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A perda e o luto!

Atualizado dia 21/03/2017 11:21:11 em Almas Gêmeas
por Paulo Salvio Antolini


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Quando se perde alguém querido é comum dizer “ele(a) está vivendo o luto de sua perda”. Antigamente o mesmo era representado no uso do vestido preto para as mulheres e faixa preta no braço para os homens. O luto é a expressão dos estados emocionais pelos quais se passa quando a perda ocorre. Ele não é vivido apenas quando se perde um ente amado e sim em todas as situações de perda que sejam significativas ao ser humano.
Cinco são as fases mais identificadas quando há uma grande perda: Negação; Raiva; Negociação; Depressão e Aceitação. Nos primeiros momentos, na fase de negação, a pessoa age como se o fato não tivesse acontecido. Não aceita falar sobre, mantém tudo como era antes. È comum pessoas manterem o quarto, as roupas, os objetos como se em breve quem partiu fosse voltar.
Uma pessoa, ao perder o emprego em que estava há anos, continuou a se levantar e proceder como quando ia trabalhar; passou a ter dores estomacais horríveis e dizia que assim que passassem essas dores voltaria ao trabalho. A segunda fase é a da raiva. Manifestação de inconformismo e revolta pelo ocorrido, passando a atribuir a tudo e a todos a responsabilidade pelo que aconteceu. Forte indignação se faz sempre presente quando a lembrança é sobre a perda vivida. Falar sobre é despejar todo o ressentimento que se está vivendo. A terceira fase é a da negociação, ou seja, estado de introspecção onde a pessoa passa a se propor mudanças pessoais para que aquilo seja anulado; faz promessas, buscando assim voltar à condição anterior.
A quarta fase, a da depressão, é onde “todas as fichas caem”, mostrando que não há retorno. Que a vida agora será diferente e que o vazio só poderá ser preenchido por coisas diferentes. É tida como a fase mais difícil e mais duradoura. “Já que não tenho mais... então não tenho também motivos para... viver; ser feliz etc.”. A quinta fase, a da aceitação é onde ocorre o verdadeiro e maduro contato com a realidade. A dor da perda existe, porém não é mais cultivada em forma de sofrimento. É quando a pessoa levanta a cabeça e tem seu olhar no presente, tal qual ele é. Importante ressaltar que esses estados não se apresentam em forma sequencial, um após o outro. A pessoa que vive o luto pode ir de um estado a outro, saltar algum, retornar ao anterior e assim variar suas emoções e reações frente ao evento que está sendo vivido.
Algumas fases passam quase despercebidas, sem se manifestarem fortemente, enquanto outras podem se fixar e permanecer por longo tempo. Depende da estrutura interna de cada um. Muitas pessoas confundem o sentir a dor da perda com o fixarem o sofrimento por ela. Em uma preocupação de como serão percebidas, caso levem suas vidas normalmente. Dão grande importância às aparências e agem como se a vida não continuasse. Qualquer que seja o tamanho e a importância da perda, a vida continua.
Importante destacar que há um período cronológico que se faz sentir para muitos: é o primeiro ano em que se vive a perda.
Seja por morte, separação, afastamento. Sempre existirá o primeiro natal sem, o primeiro virar de ano, o primeiro carnaval, páscoa, aniversário, e assim por diante. Portanto, em todas as datas que lhe forem significativas, haverá um aumentar interno dessa dor. Luto é o sentimento de pesar e tristeza pela perda de alguém ou de algo. Tentar evitá-lo é estar em negação. É não só negar o que aconteceu como também que aquilo que aconteceu lhe é importante e doloroso. Não compreender e não aceitar qualquer uma das quatro primeiras fases é distanciar-se da quinta fase: a aceitação e, portanto, manter-se em sofrimento e em desarmonia com sua própria vida.
Ao aceitar a vida como ela é, podemos então modificar o que é possível e não ficarmos presos ao que não temos poder de alterar.
É estar integrado ao fluxo da vida, tal qual ela é!
 
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