundamente espiritual. É assim que você entra em contato com esse pedacinho de Deus dentro de você. É isso que eu estava tentando conseguir com "For the Love of God" - eu estava tentando encontrar esse ponto!"
For the Love of God é a canção mais famosa do guitarrista, além de ser sua música favorita. Steve a gravou no quarto dia de um jejum de 10 dias. Segundo ele, "eu tentei me forçar a ficar em estado alterado de consciência relativa, pois nesse estado você pode apresentar coisas que são únicas, mesmo para si mesmo!"
A versão de estúdio desta música, de pouco mais de seis minutos, faz parte do álbum Passion and Warfare (sétima faixa), e das compilações The Seventh Song - Enchanting Guitar Melodies - Archives Vol. 1 (primeira faixa), e The Infinite Steve Vai: An Anthology (sétima faixa).
A canção apresenta uma série de técnicas, como alavancadas, whammy bar tricks, two-hand tapping, harmonics e volume swells.
A voz, ao final da música, que diz "Walking the fine line... between Pagan... and Christian" (em português, "Andando na tênue linha entre o Paganismo e o Cristianismo"), é de David Coverdale.
Ela ocupa a posição 29 na lista dos 100 melhores solos de guitarra da historia, feita pela revista Guitar World. Além disso, ela é uma das canções do jogo Guitar Hero III: Legends of Rock.
Em 1991, Steve lançou o video-clipe desta música.