Você merece amor?
por Elisabeth Cavalcante em EspiritualidadeAtualizado em 19/06/2008 13:42:56
Quando indagamos a algumas pessoas se elas se consideram merecedoras de amor, muitas podem a principio até responder a pergunta com uma afirmativa. Porém, em seu cotidiano, acabam se acomodando em situações que em nada refletem este pensamento.
Considerar-se merecedor de amor é uma atitude interior diretamente relacionada a uma sólida auto-estima. Quando você se ama verdadeiramente, acredita que tem direito a ter sempre o melhor que a vida tem a oferecer.
Existem aqueles que identificam a vida com a idéia de sacrifício, de sofrimento inevitável, ao qual se habituam de modo conformado, por acreditar que não existe outra maneira de se viver, pelo menos não para elas.
Já os que se consideram merecedores de amor, sempre procuram, em cada situação, encontrar a saída mais objetiva, aquela que apresente o menor índice de estresse e desgaste possível.
Respeitar a nós mesmos exige, a cada momento, que façamos escolhas adequadas, em sintonia com este sentimento. Isto inclui afastar ou pelo menos manter o mais distante possível de nós, pessoas ou situações que violentem nossa individualidade.
O amor próprio nos torna mais seletivos e às vezes mal compreendidos por aqueles que insistem em invadir nosso espaço, tanto interior, como exterior.
Ele não é característico do ego e nem deve ser confundido com arrogância ou orgulho. É simplesmente a consciência de nosso poder interior, é reconhecer nossas qualidades, sem que façamos comparações ou nos sintamos inferiores ou superiores a quem quer que seja.
Somos seres únicos, cada qual carregando sua própria individualidade e expressando, à sua maneira, a essência divina comum a toda espécie humana.
Quanto mais nos conectarmos com esta essência, maior será a consciência de nosso valor.
“...Amor não é algo que você tenta ganhar do outro. E essa tem sido toda a história do amor – todo mundo está tentando ganhar amor do outro, tanto quanto possível. Ambos estão tentando ganhar e, naturalmente, ninguém está ganhando nada.
O amor não é algo a ser obtido.
Amor é algo a ser dado.
Mas você só pode dar quando você o tem.
Você tem amor dentro de você? Você já se fez essa pergunta?
Quando, sentado em silêncio, você já observou? Você tem alguma energia de amor para dar?
Você não tem; nem os outros têm. Então você cai em um relacionamento de amor. Ambos fantasiam, fingindo que vão dar ao outro o próprio paraíso. Ambos estão tentando convencer o outro que “Quando você se casar comigo, as mil e uma noites da Arábia ficarão esquecidas - nossas noites, nossos dias serão todos dourados”.
Mas você não sabe que não tem nada a dar. Todas essas coisas que você está dizendo estão relacionadas ao que você quer ganhar. E o outro está fazendo o mesmo. Uma vez casados, então virão os problemas, porque ambos estão esperando as mil e uma noites e nem mesmo uma noite indiana está acontecendo!
Então vem uma raiva, uma fúria que, pouco a pouco, se torna venenosa.
O amor se transformando em ódio é um fenômeno muito simples, porque todo mundo se sente traído.
O relacionamento humano precisa de compreensão.
Minha sugestão é: medite. Torne-se mais e mais silencioso, calmo, tranqüilo. Deixe uma serenidade surgir em você.
Isso lhe ajudará de mil e uma maneiras, não apenas no amor”.
OSHO, Sermons in Stones.