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Seu chefe é legal?

por Silvia Malamud em Psicologia
Atualizado em 08/04/2020 11:35:02


Essa pergunta é retentora dos mais variados tipos de respostas. Infinitas são as questões envolvendo relacionamentos entre chefes e supostos "subalternos" A pergunta maior que fica é a de como obter boa resolução nesses tipos de conflitos.

Já tive em meu consultório inúmeros momentos em que pacientes se deram conta do que efetivamente estava ocorrendo na relação entre eles e seus chefes. Na sequência, pós-impacto do descortinamento, que evidencia a trama relacional, existe sólida oportunidade de se posicionarem com maior clareza revendo conceitos. Para muitos, ocorrem mudanças tão radicais de conduta e postura que, como consequência, quase que magicamente, seus cenários de trabalho transformam-se num status muito melhor do que o anterior.

Apesar de muitos coachings treinarem excelentemente trabalhadores em diversas situações que envolvem desempenho pessoal, por vezes, questões mais profundas tendem a permanecer bastante aquém de serem tocadas na exata profundidade necessária. Por isso mesmo, que muitos acabam indicando um profissional da área terapêutica para darem continuidade ao desenvolvimento de assuntos mais inconscientes. Muitas vezes entender o que se está fazendo e mudar comportamentos não liberta o "pano de fundo emocional" que colore determinados padrões de funcionamento. Essa questão serve para absolutamente tudo que temos consciência, que nos perturba e que, por conseqüência, exige transformação profunda para que mudanças significativas ocorram.

Compreensão racional, na maioria das vezes, não é fator suficientemente poderoso para promoção real das mudanças almejadas, bem como para que sensações emocionais desconfortáveis sejam redimensionadas.

Inaugurar comportamentos diferentes, na ilusão de que tudo melhorou, quando se adquire consciência do porquê de um problema, sem ter ocorrido resolução emocional, em pouquíssimo tempo, evidencia-se ser ineficiente. Resoluções superficiais desmoronam-se na maioria das vezes, de modo mais drástico do que o habitual conhecido desconforto emocional.

Se a mudança não acontece no cérebro profundo e, sim, na superfície, significa que a mudança de verdade não ocorreu, posto que fisiologicamente as redes neuronais que envolvem padrões de respostas baseados em sobrevivência não têm a "confiança" necessária para poderem se reorganizarem de modo diferente do padrão anterior.

Certa vez, recebi uma paciente que estava parada, de licença médica, há cerca de um ano devido a colapso emocional de estresse, por conta das altas demandas de trabalho do seu superior em relação a ela. Percebemos no decorrer das consultas sua demasiada necessidade de se auto-superar em perfeição e desempenho. Precisava, tinha urgência, em sempre ser muito bem vista.

Entre a percepção de como o seu chefe funcionava e de todos os excessos cometidos por ambas as partes, foi trabalhada a questão dos limites e a paciente alcançou a capacidade de perceber onde era a sua "linha vermelha", ou seja, onde era o aviso de sinal vermelho para que freasse e nunca mais corresse o risco de entrar em estresse dessa ordem. Aprendeu e se habilitou a dizer não a si mesma, a seu chefe e a todas as situações que sempre a atravessaram. Cuidou de suas culpas em se auto-impor, de seu medo de não ser amada. Foi uma terapia breve, pontual e eficiente. Usamos abordagens como EMDR e Brainspotting, que visam reorganizar o todo, os mecanismos de sobrevivência, as histórias de vida, reprogramando, para melhor, o sistema neurológico de respostas automáticas.

E você, sabe qual é a sua linha vermelha!? Tem noção até onde fisiológica e psiquicamente pode ir? Hoje em dia é mais do que comum pessoas de todas as idades, por conta de altas demandas de trabalho, passarem várias horas sem se alimentar, ultrapassando necessidades básicas, sempre sob pressão.

Qual é o seu limite? Somos minas de ação retardada... Ainda não somos máquinas ou super-homens com superpoderes, somos humanos em auto-aprimoramento nessa breve passagem...
Que possamos ter sabedoria para usufruir de tudo o que desejarmos, na medida correta, e que nossos sistemas estejam nutridos de modo saudável. Talvez seja este também um dos nossos aprendizados aqui na Terra: auto-amor.


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silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

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