Você tem medo de morrer?
por Silvia Malamud em PsicologiaAtualizado em 26/05/2021 16:23:23
Você é daquelas pessoas que vez por outra entra em contato com a vida em si e fica totalmente em pânico, como surtado no desespero de saber que um dia tudo isso irá acabar?
É acometido por crises existenciais questionando o porquê de tudo isso e para quê? Lugar onde religião nenhuma poderia, ao seu ver, confortar, posto que o final da vida é certeiro e absolutamente nada se sabe sobre o depois, ou seja, sobre a continuidade da vida em outros planos como dizem.
Ciclicamente, entra em crise ao observar seus semelhantes vivendo como se fosse um filme sem sentido, sem finalidade? Vez por outra você sente que descola da sua própria estória, de suas referências primordiais e se sente no vácuo? Nessas ocasiões, uma ordem de terror pode assolar você por inteiro a ponto de fazê-lo sentir que está beirando a loucura. Será?
Vez por outra temos a sensibilidade de percebermo-nos na matrix como muitos dizem, ou seja, na faixa onde a grande maioria vive impulsionado por movimentos cegos e que certamente não vêm da alma e, portanto, que não servem de alimento para a validação da vida.
O medo de morrer, deste modo, instala-se quando é chegada a crise da percepção, quando se nota o quanto que se está imerso em uma existência sem sentido e sem a presença real do eu. O terror do medo da morte vem quando um ataque de lucidez cega e percebe-se que ainda não se vive em plenitude sem conseguir ainda vislumbrar se haveria algo de bom, ou a vida propriamente dita além dos parâmetros conhecidos.
Sair do estado de robô, muitas vezes pode ser assustador. A sensação de desespero ocorre quando nos vemos no olho do furacão e achamos que estamos sendo sugados por ele sem chance de sobrevivência.
A boa notícia é que este furacão desesperado de lucidez passa e você permanece vivo.
Existe apenas um único perigo bastante sério neste momento de ataque de pânico no advento da lucidez, ocorre se acaso você paralisar o processo do seu existir, devido ao medo, e neste caso é passível de acontecer desestruturação psíquica que inclui o risco de fuga da realidade.
Sempre que se é acometido por medo importante de morrer, pelo pânico e desespero, a dica é pedir ajuda para que literalmente possa renascer deste tipo de crise com saúde emocional muito melhor do que anteriormente. A ideia é a de conquistar um lugar em si mesmo, totalmente lúcido, compactuando com o sentido de uma vida pulsante conectada com o sagrado e com a divindade que é a experiência de existir. Do contrário, corre-se o risco de permanecer catatônico ou delirante renascendo de maneira totalmente distorcida.
Todos nós passamos por momentos desta ordem, faz parte da nossa trajetória meteórica por este plano. Talvez seja parte também de algum plano divino evolutivo, vai saber. A questão maior é passar pela crise de modo saudável e fazer valer a pena a nossa passagem.
Se você estiver passando por algum sofrimento maior nesse delicado momento, não deixe de pedir a ajuda de um profissional competente.
Lucidez e insanidade estão na margem de uma linha tênue.