AMOR, CASAMENTO E INDIVIDUAÇÃO
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Autor Osmar Francisco dos Santos
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 04/11/2015 15:41:57
Segundo C.G.Jung a meta da psique é a individuação, ou seja: A meta da psique é se tornar indivisível entre consciente e inconsciente e entre as energias masculinas e femininas. Considerando que no inconsciente “arquivamos” tudo que ameaça o ego, como todas as inúmeras frustrações e preocupações, é reprimido com certa quantidade de energia psíquica, que lhe permite vir ao nível da consciência de forma autônoma, atrapalhando assim a capacidade de operação cognitiva do ego. Como esse fenômeno ocorre repetidas vezes, temos o ego possuído dessas pequenas consciências reprimidas que chamamos complexos, o que levou Jung a dizer que: “não possuímos complexos, eles é que nos possuem”. Esse fenômeno comum a todos nós indica que, na maioria das vezes, estamos divididos entre o tempo real de nossa percepção das coisas e a interferência de nossos complexos, o que interfere na qualidade de nossas interações como nós mesmos, pois os complexos carregam preconceitos e com os outros.
O objetivo da análise é a conscientização da existência dessa divisão de nossa psique para assim recuperarmos a energia investida que constitui o complexo. Para tanto é necessário nos apropriarmos do conhecimento da existência dessas “entidades” que povoam nosso inconsciente e vivem a nossa revelia. Melhor dizendo, o primeiro passo é compreendermos a existência do inconsciente, como um outro nível de consciência, na verdade, muito maior e mais rico e complexo que a consciência racional.
O outro grande aspecto da individuação é a integração do arquétipo da contra-sexualidade, aos quais Jung chamou de ânima, a contraparte feminina do homem e, ânimus a contraparte masculina da mulher. A pessoa chega à individuação pela estruturação psíquica através do arquétipo de polaridade contrária, harmoniosamente instalado na psique, que, dessa forma, passa a atuar como uma “ponte” entre o ego e arquétipo fundamental, o self ou si-mesmo. Jung citou Cristo e Buda como personificação do self ou individuação realizada. A individuação é buscada também pelas culturas orientais através da meditação e pela tantra ioga, esta, segundo a crença, consiste na sublimação da energia sexual, com o objetivo dessa energia abrir o canal de Kundalini, desde a glândula gônadas localizadas na região sacra, até a hipófise, localizada no centro da caixa craniana. Esse duto passa por todas as outras glândulas endócrinas.
Acredita-se que as características da pessoa individualizada sejam a intuição, capacidade de saber sem passar pelo raciocínio e a capacidade de curar. A capacidade de compreender a realidade acima da consciência sensorial, possibilita a pessoa sair do julgamento e da luta pelo controle, havendo assim uma modificação dos valores e a libertação de todos os processos de manipulação social que constitui a forma como as instituições operam. As energias masculina e feminina têm, na cultura chinesa, o nome de In e Iang, sendo o Teigitu, um círculo composto de uma gota branca com um ponto preto e outra gota preta com um ponto branco, sendo o este símbolo do TAO, da sabedoria chinesa. Ele pode muito bem representar também, o Self, ou seja: a polaridade em perfeito equilíbrio, ou a inda a coniunctio alquímica.
Conta-se que no antigo Egito, a iniciação era feita colocando o discípulo num tipo de sono hipnótico, durante o qual sua mente conhecia todas as leis que regem o universo, sendo após a cerimônia, conscientizado da experiência semiconsciente. O Príncipe Sidarta, mais tarde o Buda, passou por fenômeno semelhante ao se instalar embaixo de uma figueira com o propósito determinado de só sair quando compreendesse o objetivo da vida. A história da criação sempre mostrou que a humanidade sempre foi a partir de um casal que chamam de Gêmeos Espirituais ou Casal Manúsico. Dessa forma, temos ao longo da história e das várias mitologias os pares como Adão e Eva, Aknaton e Nefertiti, Ulisses e Ulissipa, Cronos e Gea, Etc.
O casamento, entre todos os tipos de relações afetivas, é o que apresenta maiores confusões e dificuldades. Segundo James Hollis, “A Passagem do Meio”: “Ninguém ousaria proclamar em voz alta as imensas esperanças: Conto com você para conferir significado à minha vida. Conto com você para estar sempre ao meu lado quando eu precisar. Conto com você para ler a minha mente e antever todas as minhas necessidades. Conto com você para curar as minhas feridas e preencher as deficiências da minha vida. Conto com você para me completar, para me tornar uma pessoa completa, para curar minha alma ferida”. Com certeza todas essas demandas, de ambas as partes envolvidas, nem sempre são conscientes, pois são projeções de necessidades afetivas internas que só podem ser resolvidas pela própria pessoa. A maioria dos casamentos que chegam ao fim são rompidos pelo peso das expectativas, e aqueles que continuam são marcados por constantes lutas prejudicando a qualidade de vida, promovendo doenças pelas emoções tóxicas. Sempre as imagens do ser amado são carregadas dentro de cada pessoa desde a infância e projetadas naquele capaz de receber nossa projeção inconsciente.
Nós nos apaixonamos pela imagem interna das nossas necessidades, o outro é apenas o papel desta projeção, que também projeta, dessa forma quem se apaixona são os parceiros invisíveis, conforme tão bem explica John Sanford, em seu livro de mesmo nome. Enquanto as projeções são correspondidas, a vida floresce, os planos continuam, mas quando um dos parceiros ou os dois mudam a projeção, porque o “espelho” onde foi projetada sua imagem interior, não corresponde mais o perfil projetado, o relacionamento entra em crise. Outras projeções são feitas com a entrada no relacionamento de outros parceiros. Emoções confusas de ressentimento, culpa e desespero invadem a relação e o que antes era chamado de amor, descamba para as mais sombrias emoções. Todas essas dificuldades que se transformam em lutas que muitas vezes são medicalizadas, justicializadas, ou geram até tragédias que enchem as páginas policiais diariamente. Tudo isso, de fato, acontece pelo desconhecimento total do mundo interior, que se ergue poderoso e independente sobre nossa personalidade. Nós não temos outra saída, caso precisemos reformar nossas vidas, a não ser conhecer e interagir com nosso inconsciente.
Thorwald Dethlefsen e Rüdiger Dahlke e seu livro A Doença Como Caminho, descrevem, abordando os motivos psicossomáticos das patologias dos rins, pois são órgãos duplos que trabalham alternadamente em cooperação, um texto muito esclarecedor sobre as relações afetivas, dizem eles: “ O objetivo de uma união é proporcionar as duas pessoas condições para se tornarem cada qual seu próprio todo ou, ao menos – se formos bastantes idealistas -, para se tornarem mais perfeitas por terem iluminado os aspectos inconscientes da própria alma e por terem integrado esses aspectos a sua consciência. Esse objetivo não é alcançado pelo par de pombinhos apaixonados que insistem em “não poder viver um sem o outro”. Uma tal afirmação revela apenas que as pessoas envolvidas estão usando uma a outra por pura conveniência (poderíamos também dizer, por pura covardia), para viver a sua sombra, sem tentar viver as próprias projeções ou ao menos recebe-las de volta. Nesses casos, (e eles são a maioria!) um parceiro não permite o desenvolvimento do outro porque isso levantaria questionamento acerca dos papéis que ambos desempenham. Se algum deles, depois, vier a se submeter a uma psicoterapia, o outro por certo se queixará das mudanças ocorridas... (Afinal, apenas queriam que o sintoma desaparecesse!). ”
Mais claro do que esse texto não é possível. Na verdade, ainda que isso pareça absurdo, uma união conjugal, atinge seu objetivo quando um parceiro não precisa mais do outro. A dependência, seja de que forma se apresente, sempre gera insegurança e subserviência. Quando cuidamos de nós em primeiro lugar, oferecemos ao outro uma pessoa melhor...
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•Participante do Núcleo de estudo Junguiano do Rio de Janeiro; •Palestrante e autor de trabalhos sobre Psicologia Junguiana publicados em revistas universitárias e outras; •Psicoterapeuta transpessoal da linha Junguiana; •Administrador de Empresas e Consultor de Qualidade Total na Área de Recursos Humanos. •Atuação em Consultório particular. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Almas Gêmeas clicando aqui. |