Autodepreciação!
Atualizado dia 03/04/2016 13:46:43 em Almas Gêmeaspor Paulo Salvio Antolini
A forma como nos referimos a nós mesmos é muito significativa e faz parte do “desenho” da imagem que os demais terão a nosso respeito. Revela também uma parte de como fomos tratados em nossas infâncias.
Em alguns casos se depreciar faz parte de uma manipulação não totalmente consciente do “me elogie”, “me demonstre reconhecimento”, “preciso de acolhimento”. A pessoa se recrimina esperando que a outra negue sua afirmação e com isso ela “mede” em sua escala interna a importância que é dada a ela.
Observem a reação de alguém que acabou de se rebaixar e tem como resposta o silêncio da ou das pessoas que estão a escutá-la. Fácil identificar em sua expressão a frustração por não ter sido desmentida. O silêncio revelou uma concordância com o que ela disse. Encolhe-se como uma “coitadinha”, em uma atitude infantil, imatura.
Certa feita, um gerente ao justificar-se para seu diretor as dificuldades que estava tendo em sua equipe, em vez de falar exatamente sobre as divergências que estavam criando a dissonância entre eles, optou por assumir a posição do “coitadinho” e disse o seguinte: “O que o senhor quer que eu faça? Eles não me respeitam e não me escutam. Não acham que eu tenha a capacidade para dirigi-los”. Ao dizer isso, estava fazendo referência a sua excelente formação acadêmica e que sempre havia sido reconhecida por seu diretor. Esperava que ele dissesse que não era nada disso, que ele continuasse que tudo daria certo, etc, etc.
O diretor ficou um tempo em silêncio e ao falar veio a grande surpresa: “Já que você mesmo reconhece que não está tendo condições de gerenciar sua equipe, só me resta substituí-lo”. O gerente foi dispensado em menos de dois meses. Ele ainda tentou se reposicionar com seu diretor, alegando não ter sido bem isso que havia querido dizer, mas não teve mais solução. “Não foi bem isso que eu quis dizer”. A pessoa precisa saber o que quer dizer. Não basta juntar um monte de palavras e depois recuar com essa frase.
Muitas o fazem por não pensarem no que estão falando e muitas outras o fazem por tentativa de manipulação, como se uma ameaça devolvesse a ela o rumo que queria que o assunto tivesse.Casais que ao se desentenderem, um deles faz exatamente assim, dizendo “então vamos nos separar”, pois sabe do amor do outro e de que não é isso que se deseja, então há o recuo e nada se resolveu, apenas o assunto foi interrompido. Uma pessoa madura imediatamente dirá: “você está confundindo as coisas e tentando desviar o foco de nossa divergência.”, trazendo novamente o assunto para o rumo necessário. Caso haja insistência, por mais que se ame ela dirá: “então, se é assim que vai ser, vamos cuidar disso”. Pessoas maduras não se submetem a manipulações, mesmo de pessoas que lhes sejam muito queridas, pois não aceitam relações onde falta a condição de serem adultas para se resolver as divergências existentes.
Pessoas que estão habituadas a se utilizarem da autodepreciação se tornam enfadonhas, e acabam não sendo levadas muito a sério. Também provocam o afastamento dos demais. A autodepreciação se assemelha à autolamentação. Pessoas que vivem se lamentando são incômodas e até pegajosas. Em resumo, expressa o não se sentirem preparados para a vida, o não quererem assumir suas responsabilidades sobre si mesmos e seus atos e acharem que o mundo deve fazer por eles, poupando-os das situações que sentem, no mínimo, desconfortáveis.
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