A dor da liberdade!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 10/18/2015 9:31:31 AM
As pessoas não dizem “Eu não quero passar por isso”, elas dizem “Eu não posso passar por isso”. E sabem por quê? Porque a liberdade de escolha tem o peso da responsabilidade pela escolha feita e então é preferível não se dar o direito de opções.
Quantas vezes você foi a uma loja e pediu um modelo de roupa. Ao lhe mostrarem uma cor, imediatamente trazem mais duas ou três e você diz: “Que difícil de escolher, por que não deixou só a primeira peça?”
Sempre que fazemos uma escolha fazemos juntos muitas renúncias. Sim, escolha no singular e renúncias no plural. Quando escolho água para beber renuncio a todos os outros tipos de bebida que também poderiam aplacar minha sede.
É comum encontrar empresários e altos executivos que desejam ter os pontos positivos das várias possibilidades e não querem a contrapartida. Um exemplo freqüente ocorre quando a empresa trabalha em regime de representação, sem vínculos empregatícios. O representante ganha uma comissão sobre o que vende. Por lei a empresa não pode exigir que eles enviem relatórios, isso caracterizaria um vinculo trabalhista que os colocaria como vendedores contratados, portanto, a empresa teria uma série de encargos trabalhistas sobre esse vínculo. Não querem ter seus representantes como contratados, mas querem que eles se comportem e prestem contas como tal.
Estão muito comum os relacionamentos onde se exige do outro, mas não se dá de si mesmo. É aqui que se deve dedicar maior atenção.
Uma vida a dois, cada vez mais conflituosa e desgastante, momentos quase nenhum de paz interior e tranqüilidade para se desfrutar de uma tarde ensolarada, de uma noite calma ou de um amanhecer onde o caminhar é relaxante e tranqüilizante. Fica a pergunta: “Que escolha de vida você está fazendo? O que você está construindo para o seu amanhã.”
Amanhã é aquela data onde você vai parar, olhar para o que viveu e se dizer: “O que eu fiz de minha vida?” Data que tem consigo o peso do tempo que não poderá ser recuperado. Data que para muitos aponta o não ter mais tempo para refazer.
Antigamente havia uma desculpa de que as mulheres dependiam dos homens para sobreviverem e mesmo assim, muitas decidiram mudar seus destinos e assim o fizeram. Hoje, as mulheres estão em pé de igualdade com os homens, possuem um mundo muito mais aberto e receptivo para elas e ainda assim, prendem-se em suas escolhas.
Mas para quem pensa que isso ocorre apenas com as mulheres estão muito enganados, também com os homens. Em resumo, o ser humano está com uma grande dificuldade de usar seu livre arbítrio. Seu direito de escolha. Assumir a responsabilidade por tudo que lhe diz respeito.
Triste ver casais que se maltratam o tempo todo, falam mal de seus parceiros e parceiras, mas não tomam nenhuma atitude para realmente buscarem a solução desses conflitos. Sabem que ao fazerem isso a possibilidade da separação existe e não querem arcar com o assumirem suas vidas a sós. Não apenas pela solidão, mas também e principalmente pelo ônus da independência. Muitos ficam apenas para não dividirem seus bens. A vida está um verdadeiro inferno, mas o apego aos bens materiais é muito maior.
Mas há também muitos casos aonde a liberdade de escolha não conduz a separação, mas sim ao desprendimento do ego, do querer que seja do “meu jeito” e então o respeito ao outro surge e cada um assume suas responsabilidades na relação, fazendo-a madura e produtiva.
A frase “aceitar o outro como ele é” tem sido usada para o “eu sou assim e você não pode querer nada diferente de mim”. Puro egoísmo e fechamento para qualquer possibilidade de harmonização da relação. Quando se faz uma escolha se assume uma série de responsabilidades e uma delas é cumprir com a parte que lhe cabe dentro desta relação.
Muitos relacionamentos, mas muitos mesmo seriam muito mais felizes e harmoniosos se cada um tivesse sua responsabilidade assumida pela escolha que fizeram em estarem juntos. Desde o plano afetivo até o plano profissional.
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