Vocação
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 18/10/2007 14:18:58
Quantos seres humanos sabem, realmente, qual a sua verdadeira vocação?
Para muitas pessoas este é um assunto absolutamente irrelevante, pois elas acreditam que a escolha de uma carreira deve ser feita exclusivamente por critérios financeiros, ou seja, é preciso escolher uma profissão que apresente maior possibilidade de ganho material.
Entretanto, não por acaso, no mapa astrológico natal de qualquer ser humano, a sexta casa, denominada a casa do trabalho, é também a casa da saúde, ou seja, a que determina quais os fatores que influenciam no equilíbrio interior daquela pessoa e, consequentemente, em sua saúde física, visto que ambos estão intrinsecamente ligados.
Ter uma profissão que se harmonize com a nossa essência interior é o caminho mais garantido para sermos felizes e experimentarmos o sentimento de realização. Mas a maioria de nós não teve nenhuma orientação quanto a esta preocupação na hora de escolher uma carreira.
Além do signo solar, que tem um papel preponderante na definição de nossa natureza intrínseca, outros dados da carta astrológica natal também são importantes para definir nossa vocação, como as posições de signo das casas dois, seis e dez, todas elas relacionadas aos aspectos materiais da vida, como segurança material, trabalho e carreira.
Para quem acredita que estamos neste planeta também para cumprir uma missão, superando desafios e obstáculos necessários à nossa evolução e crescimento espiritual, conhecer os aspectos cármicos do mapa natal é de grande importância, pois eles constituem um precioso guia, a diretriz que comandará nossos passos e nos estimulará a realizar nossa vocação, ao invés de simplesmente garantirmos a sobrevivência material.
Aqueles que tiveram a coragem de ir em busca de sua real vocação, sabem exatamente a diferença entre a realização interior que ela proporciona e a insatisfação que se sente como mero executor de tarefas, sem qualquer prazer no trabalho que se realiza.
Às vezes, seguir a verdadeira vocação é um processo difícil, mas quando se tem a felicidade interior como meta, o sacrifício necessário para alcançá-la sempre vale a pena.
“Faça resolutamente, com todo o seu coração.
Buda diz: Faça o que você tem de fazer resolutamente... Mas, por resolução, ele não quer dizer vontade, como o significado comum nos dicionários. Buda é obrigado a usar as palavras de vocês, mas ele dá um novo significado às suas palavras. Por ‘resolução’ ele quer dizer “a partir de um coração decidido” – não a partir da força de vontade, mas a partir de um coração decidido.
E lembre-se: ele enfatiza a palavra ‘coração’, não a mente. Força de vontade faz parte da mente. Um coração decidido é um coração sem problemas, um coração que não mais está dividido, um coração que chegou a um estado de tranqüilidade, de silêncio. Eis o que ele chama de “um coração decidido”.
“Faça o que tem de fazer resolutamente, com todo o seu coração.” Lembre-se da ênfase no coração. A mente jamais pode ser uma – por sua própria natureza ela é muitas. E o coração é sempre um – pela sua própria natureza ele não pode ser muitos. Você não pode ter muitos corações, mas você pode ter muitas mentes.
Por quê? Porque a mente vive na dúvida e o coração vive no amor. A mente vive na dúvida e o coração vive na confiança. O coração sabe como confiar – é a confiança que o torna um. Quando você confia, de repente você fica centrado.
... É a partir de sua confiança que você se torna íntegro, o que é muito mais importante do que qualquer outra coisa. ... Assim, lembre-se: confiar não quer dizer que primeiro você tem de pesquisar, que primeiro você tem de deixar as coisas certas, garantidas e, então, confiar.
Isso não é confiança, isso realmente é dúvida – como você esgotou as possibilidades de duvidar, daí você confia. Se uma outra possibilidade de dúvida surgir, você duvidará novamente. Confie apesar de todas as dúvidas, apesar do que o homem é ou do que o homem vá fazer. Isso é do coração, vem do amor.
Quando você confia e ama com um coração decidido, isso traz transformação. Então, você nunca hesita. A hesitação simplesmente o mantém aos pedaços. Dando um salto quântico, sem nenhuma hesitação ou apesar de todas as hesitações, você se torna íntegro. A hesitação desaparece, você se torna um.”
Osho, The Dhammapada.
