Sonhos, uma versão de muitas realidades
por Silvia Malamud em PsicologiaAtualizado em 23/03/2023 21:16:06
Vou ousar transcender a nossa "caixa preta" de informações do inconsciente indo para um universo além, ainda que nosso. Deliberadamente, atravessarei valiosos conceitos reconhecidos por estudiosos que explicam as mais variadas funções dos sonhos.
No período em que sonhamos, nossos ambientes emocionais mais profundos têm espaço para serem redimensionados e reprocessados. Imagens oníricas e simbólicas costumam dançar na trama onde o cérebro tenta se autossuperar em relação a algo vivenciado muitas vezes de modo traumático.
Ainda durante os sonhos, a mecânica do cérebro abre espaço para que a consciência atravesse os mais diversos portais a fim de que possa se aventurar em suas buscas de desenvolvimento.
Toda construção de sonhos, portanto, funciona como um sistema de aprendizado onde ao mesmo tempo em que participamos como produtores, também somos os atores. As nossas realidades, quando acordados, também existem da mesma forma. Quando ousamos ir além dos dogmas aprendidos acerca dos sonhos, da realidade e dos conceitos sobre finitude, facilmente saímos desta "estação" , como se a mesma fosse um dial de rádio e imediatamente nos abrimos para outras infinitas possibilidades de aprendizados que estão aí para todos.
Saber que absolutamente todos os sonhos tem um proposito maior, pode abrir espaço para que você possa olhá-los de modo bem diferente do usual. Essa nova postura, além de facilitar outros entendimentos sobre as imagens e mensagens oníricas, promovem mudanças em todas as áreas da vida. Grandes transformações terão espaço na medida em nos habilitarmos a atravessar as realidades coletivas camufladas que são constantemente inventadas através de dogmas e crenças infundadas. Na sequência deste tipo de desbravamento, um espaço inimaginável de conhecimento se abre e você verá muitas coisas de modo bem diferente do aprendido.
Nossa mente é a local, a física quântica preconiza isso há tempos. Quanto mais ciente de nós mesmos, mais entendemos que os nossos sonhos e pensamentos têm alcance muito maior do usual.
A ideia é focar no que se deseja saber antes de dormir e conceber que o cérebro fará o serviço trazendo informações valiosas sobre tudo o que necessitar. As respostas chegarão juntamente com as lembranças ocorridas durante os sonhos, como inspiração ao longo do dia, através de sentimentos e de novas e inusitadas atitudes. Basta ter consciência e foco no que se deseja alcançar. Nossos sistemas são altamente potentes e totalmente fieis a nós mesmos. Ampliar a consciência para saber transitar do outro lado, confere a todo aquele que ousar conhecimentos incomungáveis.
Outro modo de atravessar estes portais de transformação pessoal é pela via do reprocessamento cerebral, a terapia que ajuda o paciente a "misturar" hemisférios cerebrais facilitando sobremaneira o acesso direto ao cérebro profundo e às outras instâncias abordadas ao longo deste artigo. Nessa terapia, o cérebro funciona como se a pessoa estivesse reprocessando a cena de um sonho, embora qualquer assunto perturbador possa ser reprocessado. O diferencial, porém, é que o eu encontra-se literalmente acordado e lúcido durante todo o tempo em que se trabalha as suas questões, ainda que o cérebro esteja na sua função de sonhar, ou seja, de reprocessar. Neste percurso terapêutico é que acontecem as transformações e as mudanças contextuais.
No reprocessamento, a pessoa transita entre o estado de frequência BETA, ou seja, o estado de vigília em que estão associados os cinco sentidos físicos: tato, paladar, olfato, visão e audição, entre o estado ALFA, que é o nível da criação, quando acontece relaxamento e devaneios e talvez também por um estado similar ao TETA, que exige um relaxamento profundo e que é quando se dorme profundamente e quando ocorrem os sonhos.